Capítulo 32

2K 251 27
                                    

Boa leitura! 

Ettore

Tudo aconteceu rápido demais. As coisas saíram do controle em uma questão de segundos. Como é possível que eu tenha mais uma irmã? O destino deve ter algum problema comigo, porque se essa menina for de fato a minha irmã, seria muito injusto perde-la no mesmo dia em que a conheci.

Viemos para um hospital clandestino e já faz um bom tempo que estamos aqui. Tenho a Antonella em meus braços e isso aplaca um pouco essa angústia que me assola. São tantas perguntas sem resposta, o ataque não era para ter acontecido daquela forma, não era para o Franco estar na casa ou ter tantos homens lá, se não fosse pela Atena acredito que não teríamos conseguido sair de lá com vida, porque instante em que o Franco morreu os seus homens que ainda restaram fugiram como covardes.

—Não quer aproveitar que estamos em um hospital e fazer alguns exames, coelhinha? —Beijo seus cabelos e ela ergue a cabeça que estava apoiada em meu braço.

—Eu estou bem, amore mio. —Ela toca meus lábios levemente. Eu ansiava tanto por tê-la em meus braços quando toda essa merda chegasse ao fim, porém todos os planos foram por água abaixo quando soube que tinha mais uma irmã. —Acha que eles vão demorar muito para trazerem notícias da Atena?

—Eu espero que não. —Suspiro irritado com toda essa demora. Eles não podem mandar alguém vir avisa sobre a situação dela? —Acha que é verdade? Que ela é minha irmã?

—Eu quero acreditar que sim, a Atena merece ter uma família que a ame. Ela tem vinte e poucos anos e já sofreu tanto. As poucas palavras do Franco já foram suficientes para entender como foi a vida dela! —A dor na voz da Antonella me quebra por inteiro. —Ela salvou a todos nós Ettore, se estamos juntos agora é porque ela me livrou das chantagens do pai dela. Não é justo que ela morra, não pelas mãos daquele monstro.

—Cadê a garota? —A Alessa chega à recepção do hospital como um furacão e a Martina está ao seu lado.

—Alessa, estamos esperando por notícias. —A Donna diz abatida, ela não falou muito desde que saímos da mansão do Franco. —Ela foi direto para a sala de cirurgia. Acha que ela pode mesmo ser a nossa irmã?

—Eu preciso que ela viva para me contar essa história direito! A mamãe já sabe? —Ela volta seu olhar para mim.

—Não! E não quero que ela saiba até falarmos com a Atena! —As minhas irmãs concordam com um aceno de cabeça. —Les, você não pode se estressar. Onde está o seu marido?

—Noivo! —Ela me corrigi e caminha de um lado para outro na recepção. —Ele e o Felipe ficaram com as crianças, eu não confiaria a segurança dos meus possíveis sobrinhos a mais ninguém. —Ela nota a presença de um enfermeiro e caminha até a passos largos. —Eu quero noticias de uma menina chamada Atena que deu entrada aqui há algumas horas! —O tom imperativo da a Alessa faz o enfermeiro dar alguns passos para trás. —Querido, eu sou boa em obter respostas, você quer que eu faça isso do jeito fácil ou do jeito difícil?

—Alessa, você não pode torturar o rapaz! —A Martina ralha com ela e o enfermeiro perde a cor. —Ele vai chamar o médico responsável não vai? —O tom ameaçador da Martina faz com ele acene com a cabeça e saia correndo em seguida, sumindo pelo corredor.

—Você se parece com ela! —O tal Mariano diz encarando a Martina. —Os mesmos olhos, a mesmo cabelo loiro brilhante. —O homem parece quebrado ao falar sobre a Atena. —Mas, a personalidade é igual a da morena! —Ele aponta para a Alessa.

—Você a conhece? —A Alessa se vira para ele. —Como ela é?

—Nós fomos treinados juntos por um tempo! —Ele olha para a parede branca como se revivesse as memorias. —A Atena é um fenômeno da natureza. Ela tem o poder de destruição de um tsunami e a brilho de um sol que surge depois de uma tempestade.

—Eu achei que você a odiasse, Mariano. —O Joseph diz intrigado encarando o homem que agora sustenta um sorriso triste nos lábios.

—E eu odeio! Odeio o sangue que corre nas veias dela, odeio tudo o que ela representa para mim! —Ele se levanta e caminha a passos largos na direção da saída.

—Ele não parece odiá-la! —A Alessa cantarola e se senta ao lado do Joseph entrelaçando o seu braço ao dele. —Acha possível que ela seja nossa irmã?

—Acho! Eu nunca entendi o porquê dá Atena me ajudar tanto ou ajudar vocês, mas se ela for mesma sua irmã, tudo vai fazer sentido! —O Joseph diz pensativo. Eu sempre imaginei que alguém o ajudasse, mas nunca pensei que fosse ela. —Eu não acredito que o Franco morreu de uma forma tão rápida!

—Foram vocês que pediram noticias da Atena? —Uma mulher de meia idade surge na sala e todos nos levantamos, ansiosos por notícias.

—Vamos cortar as apresentações e vamos direto ao ponto? Qual o quadro da minha irmã? —A Alessa diz impaciente e a medica apenas a observa.

—Como quiser! —Ela coça a garganta. —A bala atingiu o fígado dela, o que causou uma intensa hemorragia, a paciente perdeu muito sangue, mas conseguimos retirar o projetil e ela recebeu uma transfusão, por sorte tínhamos estoque do tipo sanguíneo dela. Apesar da gravidade em que ela chegou aqui, agora ela se encontra fora de risco. Como o fígado é um órgão com capacidade de regeneração, ela não vai perder as funções do órgão e não ficará com sequelas.

—Muita obrigada, doutora! Ela já foi transferida para um quarto? Quais são os próximos passos agora? —A Antonella pergunta e sua mão não solta a minha.

—Ela já foi transferida para um quarto e vai precisar de repouso absolto por pelo menos um mês, foi uma cirurgia delicada e ela perdeu muito sangue! —A medica passa mais algumas informações e libera um acompanhante para a Atena.

—Eu fico com ela! —A Donatella decide por todos, o que desagrada as nossas irmãs e a minha mulher.

—Eu quero ficar com ela! Eu devo isso a Atena! —A Antonella se justifica e apenas a abraço por trás apoiando qualquer decisão dela.

—Eu vou ficar! Isso não é uma pauta em discussão! —A Alessa protesta e a Donna revira os olhos.

—Exatamente, Alessa, não é algo a ser discutido, porque já está decido que eu sou eu quem vai ficar! —A Donna se mantem firme. —Você está gravida e não pode passar o dia todo em uma cadeira de hospital, a Antonella precisa descansar e eu não tenho justificativa para barrar a Martina, mas como eu disse primeiro, eu ganhei!

Os argumentos da Donatella foram bem consistentes e minutos depois todos estávamos saindo do hospital com a promessa de que voltaríamos assim que a Atena acordasse. 




A Atena não morreu! Eu não faria isso com ela, eu quero escrever um livro dela, hahaha. Vocês leriam? 

Comentem e votem! 

Até logo! 

Ettore -Série Irmãos Valente (Livro 4)Onde histórias criam vida. Descubra agora