Capítulo 7

2.5K 315 16
                                    


Boa leitura! 

Antonella

"Quer sofrer por amor? Sofra, mas sofra nos braços de um gostoso!", esse foi um dos milhares de argumentos que Tiziana usou para me convencer a sair com ela essa noite. E por mais que não sinta qualquer animação em estar em um lugar repleto de pessoas bêbedas, eu aceitei para faze-la feliz e quem sabe me distrair um pouco.

Não vejo o Ettore desde essa manhã quando nós dois conversamos sobre nós, como se houvesse um nós. A verdade é que tudo não passou de uma fantasia de uma mulher de vinte e nove anos que se apaixonou por um homem que nunca deu sinal deque nutria qualquer sentimento. Homens como Ettore estão acostumados a trocarem beijos e muito mais do que isso, sem criar vínculos. Mulheres como eu não são assim, não que eu seja virgem nem nada disso, mas eu não consigo me envolver sem antes criar qualquer laço afetivo e esse meu jeito de ser me levou a apenas três namoros em toda a minha vida e nenhum desses namoros me fez sentir um terço que  do que senti com apenas alguns beijos trocados com ele.

—Aonde você vai vestida assim? —Uma voz irritadiça já bem conhecida por mim chega aos meus ouvidos, assim que eu me aproximo do meu carro, e eu procuro pelo dono da voz. Ettore sai da escuridão e caminha em minha direção com a sua pose de dono do mundo.

—Não entendo essa sua fixação pelas roupas que eu uso! —Cruzo os braços, encarando-o com seriedade. —É estilista?

Avalio-o sem qualquer pudor, ele sabe o efeito que causa em mim e não adianta fingir. A calça jeans escura justa, a camisa preta que abraça seu abdômen definido, as botas de combate pretas, dão a ele o ar de mistério que tanto me atrai.

—Não respondeu a minha pergunta, Antonella. Aonde você vai vestida assim? —Ele diz entre dentes, parando a poucos passos de mim. Eu uso um vestido preto de cetim, justo ao meu corpo, que tem um decote reto e nos pés sandálias de salto prateadas.

—Você quer a resposta educada ou a que você merece ouvir? —Olho em seus olhos e ele ergue uma sobrancelha. —Vai se fuder, Ettore Valente! —Dou as costas para ele e abro a porta do meu carro.

—Qual seria a resposta educada, Coelhinha? —Suas mãos grandes seguram minha cintura e eu sinto minhas costas se chocarem contra seu peito duro.

—A resposta educada é: não é da sua conta onde eu vou ou como eu me visto! —Sussurro entre dentes, tentando não me render a seu corpo tão perto do meu.

—Eu adoro a sua língua afiada! —Sua voz rouca murmura em meu ouvido me fazendo tremer.

—Uma pena que desistiu antes de descobrir tudo o que ela pode fazer! —Me viro para ele e sou presa contra o metal frio do meu carro. —O que você quer? —Viro meu rosto olhando para a escuridão, porque se eu encarar seus olhos eu e esqueço de tudo e me jogo em seus braços.

—Eu queria conversar, mas perdi o raciocino quando a vi vestida assim! —Suas mãos passeiam por minhas coxas expostas por conta do vestido curto.

—Não entendi! Achei que já tivéssemos dito tudo essa manhã! —Minha voz soa tremula e sinto um calor brotar por entre as minhas pernas.

—Olhe para mim! —Ele ordena e eu encaro seus olhos azuis e me perco no abismo deles. —Eu sinto muito... —Ele parece fazer um grande esforço para proferir essas palavras e eu o encaro confusa. —Eu fui covarde. Eu tinha certeza de que não sou bom para você e que a deixar era a melhor opção.

—O que te fez mudar de ideia? —A minha voz quase não sai e meu coração parece disposto a sair do meu peito.

—Eu não mudei de ideia! —Sua sinceridade me acerta em cheio. Então, o que ele faz aqui? —Eu só não consigo ficar longe de você, o que é o certo a se fazer e o que eu de fato quero, duelam dentro de mim.

—Eu não o entendo! Você me confunde ao não decidir o que quer! —Empurro seu peito e dou alguns passos para longe dele, já que sua proximidade me sufoca ao ponto de eu não conseguir organizar os meus pensamentos. —Eu não estou disposta a ser um brinquedo para você. Nem permitir se afaste ou se aproxime de mim quando for mais conveniente para você! —Dou as costas para ele sentindo as minhas mãos tremulas e suadas. —Decida logo o que quer e me permita seguir em frente e esquecer você...

O vento frio da noite sopra os meus cabelos e o silencio agonizante é interrompido pelo som dos insetos ao nosso redor. Os minutos se seguem e ele não diz uma palavra se quer. E a certeza de que ele deu as costas e foi embora mais uma vez me acerta em cheio. Como é possível perder um amor que eu se quero tive a chance de viver, doer tanto?

—Eu não poderia deixa-la mesmo se quisesse! —Sua voz rouca quebra o silencio e faz meu coração saltar em meu peito. —Eu não sou dono de mim mesmo desde que te conheci... —Me viro para ele, ignorando as lagrimas que molham meu rosto. —Eu sou seu, Antonella.

—Ettore... —Sussurro seu nome procurando por palavras e ele apenas me encara ansioso por uma resposta minha.

Eu espero há três anos por esse momento e não existem palavras para expressar o que sinto ao ver o homem que eu amo pela primeira vez tão entregue a mim.

Caminho a passos largos em sua direção e me jogo em seus braços, ele parece surpreso no início, mas rapidamente seus lábios tomam os meus em um beijo apaixonado e urgente.

—Eu sou sua, Ettore! —Coloco em palavras o que o eu meu coração grita e ele segura meu rosto entre suas mãos. —Por favor, não quebre meu coração!

—Não vou! Eu prometo! Confia em mim?

—Confio! —Seus olhos brilham diante da minha resposta e pela primeira vez a nuvem sombria que vivia sobre eles se dissipa. E eu me sinto ainda mais apaixonada por ele, como se isso fosse possível. 





Será que agora eles formam um casal? 

Comentem muito e votem! 

Acho que essa semana não teremos capítulos todos os dias, mas vou fazer o possível para postar! 

Até breve! 

Ettore -Série Irmãos Valente (Livro 4)Onde histórias criam vida. Descubra agora