Ettore -Série Irmãos Valente (Livro 4)

Capítulo 10

Boa leitura! 

Antonella 

Me espreguiço toda e sinto os braços fortes do Ettore ao redor da minha cintura. Flashs da noite passada se fazem presentes em minha mente e me arrancam um sorriso bobo. Nunca imaginei viver algo parecido com o que vivi ontem com ele.

Foi como um encontro de almas, nos conectamos de uma forma inexplicável, meu corpo, meu coração ansiavam por ele. Foi um encontro de outras vidas. Como se no mais profundo do meu coração eu já amasse o Ettore mesmo sem o conhecê-lo e quando nos dois finalmente, nos conectamos tive a impressão de ter voltado para casa. Ettore Valente é meu lar.

Me levanto da cama com cuidado para não o acordar e me sinto revigorada. Faço a minha higiene matinal e sigo para cozinha. Agora com a luz invadindo as grandes janelas de vidro da cabana posso observa-la com mais atenção.

A casa é dividida em três cômodos, uma suíte, uma sala pequena e uma cozinha que apesar de compacta é bem completa. Pela grande janela da cozinha posso ver um galpão nos fundos da propriedade, que tem um imenso jardim. A decoração da casa é toda em madeira, dando um ar bem rustico, exceto pelos inúmeros quadros espalhados por todos os espaços. Desenhos que eu pintei há muito tempo atrás e o Ettore os transformou em belos quadros.

Saber que ele sempre pensou em mim aquece meu coração e faz transbordar de amor por esse homem, que apesar de todos os defeitos tem me mostrado um outro lado seu, um lado romântico e ainda mais apaixonante. Me emociona seu esforço em demonstrar o que sente e eu sei que ele o faz por mim, para que eu não tenha duvidas dos seus sentimentos.

Um sorriso surge em mostro ao me lembrar de como as coisas mudaram ontem à noite. Eu estava pronta para cair na noite e tentar esquecer o Ettore e de repente ele surge e me toma em seus braços, me diz coisas lindas e me ama como seu eu fosse ser mais precioso do mundo.

—Achei que tinha fugido! —A sua voz rouca de sono chega aos meus ouvidos me fazendo arrepiar e antes que eu possa me virar para vê-lo seus braços circulam a minha cintura e seus lábios depositam um beijo em meu pescoço.

—Que mulher seria louca o suficiente para fugir de você? —Brinco e me viro para ele sem sair dos seus braços. Eu poderia morar nos braços do Ettore. —Amore mio, tenho certeza de que as mulheres querem se atirar em seus braços.

—O que as outras mulheres querem não me interessa, você é em que me importa, Antonella! —Suas palavras em causam um frio na barriga e meus olhos encontram os seus. —Eu pensei que tivesse se arrependido de ser entregar para mim!

—Eu estou aqui e não pretendo ir a lugar algum! —Tocos os seus lábios em um beijo carinhoso e sinto que ele relaxa.

Mesmo sem conhecer o Ettore profundamente, algumas coisas são muito obvias nele. Ele tem medo de perder as pessoas que ele ama. Desde que ele voltou para vida das irmãs, ele se mantem a uma distância segura e faz isso com mãe dele também. Espero poder ajuda-lo a exorcizar seus demônios, quero salva-lo e vou fazer isso.

—Sente-se que eu vou servir o café da manhã! —Saio dos seus braços e o vejo resmungar. —Essas panquecas não vão se fazer sozinhas! —Aponto para a cadeira e ele se senta a contra gosto.

—Eu não a trouxe aqui para cozinhar para mim!

—Eu não estou cozinhando para você! Estou cozinhando para nós dois e pode ficar tranquilo que a louça é toda sua! —Dou uma risadinha ao notar sua cara de desagrado. —Enquanto, eu termino nosso café, me conta o motivo de ter uma casa aqui em Verona e no meio do nada.

—Eu soube uma pista das minhas irmãs aqui na cidade e precisava de um lugar para investigar tudo. E também queria ficar perto de você! —Ele confessa a ultima parte em tom baixo e opto por não fazer qualquer comentário para não o deixar constrangido. —Eu não sou um cara que curte grandes centros e gosto de ser discreto.

—Então, você sempre esteve por perto? —Coloco uma pilha de panquecas em cima da mesa e caminho pela cozinha pegando as outras coisas.

—Sim! Perto o suficiente para manter as minhas irmãs protegidas e longe o suficiente para não as magoar! —Caminho para me sentar ao lado dele, mas o mesmo me puxa para sentar em seu colo e eu vou de bom grado.

—Por que acha que sua presença machucaria as suas irmãs? —Olho em seus olhos e tem tanta dor nas profundezas azuis dos olhos de Ettore, é como encarar o mar e não saber o que te espera ao se arriscar em suas águas.

—Eu fiz muitas coisas das quais não me orgulho e todas elas resultaram em todos os sofrimentos que as minhas irmãs passaram. —Ele suspira. —Elas me odiavam, por exceção da Donatella, a Martina e a Alessa não ficaram felizes com nosso reencontro. E perceber que todas as coisas boas que elas sentiam por mim se tornaram ódio e rancor, me destruiu e me fez perceber que não tenho mais espaço na vida de nenhuma delas.

—Obrigada por dividir isso comigo! —Beijo sua testa e ele fecha os olhos encostando sua cabeça em meu ombro. —Mas, acho que está enganado em relação ao seu espaço na vida delas. O seu lugar de irmão mais velho permanece lá a sua espera. —Ele tenta dizer algo, mas, eu o impeço. —Quando a Kiara, a ex namorada do Vince, morreu ele se excluiu do mundo todo, não falava com ninguém, não comia, não dormia, ele apenas existia. A Kiara era a minha melhor amiga e sua morte me destruiu, porque assim como o meu irmão eu estive ao lado dela em seus piores momentos e um tempo depois o Vincenzo foi embora e ficou dez anos sem falar com qualquer um de nós. Ele voltou para casa assim que nosso pai ficou doente e logo depois o papai morreu e o Vince não era mais ele mesmo, não era mais o meu irmão mais velho, o cara que em protegia de tudo e todos, era só a casca de um homem. —O Ettore me escuta com atenção e eu toco seu rosto com carinho. —Ele voltou a ser ele mesmo quando a Alessa apareceu, mas o que eu quero dizer que com tudo isso, é que independente do tempo que passou ou da ausência, o Vincenzo nunca deixou de ser o meu irmão mais velho, o lugar dele em minha vida sempre esteva lá a sua espera. E acredita em mim quando eu digo que o seu lugar na vida das suas irmãs permanece intacto, basta você assumi-lo.

—Como você pode ser tão linda? —Ele sorrir acariciando meu rosto. —Obrigado por isso!

—Quem sabe um dia você não me conta a história da sua vida? E divide esse fardo tão pesado comigo!—Seguro seu rosto entre as minhas mãos ao notar por seu semblante que ele jamais vai me contar. —Não tem nada que você me diga que vá fazer com que eu desista de você e de nós dois! Eu vou amar suas partes feias, tanto quanto amo as partes bonitas!

—E se eu só tiver partes feias? —Sua voz soa quebrada e sinto em meu âmago que esse homem a minha frente guarda coisas que o machucam demais.

—Eu vou ser a parte bonita e vou te ajudar a criar novas memorias! —Seus lábios devoram os meus e meu coração bate frenético em meu peito, me dando a certeza de que eu vou fazer de tudo para vê-lo sorrir outra vez.

Aproveitem essa fase casalzinho dos dois! Por que logo as coisas vão desandar! 

Vou sair antes que dê um spoiler hahaha

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Até breve!