01 - A RAINHA DOS SETE MARES

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O vento quente que saiu das narinas de Thunderstorm agitou os cachos mesclados de Onira, fazendo-a sorrir

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O vento quente que saiu das narinas de Thunderstorm agitou os cachos mesclados de Onira, fazendo-a sorrir. Sua mão acariciou o focinho do dragão fêmea de escamas azuis acinzentadas e olhos amarelos. A conexão das duas era forte. Quando a lady foi enviada para conter uma rebelião, a dragão foi a única que tinha total certeza de que ela não cumpriria com a promessa de voltar em um ano.

— Sente saudades dos outros dragões? — Onira perguntou enquanto a dragão suspirava — Nem vem, você nem era tão sociável assim.

Onira riu quando Thunderstorm bateu o rabo contra o chão, causando um leve tremor.

— Lady Onira Velaryon. — sir Eusebius, um dos marinheiros da frota que ela liderava, se aproximou com cautela, mantendo certa distância com relação ao dragão — Notícias de Driftmark.

— Fique. — comandou em alto valiriano para que a dragão se aquietasse

Desceu da pedra alta onde estava com seu dragão e caminhou até Eusebius, que tinha o papel enrolado na mão.

— Minha senhora. — ele se curvou ao passar o papel para ela

Onira rompeu o lacre do carimbo com o símbolo de sua casa e desenrolou o papel, reconhecendo a caligrafia de seu pai. Era raro que ele mesmo escrevesse a correspondência.

“Você já deve ter recebido a correspondência dizendo que seu irmão irá se casar com a princesa Rhaenyra, porém agora não é um lorde que escreve para uma lady e sim um pai escrevendo para sua filha.

Sua presença é requisitada na côrte durante todo o cortejo de noivado e casamento. Fizemos tudo o que pudemos, Onira, mas sua jornada pelos mares acabou. É hora de voltar pra casa.

Isso é uma ordem!

Papai”

A jovem respirou tão fundo que seus ombros chacoalharam. Ainda não teve tempo para se acostumar com a ideia de que Laenor estava de casamento marcado. Ainda mais com a futura rainha governante dos Sete Reinos. Sabia das singularidades do irmão, porém já era de se esperar que diferente dela, ele não conseguiria fugir das tradições.

Amassou o papel entre seus dedos e, atrás dela, o dragão sentiu sua oscilação de humor. Onira ainda nem havia embarcado para seu retorno, mas já planejava um jeito de sair daquela côrte sem um compromisso.

— Senhora? — Eusebius chamou sua atenção após um longo período de silêncio

— Prepare os navios. — ordenou — Avise aos navegantes que estamos nos retirando.

— E para onde iremos, lady Onira?

— Para onde estão tentando me matar. — murmurou

O homem franziu o cenho, sem compreender.

— King's Landing. — bufou — Sōvegon!

Ao comando, Thunderstorm bateu suas asas grandes e voou para o céu, enquanto Onira descia a colina como se estivesse marchando para a guerra.

Do outro lado do mar, os funcionários da Fortaleza Vermelha se apressaram para que tudo ficasse pronto no momento certo. Erros não seriam perdoados e todos sentiam-se felizes pelo momento importante na vida da menina de Viserys.

Pelos corredores, enquanto a princesa Rhaenyra era bombardeada de informações sobre vestidos, tecidos e doces, Laenor se escondia atrás das pilastras para ficar o mais longe possível da preparação. Queria ver Joffrey e observá-lo usando a roupa escolhida para a ocasião, mas Lorde Corlys deixou claro que só permitiria que Joffrey fosse junto com eles, caso Laenor prometesse que não ficaria agarrado ao rapaz para cima e para baixo.

No jardim, Rhaenys andava de um lado para o outro, enquanto sua cabeça fervilhava com pensamentos. Corlys sorriu ao observar a agitação da esposa, mas suspirou ao se aproximar. Sabia que quando Rhaenys estava agitada, ele também ficaria agitado. É assim desde que Onira foi embora, quatro anos atrás.

— Os deuses vão ficar enjoados de te verem andando de um lado pro outro assim. — elevou a voz para chamar a atenção dela

— Os deuses entendem minha agonia. — ela respondeu

Corlys suspirou e parou, cruzando as mãos à frente do corpo.

— Você escreveu para ela? — perguntou ainda andando

— Eu enviei a mensagem há duas semanas, querida.

— Ela já devia ter chegado. — esbravejou — Ou, pelo menos, ter respondido.

Rhaenys suspirou ao parar e encarar o marido.

— Você mesmo escreveu a carta, não? — ergueu uma sobrancelha

— Sim, minha senhora. Onira verá a minha caligrafia assim que desenrolar o pergaminho.

— Ela não terá como ignorar, sabendo que você mesmo escreveu. — suspirou mais uma vez — Eu é quem deveria ter escrito.

— Onira virá, Rhaenys. — apoiou as mãos nos ombros da esposa — Ela não perderia o casamento do próprio irmão.

— Perderia se isso ameaçasse a vida libertina dela. — rebateu — Eu te disse que ela não ia voltar em um ano.

— E eu te disse que Onira nasceu da tempestade e das ondas do mar. Não tinha como mantê-la aqui.

— Tinha, se você tivesse me apoiado. — rebateu mais uma vez — Você tem o coração mole e eu saio como uma megera para os nossos filhos.

— Deixe a menina ser feliz. — Corlys suspirou — Nós temos uma boa aliança com a casa Targaryen, não precisamos casá-la com ninguém, já somos fortes.

— Não é uma questão de ficar forte ou fraco. — se virou para encará-lo — Eu só quero os meus filhos por perto.

Corlys sorriu gentil e afagou os braços da esposa, tentando acalmá-la.

— Precisa deixar seus dragõezinhos saírem do ninho. — murmurou

Rhaenys revirou os olhos.

— No entanto, reconheço que tem razão. — se olharam — Eu deveria ter exigido uma resposta por escrito. Ela já deveria ter chegado.

— Do jeito que ela é, não me surpreenderia se ela tivesse decidido vir de barco, só para não chegar a tempo. — Rhaenys bufou

Corlys sorriu.

— Vamos nos arrumar, ela vai chegar.

— E se não chegar?

— Ela vai chegar, Rhaenys.

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Vamos fazer um bolão? Onira chega ou não chega no noivado do irmão?

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Vamos fazer um bolão? Onira chega ou não chega no noivado do irmão?

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