Capítulo presente no livro da Alessa.
Boa leitura!
Antonella Salvatore
Saio da faculdade apressada cheia de livros nos braços. Estou atrasada para a livraria da minha mãe. Desde que comecei a fazer a faculdade trabalho lá todas as tardes, estar perto dos livros me traz paz. Não sou o tipo de garota que curte festas ou é cercada de amigos. As minhas relações sociais são um tanto limitadas, sou muito tímida, diria que sou bem sem graça. Meu amor mesmo são as crianças com elas eu sou mais solta, por essa razão escolhi fazer pedagogia.
Não levo jeito para os negócios como meu irmão Vincenzo. Ele é como o papai, forte e decidido, na verdade eu que destoou da minha família, me pareço fisicamente com a minha mãe e temos os livros como paixão em comum, todavia, todo resto é completamente diferente.
Sinto os meus passos sendo interrompidos quando choco contra uma parede de músculos caindo de bunda no chão e todo o meu material se espalha pela calçada.
_Não sabe olhar por onde anda? _Uma voz irritadiça vinda da parede de músculos na qual eu bati me chama atenção. Ergo meus olhos e sinto meu coração bate descompassado ao dar de cara com par de olhos azuis que povoam meus pensamentos desde que os vi pela primeira vez. _Além de estabanada é também surda ou muda? Garota eu estou falando com você!
Ele diz muito irritado e eu fico incapaz de formular uma frase se quer. Encaro os belos traços do seu rosto, os olhos azuis como o oceano, os cabelos escuros como a noite, o rosto é bem marcado e tem uma barba grande, saio dos meus pensamentos ao notar que estou analisando um estranho e isso sem dúvidas deve estar assustando ele.
_Me desculpa, moço. Eu estava distraída, machuquei você? _Falo me levantando avaliando ele que me olha atônito.
_Se me machucou? Se alguém fosse se machucar com essa batida seria você garota!
Olho para as minhas mãos e meus cotovelos sentindo eles arderem e vejo que estão ralados, que droga!
_Mesmo assim me desculpa, moço! _Falo sorrindo para ele que me encara friamente, com certeza deve estar tendo um péssimo dia.
Me abaixo pegando meus livros e meus pertences que estão espalhados pela calçada e ouço ele rosnar e se abaixar me ajudando a recolher.
_Precisa cuidar desse ferimento! _Ele diz me entregando os livros de má vontade.
_São apenas alguns aranhões, nada que agua e sabão não resolvam. Obrigada pela ajuda e pela preocupação. Sou Antonella e você? _Estendo a mão para ele tentando equilibrar os livros em um braço só.
_Não quero saber quem você é, e nem é da sua maldita conta quem eu sou! _Sua resposta é de uma grosseria tamanha, e ele ignora veemente minha mão estendida. Suspiro um tanto irritada.
_Não precisa se tão grosseiro eu já me desculpei e estou tentando ser no mínimo educada com o senhor. Não vejo razão para me tratar dessa forma, uma vez que nós se quer nos conhecemos e eu claramente fui a mais prejudicada nesse encontro. Sinto muito por ter causado algo, tenha uma boa tarde. _Olho em seus olhos que são vazios e frios e caminho para longe daquele homem estupido.
Pego meu celular e ligo para a livraria avisando que não vou essa tarde, e me sento em dos bancos da praça, pegando um lenço e uma garrafinha de agua limpando meus machucados
Eu me lembro a primeira vez que vi esse moço, nos meus pensamentos eu chamo de anjo. Eu estava na livraria, encarando a rua distraída e vi ele parado falando ao telefone e quando nossos olhos se encontram eu fui arrebatada.
_Esqueceu isso na calçada! _A voz do anjo de olhos de gelo me tira dos meus devaneios. _Por que desenha meu rosto? O que sabe sobre mim?
_Nada! Eu achei seu rosto bonito e desenhei, apenas isso! _Minha voz soa tremula. Eu gosto de desenhar desde de criança, minha família insiste que sou talentosa e que devia seguir carreira, mas gosto de manter meus desenhos apenas para mim.
_Não devia dar asas de anjo a um demônio! _Suas palavras me assustam e olho para ele intrigada. _Em muitos desenhos estou desenhado como um anjo, e estou muito longe de ser isso. Estou mais para o próprio diabo.
_Não acredito em você! _Minha voz é rouca e meus olhos não se despregam dos dele. _Pode me devolver o caderno? Por favor, anjo.
_E se eu não quiser? _Ele diz se divertindo percebendo o efeito que tem sobre mim.
Me levanto ficando de frente para ele. O homem deve ter mais de dois metros de altura e eu tenho os meus patéticos um metro e setenta.
_Eu pedi por favor! _Minha voz vacila e minhas mãos estão tremulas, meu coração parece quer sair do peito.
_Está com medo de mim, coelhinha? _Ele fica centímetros de mim e meus olhos descem para os seus lábios, me fazendo desejar um beijo seu.
_Não tenho medo de você!
_Deveria! Você é muito tola, coelhinha. Sua mãe não te disse que não pode falar com estranhos, eu posso ser muito perigoso.
_Você não vai me machucar! _Digo o mais firme possível olhando em seus olhos e todos os meus instintos me pedem para fugir para o mais longe desse homem.
_Como pode ter tanta certeza disso, não sabe quem eu sou ou o que eu faço! _Ele passa o polegar nos meus lábios e eu fecho os olhos sentindo minha garganta secar, e meu corpo se acender. _Coelhinha, coelhinha, poderia fazer o que quiser com você nesse momento. _Sinto a satisfação em sua voz por saber que eu estou a sua mercê.
_Se afasta dela, Death! _A voz de Joseph soa atrás de mim como um trovão me fazendo pular de susto. _Nella, se afasta dele, ele não é coisa boa.
_Um demônio reconhece outro, não é mesmo Joseph? _O anjo, que acabei de descobrir ter nome de Death, diz cheio de raiva.
Joseph é um cliente da livraria, vai lá todas as tardes, nos tornamos amigos e já notei seus olhares para a minha mãe. Só não entendo o porquê os dois estão se encaram com olhares assassinos.
_Vem, Nella! _Joseph segura em meu braço me puxando delicadamente. _Fica longe dela Death. O seu serviço aqui já acabou! _Os dois se olham e parecem ter uma conversa silenciosa me deixando confusa.
_Joseph, está tudo bem. Estamos apenas conversando. _Sorrio para tranquiliza-lo e ele me olhando negando com um aceno de cabeça.
_Eu vou te levar para casa! _Ele diz sério e eu olho para o Death que me encara de volta e caminha para longe de mim, levando meu caderno.
Quem é esse anjo com o nome de morte? É a pergunta que ronda a minha cabeça enquanto eu vejo ele sumir por entre as pessoas.
Para vocês relembrarem do primeiro encontro entre a Antonella e o Ettore!
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Até breve!
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Ettore -Série Irmãos Valente (Livro 4)
RomanceQuatro irmãos que foram obrigados a viverem separados para se manterem a salvo. Apesar de distante eles são capazes de tudo para protegerem uns aos outros. Os irmãos Valente fazem de tudo um pelo o outro. Os irmãos Valente não tem medo. Um por todos...