Capítulo 3

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Boa leitura! 

Antonella

—Tia, tia! —A voz da Laura chega aos meus ouvidos e eu desvio minha atenção do livro que está em minhas mãos e olho para ela. —Quer ir tomar gelato com a gente?

—Claro! —Me levanto e ela saltita animada ao meu redor. O fato é que eu não consigo dizer não a esses pequenos.

Laura é filha da Donatella e do Alessandro, uma garotinha muito esperta que acabou de fazer sete anos e está cada dia mais inteligente. Eles vieram passar o final de semana aqui na Villa. Nenhum de nós quer sair de perto da pequena Giovanna.

—Tio Ettore, a tia Antonella vai! —Ela avisa ao tio e só agora noto que ele chegou até nós duas, com o Nero ao seu lado. Nero é o filho caçula da Donatella e ambas crianças são sobrinhas do Ettore.

—Só se não for um problema para você, Ettore! —Nossos olhos se encontram e eu sinto todo meu corpo se arrepiar apenas com o olhar dele.

—Por que seria? —A intensidade dos seus olhos me deixa desconcertada e ele desvia os olhos de mim e olha para os sobrinhos. —A Isabella não vai?

—Ela está com a tia Alessa, acho que não vai não, tio! —O Nero dá os ombros. —Eu posso tomar dois gelatos e comer um sanduiche bem grande?

—E eu posso tomar três gelatos, tio? —A Laura decide fazer seus pedidos também e vejo um sorriso brotar nos lábios do Ettore, algo que é muito raro de se ver.

— Eu tenho uma ideia melhor... —Todos me olham e eu faço um ar de mistério. —Um parque de diversões chegou à cidade, poderíamos ir até lá, o que me dizem?

—Sim! —As crianças gritam animadas e nos olhamos para o Ettore que não pareceu gostar muito da ideia.

—Nós vamos não é, tio? —A Laura puxa sua mão exigindo atenção. —Vou na roda gigante e no carrossel, você me lava, Tio?

—Leva a gente, tio Ettore? —O Nero também suplica e o tio trinca o maxilar e olha para eles meio perdido.

—Por favor, tio Ettore? —Eu imito as crianças. —Vamos nos comportar! —Ele me olha e algo em seu olhar faz meu corpo se aquecer.

—Vamos! —Ele diz a contragosto e caminhamos todos para o carro.

Quando nos acomodamos nos bancos de couro confortáveis de um dos carros do meu irmão, ele dá a partida e pegamos a estrada rumo ao parque de diversões.

As crianças se distraem assistindo desenhos no meu celular, depois de muito insistirem e o carro estaria imerso em um silencio constrangedor se não fosse os sons vindos do celular.

O Ettore é sempre um homem de pouquíssimas palavras, mas noto que seu vocabulário fica ainda mais escasso quando se trata de mim. Por mais que eu tente procurar assuntos em comum ou manter conversas banais, ele sempre parece disposto a me ignorar. Queria entender o porquê ele não gosta de mim? Mal temos contato para se criar qualquer impressão negativa em relação a minha pessoa.

Essa falta de contato não te impediu de se apaixonar por ele, não é mesmo?

—Notei que você leva muito jeito com crianças! —Digo a primeira coisa que me vem a cabeça e ele mantem os olhos fixos na estrada.

—Eu criei as minhas irmãs desde muito pequenas, acho que é por isso! —Suas mãos apertam o volante e meus olhos as analisam bem, mãos grandes.

—Eu tenho a impressão de que os seus sobrinhos já notaram que conseguem qualquer coisa de você e usam isso ao favor deles! —Mexo nas minhas mãos me sentindo tensa por estar tão perto dele. —Eu não vejo a hora da Alessa e do Vince terem um filho e eu poder ter um sobrinho pertinho de mim. Desde que a Paola se mudou lá de casa com o Rapha, eu sinto falta de um bebê em casa e infelizmente, logo a Martina volta para Milão com a Giovanna.

Ettore -Série Irmãos Valente (Livro 4)Onde histórias criam vida. Descubra agora