Ettore -Série Irmãos Valente (Livro 4)

Capítulo 41

Boa leitura
Ettore

Família. Por muito tempo a ideia de uma família só existia em minhas memorias. Foram anos e anos buscando pelas partes da minha família, ansiando pelo dia em que seriamos completos e esse dia finalmente chegou. Fomos partes de uma família espalhadas pelo mundo, sonhando com o dia em que nos reuniríamos outra vez e hoje estamos completos e unidos.

Observar as minhas quatro irmãs juntas pela primeira vez, enche meu coração de alegria, faz com que todos os meus sacrifícios tenham valido a pena. O menino de dezessete anos que fugiu de casa em busca da mãe, que jurou as irmãs que reuniria a família deles de novo está finalmente em paz. Eu cumprir a minha promessa, não importa o tempo que levou ou o que eu precisei fazer para que isso acontecesse, eu cumprir a minha promessa.

—E o casamento de vocês? Saiu ou não? —Olho para o Vincenzo que tem os olhos perdidos na Alessa, que conversa animada com a Atena. A conexão entre as duas foi praticamente instantânea.

—Eu acho que o Vince está enrolando a Alessa! —O Felipe provoca entre risos, de todos os meus cunhados ele é o mais divertido, tem alma de criança. —Devíamos defender a honra da Alessa e pressionar o Vincenzo para que esse casamento aconteça! Ele já engravidou ela e nada desse casamento acontecer, logo o bebê está na faculdade!

Estamos todos sentados ao redor de uma longa mesa. Depois de tantos acontecimentos não tinha jeito melhor de comemorar o fato de que as coisas deram certo no final do que esse, um almoço em família.

—Eles estão noivos desde a época em que a Alessa se chamava Bianca! —O Alessandro engrossa o caldo. — A nossa pequena Atena vai se casar primeiro que a irmã mais velha, que está noiva há séculos!

—Não me rogue pragas, cunhado! Eu não vou me casar, nunca! —A Atena diz risonha fazendo o sinal da cruz. —Vincenzo, será preciso eu ter uma conversinha com você, por estar enrolando a minha irmã? —Seu tom ameaçador arrancas risadas de todos envolta da mesa.

—A culpa do nosso casamento não ter acontecido ainda é do Ettore! —Vincenzo diz tranquilamente dando um longo gole no seu vinho. —A Alessa quer ser levada até o altar pelo irmão mais velho, todo esse tempo ela esteve esperando por você, Ettore! —As palavras do Vince pegam todos de surpresa e eu olho em direção a Alessa que tem um sorriso tímido nos lábios.

—Isso é sério, Les? Esteve esperando por mim todo esse tempo? —Olho em seus olhos tão azuis quanto os meus. A Alessa e eu poderíamos ser gêmeos de tão parecidos que somos. Fisicamente e na personalidade também.

—Sim. Você foi o mais perto que eu tive de um pai e eu não poderia viver esse momento sem você do meu lado. —Sua voz está embargada e ela encara o céu espantando as lagrimas. —Eu não poderia caminhar até o homem que eu amo, no dia mais feliz da minha vida, sem o meu irmão mais velho me segurando.

Um nó se forma na minha garganta e na ausência de palavras eu dou a volta na mesa e espero que ela se levante quando eu paro ao seu lado e a abraço com todo o meu amor.

—Será uma honra para mim leva-la até o altar! —Beijo sua testa e ela me olha emocionada. —Se o problema for de fato esse, podem marcar a bendita data de casamento, mas se o problema for o noivo eu sugiro que procure por outro.

—Você vai se casar com a minha irmã, Ettore, se for tornar a minha vida amorosa difícil posso fazer o mesmo com a sua! —Apesar de ser uma brincadeira há um certo tom de ameaça nas palavras do meu cunhado e eu acabo por gargalhar.

—Coelhinha, existe alguma chance de você desistir de se casar comigo? —Olho em sua direção e ela me presenteia com o mais lindo dos sorrisos. Porra! Eu sou o cara mais sortudo desse planeta. Quem diria que um fodido como eu seria dono do coração do mais lindo dos anjos.

—Se o Vince dificultar as coisas nos fugimos, amore mio! —Ela entra na brincadeira e o vejo meu cunhado revirar os olhos. —Eu me lembro da época em que o Vincenzo implicava a cada segundo com o Alessandro e com o Felipe e fez isso com todos os meus namorados, a vingança veio, maninho!

—Antonella , devia me agradecer por ter sido um pé no saco com seus outros pretendes ou hoje você estaria casada com um medico sem graça que odeia animais e plantas! —Faço uma careta de desagrado diante das palavras do meu amigo e cunhado.

—Vocês são tão ridículos. Eu me lembro da época em que o Vince quase esfolou o Felipe por ter maculado a minha pureza, no caso ter me beijado! —A Tina diz entre risos e todos da mesa dão risada, exceto o próprio Vincenzo.

—A vida do Alessandro foi pior, porque todos implicaram com ele, o Vince, o Felipe, o Ettore e até o Joseph! Ser a caçula era um saco! —A Donna revira os olhos e sorrir no final. —Tenho pena da Atena!

—O futuro namorado dela vai sofrer muito, serão três cunhados, um irmão mais velho, três irmãs mais velhas e uma cunhada! —A Antonella diz sorrindo. —Esse cara vai ter que passar por todos nós para chegar no coração da nossa caçula.

—Não se esqueçam de nós, a Atena era nossa garota antes de ser a de vocês! —O Joseph aponta para ele e para o Pietro, que mantem a carranca de sempre. O garoto consegue ter um humor ainda pior do que o meu.

—Vamos nomear a Paola como nossa caçula? —A Atena sorrir passando o braço nos ombros da menina que parece estar se divertindo com toda essa bagunça. —Eu não tive a chance de implicar com o namorado de nenhuma das minhas irmãs, então, se ela for a minha irmã caçula eu vou poder fazer a vida do idiota um inferno.

—Eu sinto pena dos meus netos! —A minha mãe diz com um sorriso no rosto. Desde que ela soube da Atena, na tarde de ontem, o brilho em seus olhos ganhou mais força e ela parece mais viva, como se a única coisa que ainda a prendesse ao seu passado tivesse sido liberta.

—Eu já tive o desprazer de ter um amigo meu afugentado por causa do meu pai e dos meus tios. O Enzo corre de mim na escola até hoje. —A Bella lamenta arrancado risos de todos.

—O almofadinha era uma covarde, Isabella! —O Pietro ou Demon, como ele gosta de ser chamado, resmunga em um canto da mesa. —Que tipo de homem foge da família da garota que ele está afim?

—Ele é um covarde e você é um idiota! —Ela resmunga revirando os olhos. E fica nítido para todos que os dois nutrem algo além desse ódio mutuo.

As conversas ao redor da mesa seguem animadas. Sei que não somos uma família dentro dos padrões, nessa mesa temos, assassinos, golpistas, lutadores, hackers, policias, chefes do tráfico, uma professora, strippers e tantos outros. Não somos uma família por causa de laços sanguíneos uns com os outros, somos uma família pelo amor, a união e a coragem que compartilhamos. Somos uma família porque somos valentes.

Tirem os vestidos do armário o porque termos casamento nos próximos capítulos! ❤️
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