Após a queda da Valíria, duas casas mantiveram o legado de glória e poder. Os Targaryen viraram reis e rainhas, os Velaryon se transformaram nos guerreiros dos mares. A Serpente Marinha e o Dragão de Três Cabeças seguiram aliados, derrotando seus in...
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Os baús estavam cheios e bem embalados, sendo carregados por seus lacaios. Enquanto Daemon estava sentado de pernas cruzadas na varanda, Onira estava no outro cômodo, de onde era possível ouvir suas lamúrias e gemidos. Havia passado boa parte da manhã com o rosto enfiado em uma grande bacia, vomitando os restos do jantar do dia anterior e das frutas do café da manhã. O príncipe estava feliz e, dessa vez, mais atento aos sinais. Já estavam casados há pouco mais de dois meses, a silhueta dela já era diferente, a disposição havia mudado. Estava mais lenta, sonolenta, preguiçosa. Mas não seria ele o primeiro a dizer em voz alta o que estava acontecendo. Pacientemente, ele esperaria e observaria.
— Merda! — ouviu a esposa resmungar
Passando pra varanda, Onira chutou um dos baús que estavam no chão, depois de tropeçar. Dois de seus empregados se desculparam e tiraram o baú de seu caminho. O sol bateu contra seu rosto e houve um contraste. Daemon pode ver o quão pálida ela estava. Tinha o rosto molhado e uma caneca com chá de hortelã na mão. Ela não o olhou, apenas se aproximou do guarda-corpo e encarou o horizonte, vendo as construções de Pentos.
— Você está bem? — ele perguntou enquanto a observava
— Vou ficar assim que sentir o cheiro do mar. — ela respondeu
Usava um vestido sem mangas preso com amarras ao redor de seu pescoço. Os seios marcando sob o pano delicado, a silhueta bem definida no corte. Onira é uma mulher robusta e sua situação atual a deixava ainda mais bonita.
— Eu estava pensando, enquanto colocava minhas tripas pra fora. — ela resmungou
— Pois compartilhe comigo. — ele se permitiu rir do comentário
— Acho que poderíamos passar em King's Landing antes de atracarmos em Driftmark.
Daemon estreitou os olhos.
— E o que faremos em King's Landing?
— Sinto saudades de Laenor. — ela suspirou — Ele é meu irmão, não sei ficar longe por muito tempo.
— Sei. — ergueu uma sobrancelha
O tom de voz do príncipe a fez se virar para olhá-lo.
— Não gostei do seu tom. — ela murmurou
— Que tom? — ele olhou em seus olhos
— Daemon. — foi a vez dela estreitar os olhos
Daemon cruzou as mãos em seu colo e encostou a cabeça na cadeira, a encarando.
— Laena também é sua irmã. — ele diz — E, pelo o que eu sei, você e ela são mais unidas do que Laenor e você. Imagino que também tenha saudades.
— Daemon…
— O que me faz pensar, minha querida esposa. — ele a interrompeu, fazendo-a encará-lo contrariada — Talvez você esteja com saudades de mais alguém, além de Laenor. Sir Harwin? — ergueu uma sobrancelha — Viserys? Rhaenyra é meu palpite final.
