03 - OLHARES, CORTEJOS E SANGUE

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Trajava o azul de sua casa em um vestido longo, leve e esvoaçante

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Trajava o azul de sua casa em um vestido longo, leve e esvoaçante. Tinha os ombros de fora e mangas que desciam até seus cotovelos e caíam os tecidos, exibindo os braceletes de ferro que ela usava. Haviam adornos prateados em sua cintura, assim como as pedras em seu colo. Manteve os anéis na trança frouxa que prendia seus cachos para trás e o anel com corrente em seu nariz, assim como sua espada na bainha.
Onira era a mulher mais observada naquele salão. Por sua beleza, sua postura e por não ser vista a tanto tempo. Ela sabia e sentia os olhares sobre si, mas não ligava para nenhum.

— Obrigada pela companhia, Sir Harwin. — agradeceu — E por ter me mantido segura.

— Se me permite dizer, lady Onira, tenho grandes motivos que me fazem crer que foi a senhora quem me manteve seguro. — ele comentou sorrindo

Onira se permitiu sorrir diante do homem tão bonito. Ele a levou até a cadeira vazia entre Otto Hightower e Daemon Targaryen e a deixou, após puxar a cadeira para ela.

— Agora podemos começar. — o rei Viserys se levantou e todos abaixo daquela mesa se levantaram com ele — Em nome da casa Targaryen, eu agradeço a presença de todos aqui, para celebrar a união entre minha filha, a princesa herdeira Rhaenyra Targaryen e Laenor Velaryon, herdeiro de Driftmark. — ele ergueu sua taça — Um brinde ao futuro!

— Um brinde! — todos ergueram suas taças

— Viva a princesa Rhaenyra!

— Viva!

Enquanto todos se sentavam, finalmente começando o banquete, Onira bebeu um longo gole de vinho e se serviu se carne de javali.

— O que tem contra os homens? — a voz de príncipe Daemon chegou aos seus ouvidos

Onira franziu o cenho e olho para seu lado direito, onde o príncipe estava sentado.

— Por que acha que eu tenho algo contra os homens, meu príncipe?

Daemon sentiu uma fisgada em sua virilha ao ouvir sua voz.

— Se não tem nada contra os homens, por que nos priva do deleite que é ver sua silhueta em um vestido?

Onira sorriu sem mostrar os dentes. Um comentário tão audacioso assim só poderia mesmo ser dito pela boca de Daemon Targaryen.

— Não me diga que é dessas que prefere as calças.

— Não sou nem dessas e nem daquelas, príncipe Daemon. — Onira responde cautelosa — Não acredito que tenha muitas mulheres iguais a mim andando por aí.

— Se tivesse, eu teria notado, de fato.

Daemon havia adorado vê-la trajando aquele vestido de modelo das Cidades Livres, embora ainda não saiba dizer se a achou mais bonita no vestido ou no traje ousado em que chegou. Vestidos são mais práticos, é um fato, mas não se importaria em perder um pouco mais de tempo desatando os nós daquela calça.
Durante o banquete, enquanto Laenor e Rhaenyra dançavam, Daemon notou a troca de olhares entre sir Harwin Strong e lady Onira. Pela forma como ela o olhava, soube de imediato que ela não era tão inocente assim. Porém queria que ela dirigisse esses olhares para ele e não para um cavaleiro qualquer.

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