Capítulo 29

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Hoje teremos capitulo duplo! 

Boa leitura! 

Alessa

Antes dos primeiros raios de sol surgirem no horizonte eu já estou de pé. Mal preguei os olhos essa noite, a ansiedade para o ataque de hoje me deixou inquieta. Toco meu ventre que já está levemente arredondado me dando ares de gravida.

Eu tenho tanto medo de que todas as coisas ruins que me cercam possam atingir o meu filho de alguma maneira. Sinto como se eu não conseguisse me desprender o meu passado, ele sempre dá um jeito de retornar para me assombrar, para acabar a paz que eu demorei tanto para conquistar. Eu espero que depois de hoje eu possa tornar o mundo um lugar um pouco mais seguro para o meu bebê.

Faço preces silenciosas para que esse seja o ultimo embate que enfrentamos e  que depois da morte do Franco possamos viver em paz de uma vez por todas.

—Você ainda pode desistir dessa ideia estupida de fazer parte do ataque! —Os braços do Vincenzo circulam minha cintura e eu apoio as minhas costas em seu peito forte. —Eu não posso correr o risco de perder vocês, Alessa!

—Você não vai nos perder, Vince! —Fecho os olhos sentindo meu coração se aquietando por estar em seus braços. —Eu não vou participar da ação propriamente dita, vou apenas tirar as crianças de lá em segurança e você estará comigo, nada pode acontecer comigo ou com nosso filho.

—Por que tinha que me apaixonar por você? —Ele resmunga e gira meu corpo me deixando de frente para ele. —Não podia ser menos dona de si? Menos fodona?

—Não! —Meu sorriso o faz sorrir de volta para mim. —Esse é o preço por amar uma Valente!

—Ter cabelos brancos antes dos quarenta anos? —Ele me abraça apertado e sinto um frio na barriga. Eu o amo cada dia mais. Eu nunca pensei que poderia pertencer a alguém como pertenço ao Vincenzo. Nossas almas já estavam destinadas a se encontrarem, eu o amei antes mesmo de conhece-lo e vou continuar amando-o quando formos apenas pó. —Me promete que não vai bancar a super-heroína?

—Prometo! —Olho em seus olhos. —Vou tirar as crianças de lá em segurança, apenas isso! —Ele sorrir satisfeito com a minha resposta e seus lábios procuram os meus em um beijo que transmite todos os nossos sentimentos.

Somos forçados a sair da nossa bolha quando vozes são ouvidas do andar de baixo, deixando claro que todos estão se preparando para os resgastes. Me visto junto com o Vincenzo e vamos ao encontro de todos.

—Eu quero vocês tomem cuidado, não se coloquem em riscos desnecessários! —Puxo as minhas irmãs caçulas para um abraço apertado. —Eu amo vocês!

—Eu vou me cuidar, Alessa. Prometa que não vai fazer nenhuma estupidez! —A tensão na voz da Martina me deixa angustiada e eu intensifico o abraço. —Eu amo vocês!

—Vamos ficar bem! A Antonella precisa de nós. —A Donna sorrir tranquila e beija o meu rosto e o da Tina. —Amo vocês duas!

—Cuida da Donatella! —Olho para o Ettore que nos observa e ele apenas acena com a cabeça. —E se cuida também, se você se machucar eu mato você, Ettore! —Me afasto das minhas bonequinhas me jogando nos braços do meu irmão mais velho que me abraça apertado. —Eu amo você! Não faça nada que eu não faria!

—Eu te amo, Les! —Ele beija a minha testa. —Eu estou orgulhoso da mulher que você se tornou, aliás, das mulheres que vocês três se tornaram. Obrigado por tudo! Vocês três são a parte mais bonita da minha vida. Por favor, cuidem-se, eu não posso perder vocês de novo!

—Vamos encerar de uma vez por todos essa parte da nossa história. —A Martina diz emocionada se juntando ao abraço. —Vocês são partes de mim e é bom me sentir completa de novo!

—Finalmente, estamos todos reunidos e ninguém vai destruir isso de novo! —A Donna sorrir e noto seus olhos úmidos quando ela se encaixa no nosso abraço.

