Capítulo 22

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Boa leitura! 

Ettore

Encaro corpo imóvel do adversário no tatame e sorrio ao constatar que ele está morto. Me viro para a plateia que grita ensandecida, eles adoram todo esse sague e os corpos sendo retirados do ringue.

Vasculho em meus bolsos e encontro mais um dos meus cigarros, acendo-o dando uma tragada, saindo do ringue.

—Que luta, Death! —O Carlo diz eufórico se aproximando de mim. —O que aconteceu para você ficar ainda mais letal?

Minha mente me leva para os acontecimentos de dois meses atrás, quando a aquela maldita, Antonella Salvatore, me deixou aos pedaços. Desde aquele dia eu me sinto oco, vazio por dentro. Dois meses, que eu não a vejo e que eu cortei qualquer contato com a minha família. Olhar para eles me faz lembrar dela. Estar perto deles me faz entender que nunca serei suficiente para ela e nem para eles. Um homem como eu não merece ser amado e eu finalmente entendi e aceitei isso.

—Quem será meu próximo oponente? —Jogo a bituca do cigarro no chão e apago com o pé. —Poderia me arrumar alguém mais forte? Essas lutas estão deprimentes, eles não aguentam um soco.

—Eu sou uma opoente a sua altura, Death? —Uma voz feminina bem conhecida por mim me chama atenção e nos viramos em direção a ela.

—O que faz aqui Martina? —Rosno e ela apenas sorrir para mim. —Vá embora!

—Como vai, Carlo? Tem alguma luta para mim hoje? —A minha irmãzinha diz sorridente estalando dos dedos e o Carlo me lança um olhar preocupado.

—Caçadora... —Sua voz soa tremula. Ele sabe que as coisas ficaram feias para ele independentemente, do lado que ele escolha. —Eu não acho que seja boa ideia você lutar hoje.

—Não? —A Martina diz docemente, mas o seu olhar faz o homem ao nosso lado perder a cor. — Por que não é uma boa ideia? —Ela caminha lentamente até ele.

—Caçadora, não faça isso com o nosso amigo! —A Alessa surge no corredor em que estamos e vejo o Carlo suspirar aliviado. —É claro que ele vai encontrar uma boa luta para nós! Não é querido? —A forma sensual como a Alessa diz me deixa irritado.

—Quero vocês duas fora daqui! —Minha voz ecoa como um trovão e elas me olham com desdém. —E você tira os olhos da minha irmã, se quiser sair vivo daqui. —O Carlo abaixa os olhos imediatamente e eu seguro no braço das suas puxando-as para longe. —Onde está a Donatella?

Minha pergunta é respondida na mesma hora, quando ouço gritos alucinados e olho para o ringue onde a minha irmã caçula soca um homem que se encontra desacordado no chão.

—Oi maninho! —Ela me olha e tem um sorriso nos lábios ao sair do ringue. —Entendi porque não sai desse lugar!

—O que as três estão fazendo aqui? —Solto o braço da Matina e da Alessa e encaro-as impaciente. —Não entenderam que eu quero distância? Vão embora!

—Quem disse que estamos aqui por você? —A Alessa olha em meus olhos e cruza os braços. —Se acha tão importante assim, Death? —Suas palavras são como um soco no estômago e eu sei que as mereci. —Como você é patético!

—Viemos buscar o nosso irmão mais velho! —A Martina me encara e eu me sinto frágil perto delas, como se essas três garotas pudessem ver todas as minhas fraquezas e dores.

—E se for preciso lutar com o Death naquele ringue para termos o Ettore de volta, vamos fazer isso! —A Donna diz emocionada e eu fecho os olhos trincando o maxilar. —Eu sei que está sofrendo, Ettore, mas se afastar da sua família vai tornar essa dor ainda maior.

Ettore -Série Irmãos Valente (Livro 4)Onde histórias criam vida. Descubra agora