21 - A COROA E A SERPENTE

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Pela primeira vez em anos, não estavam sobre seus dragões

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Pela primeira vez em anos, não estavam sobre seus dragões. Quando o Black Snake, navio de Lady Onira, atracou em Dragonstone no nascer do sol, toda a pequena família estava reunida no convés, observando o céu laranja e os dragões que voavam inquietos, acima de suas cabeças. Ninguém havia conseguido dormir durante a noite, desde que o bilhete furtivo de Rhaenys Targaryen chegou até as mãos de Onira, trazendo a informação que eles menos queriam. O rei estava morto e um golpe estava se instalando na Fortaleza Vermelha, tomando King's Landing na base de ameaças, omissões e muita sujeira.

— Seu pai chegou um pouco antes de nós. — Daemon se aproximou de Onira, no convés, enquanto ela observava os dragões voando sobre suas cabeças — Está descansando no castelo.

— Ele está bem? — ela perguntou sem olhá-lo

— Está.

— Não esconda-me nada, marido. — a voz dela vacilou — Ele está bem?

Com o golpe instalado e a Serpente Marinha derrubada, Onira percebeu que estava em guerra — ainda que não houvesse um anúncio público de guerra. Ela estava preparada a vida toda para tomar o lugar do pai, mas agora sentia receio. Em todas as suas batalhas, Corlys estava ao seu lado, apoiando moralmente enquanto todos estavam contra ela. Pensar que a vida dele estava por um fio agora, depois de Laenor e Laena, era doloroso e a fazia sentir medo.

Daemon percebeu do que aquilo se tratava e se juntou a ela, apoiando sua mão na dela. Eles se olharam e ela relaxou um pouco.

— Seu pai está bem. — ele garantiu — E você tem a mim. Nunca se esqueça disso.

Onira assentiu em um aceno de cabeça e voltou a observar os dragões.
Do outro lado do convés, as crianças estavam em silêncio, também observando os dragões voando no céu laranja acima deles. Estavam sob a vista dos pais, mas longe o suficiente para que não ouvissem o que eles diziam. Daena suspirou quando viu o pai abraçar sua mãe e desejou, no fundo de sua alma, que as coisas fossem um pouco mais fáceis.

— Papai disse que a vaca da Alicent deve tê-lo matado. — Aerion resmungou com sua irmã Laenyra em seu colo, que cochilava com a cabeça em seu ombro

— Você viu o estado dele, irmão. — Rhaenerys comentou — Era só uma questão de tempo.

— Ao menos ele teve uma última noite feliz. — Daena suspirou voltando a encarar o céu — Era falso para todo o resto, mas para ele foi real.

Ficaram em silêncio, Aaron, o mais novo, parando na frente de Daena, a mais velha e sentindo suas mãos em seus ombros. Ele também estava com sono, assim como Laenyra, mas toda a tensão não o deixava dormir.

— Mamãe devia ter se casado com ele. — Aerion murmurou

— Não diga isso. — Daena o reprimiu

— Nosso pai a ama. — Rhaenerys apoiou a irmã

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