Permanecemos nesse abraço por longos minutos aproveitando a companhia um dos outros. Não é um abraço de despedida, é um abraço de união. Depois de mais de duas décadas estamos todos juntos outra vez.

Partimos com os primeiros raios de sol surgindo no horizonte, dividimos o grupo em dois. Uma parte vai até a fazendo recuperar o pen drive e resgatar os filhos da Atena Costa e a outra segue para a casa do Franco para resgatar a Antonella. Quem acabar o serviço primeiro ajuda os outros.

A tal fazenda não fica tão distante da cidade, mas é um local de difícil acesso. Saímos dos carros e o primeiro passo é neutralizar todos os seguranças que estão do lado de fora, tudo precisa ser silencioso para não chamar atenção. A ação dura poucos minutos e rapidamente eliminamos todos, ainda bem que tio Enrico nos forneceu um bom reforço ou seria mais trabalhoso.

Seguimos para dentro da mansão imponente feita de pedras. Nesse ponto o Vince e eu nos separamos, eu vou procurar as crianças e ele vai proteger a minha retaguarda.

—Até logo, querido! —Beijo rapidamente seus lábios. —Toda essa ação me deixou com tesão, estou louca para chegarmos em casa!

—Alessa! —Ele rosna e vejo suas pupilas dilatarem. —Não é hora para suas provocações!

—Sempre é hora para te atiçar, querido! —Pisco para ele e subo as escadas sabendo exatamente onde ir. —Bom dia! —Sorrio para o homem que está parado na porta que me foi indicada como o quarto das crianças. —Eu preciso entrar nesse quarto. —O homem me olha e um sorriso presunçoso surge em seus lábios e antes que ele possa sacar sua arma, eu aponto a minha e atiro no meio da sua testa.

Os tiros começam a ecoar por toda parte, parece que notaram a nossa presença, foi mais cedo do que eu esperava, mas podemos lidar com isso. Procuro nos bolsos do homem que acabei de matar as chaves do quarto. Quando as encontro abro rapidamente a porta e entro no quarto.

Faço uma rápida varredura pelo espaço e noto que a decoração infantil se divide em dois tons, rosa e verde e alguns brinquedos estão espalhados pelo chão, não me prendo muito aos detalhes. Procuro pelas crianças em suas camas e as encontro vazias. Onde eles se meteram? Vasculho todo o quarto e não vejo qualquer sinal deles.

—O armário! —Me lembro que sempre escondia as minhas irmãs em um armário quando as coisas ficavam feias. Talvez a Atena tenha avisado aos filhos que nós estaríamos aqui hoje e eles se esconderam até um de nos chegarmos. —Achei vocês! —Abro o armário e dois pares de olhos verdes me encaram. —Eu sou a...

—Tia Alessa! —A menininha grita se jogando nos meus braços e eu a seguro por puro reflexo. —A mamãe disse que vocês viriam, cadê os outros tios?

—Tios? —Sussurro atônita, me sentindo em uma realidade paralela. Essa garotinha parece me conhecer. —Vocês são Nina e Heitor?

—Sim! —O menino responde mais tímido, mas seus olhos me encaram com curiosidade. —Nina, eles não sabem quem somos!

—É mesmo, a mamãe disse, mas eu esqueci! —Ela sorrir sem graça e me encara com os olhos brilhantes. —Eu sou a Nina, sua sobrinha e esse é meu irmão Heitor!

—Sobrinha? —Pisco lentamente absorvendo a informação. —Como assim?

—A nossa mãe é sua irmã, tia Alessa! Não sabia? —O Heitor me olha tenso e eu me desequilibro e quase caio com a pequena em meus braços. —Você está bem?

—Estou! Preciso tirar os dois daqui e depois eu quero entender essa história toda! —Sorrio para tranquiliza-los e no mesmo momento o Vincenzo entra no quarto e ao me olhar ele sabe que tem algo errado. —Eles são nossos sobrinhos, Vince, parece que Atena Costa é minha irmã! 



Joguei a bomba e sai correndo! Alguém suspeitou disso?

Comentem e votem! 

Até sexta! 

Ettore -Série Irmãos Valente (Livro 4)Onde histórias criam vida. Descubra agora