Capítulo 20

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Boa leitura! 

Ettore

Cinco dias! Cinco dias foi o que precisei para me acalmar e não derrubar tudo. Queria ter ligada para a Antonella e dito que eu iria voltar, que eu só precisava de um tempo para colocar a cabeça no lugar, porém, perdi meu celular em uma briga de rua e minha mente não estava em um bom lugar nesses últimos dias.

Mas, agora eu posso voltar para casa e resolver o único problema que me resta, Franco Costa. Eu soube que ele está em Milão essa noite, em uma festa organizada por Arthur Gutierro, um mafioso para quem eu já fiz vários trabalhos como executor e que por sorte me convidou para essa festa.

—O que faz aqui, Rossi? — Me aproximo do Joseph que observa a festa de longe e dá um longo gole em sua bebida antes de voltar seu olhar para mim. —O velho mandou de te dar outra surra? —Provoco e ele me fuzila com os olhos. Sua cara está toda arrebentada e noto o sangue recente em sua camisa.

—Onde você esteve por todos esses dias, porra? —Sua irritação me pega de surpresa. —Quando vai parar de fugir?

—Vai se fuder, Rossi! Não somos amigos e não devo qualquer satisfação a você! —Rosno e ele dá um ultimo gole em sua bebida, deposita o copo em cima de uma mesa e se lança contra mim fazendo meu corpo se chocar contra a parede.

—Eu ditei as regras para que você voltasse para a vida da Alessa! —Ele diz entre dentes pressionando uma faca contra o meu pescoço. —Eu avisei que não era para sumir da vida dela e agora tem a Antonella que você trouxe para essa bagunça que você chama de vida! Qual é a sua? Todas as vezes em que as coisas apertam você foge como um menino medroso?

—Eu tenho os meus motivos! —Empurro-o e passo a mão em meu pescoço sentindo um filete de sangue escorrer. —Eu precisava pensar!

—Egoísta do caralho! Olha o que a porra da sua fuga fez! —Ele aponta para o salão e eu sinto todo o sangue do meu corpo se esvair ao reconhecer a mulher que desfila elegantemente ao lado de Franco Costa. É a minha Antonella! —Eu tenho certeza que o motivo para a Nella estar ao lado daquele psicopata, é você!

—O que ela faz aqui? —Minha voz sai em um sussurro inaudível e meus olhos acompanham a Antonella. Seus ombros rígidos, o sorriso falso pregado em seu rosto, seu corpo tenso, cada detalhe nela me chama atenção e antes que eu posso raciocinar eu caminho até ela.

—Querido, eu vou à toalete. —Ela toca o braço do Franco que apenas acena com a cabeça e eu a sigo até banheiro. —O que faz aqui, Ettore? —Sua voz fria me assusta e ela encara seu próprio reflexo no espelho.

—Eu que deveria te fazer essa pergunta, Antonella! Que porra você faz aqui e ao lado desse demônio? —Tranco a porta do banheiro e encaro seus olhos pelo reflexo do espelho.

—O que as pessoas fazem em uma festa? Se divertem, oras! —Sua postura me deixa momentaneamente mudo e ela se vira para mim. —Eu preciso voltar para a festa, meu noivo me espera. —Meus olhos desviam dos seus e encaram sua mão onde um anel reluz em seu dedo anelar.

—Nella... —Seguro seu rosto em minhas mãos buscando encontrar qualquer coisa da mulher que deixei em Verona dias atrás. —Me diz que isso é algum tipo de brincadeira? Me diz qualquer coisa que faça sentindo!

—Eu não amo você! —Ela olha para um ponto qualquer atrás de mim e sua voz é firme.

—Não! Não! Você disse que me amava cincos dias atrás, não pode ter mudado assim em alguns dias. Está me punindo porque eu fui embora? Eu posso explicar... —Não me importo se pareço desesperado, porque de fato eu estou. Essa não é a minha Antonella, não pode ser!

—Sua fuga só fez perceber que eu preciso de um homem de verdade ao meu lado e o Franco se mostrou esse homem! —Suas palavras me ferem como lâminas afiadas e eu sinto lagrimas encherem os meus olhos.

—Ele é um monstro, Antonella. Ele vai destruir você! Eu não vou permitir que fique ao lado dele! Vamos voltar para a casa e você vai voltar em si! —Seguro seu rosto com força temendo que ela escape.

—Eu estou onde quero estar e minha cabeça nunca esteve tão bem, Ettore! E o Franco não pode destruir o que já está quebrado! —Ela se afasta do meu toque como se a machucasse estar perto de mim.

—Eu vou matar aquele maldito! Tenho certeza que ele está forçando-a a fazer isso! —Digo desesperado sentindo meu coração ruir aos poucos.

—Se fizer qualquer coisa ao Franco, eu nunca vou perdoar você! —Ela diz nervosa —Se tem qualquer sentimento por mim, não vai tocar em um fio de cabelo dele se quer!

—Me diz o que preciso fazer para que você volte ao normal! Quer que eu implore para que não fique com ele? —Me ajoelho aos seus pés e abraço sua cintura. —Eu te amo, Antonella, não é possível que tudo que vivemos não tenha significado nada! —Lagrimas molham meu rosto e eu não me importo de estar tão exposto, faço qualquer coisa para sair desse pesadelo.

—Ettore... —Ela me abraça e lagrimas molham seu rosto. —Não faz isso, por favor! —Seus dedos limpam as minhas lagrimas com delicadeza. —Eu estou fazendo o que é melhor para nós dois —Aperto mais seu corpo contra o meu. —Eu peço que não me procure mais, não podemos ficar juntos. O Franco é o homem certo para mim! —Seus lábios tocam minha testa em um beijo de despedida e ela se afasta de mim.

—Algum dia você me amou, Antonella Salvatore? —Vejo seu reflexo pelo espelho e ela se mantem de costas para mim.

—Não! Eu nunca amei você, você foi apenas uma aventura, Ettore Valente! —Ela destranca a porta e sai, levando meu coração com ela.

Soco o espelho em minha frente sentindo sangue escorrer dos meus dedos, mas a dor física não se comparar a esse dor em meu peito que me sufoca e meu reflexo no espelho apenas mostra o homem que acabou de ser destruído pela única mulher que amou. 





Isso doeu! O que acharam dessa despedida? A Nella vai aguentar essa farsa por muito tempo? 

Comentem e votem! 

Até Domingo. 

Ettore -Série Irmãos Valente (Livro 4)Onde histórias criam vida. Descubra agora