Dangerous Love

Capítulo Quatro

[...]

Clarice tinha imaginado que o salão de festas da mansão fosse algo menor, considerando que era apenas uma parte da construção.

Mas estava enganada.

Completamente enfeitado nos tons discretos de azul e branco, repleto de flores e castiçais de cristal, o salão era de um tamanho consideravelmente grande.

As inúmeras mesas redondas de 5 lugares cada, dispostas por todo o ambiente, possuíam elegantes arranjos de orquídeas brancas em seu centro, além de pratos, taças e talheres dispostos com elegância – mais do que Clarice saberia usar, com certeza.

– Uau – não pôde deixar de exclamar para si mesma ao admirar a decoração impecável.

Luca e Olivia haviam ficado na igreja tirando algumas fotos e Aidan havia ido para algum lugar fazer alguma coisa que ela não sabia bem o que. No fim, se as únicas três pessoas que conhecia sumiam, apenas restava a ela ficar sozinha.

– Gostou? – se surpreendeu quando ouviu alguém perguntar próximo a si.

Era uma mulher, uma das poucas presentes na cerimônia. O sotaque carregado, diferente dos que havia escutado até agora, sugeria que não era italiana. Tinha olhos castanhos e o longo cabelo loiro-escuro estava preso num coque baixo, com uma franja cortada rente às sobrancelhas. O vestido verde musgo lhe caía muito bem, contrastando com a pele clara.

– Eu adorei – respondeu Clarice, sincera – Você quem fez?

– Ajudei Olivia a escolher a decoração – confirmou, estendendo uma das mãos para Clarice – Muito prazer, sou Ivana.

Clarice aceitou a mão que a mulher lhe estendia, vendo que era gelada como gelo, de dedos finos e compridos.

– Clarice, e o prazer é meu.

Ivana sorriu para ela, simpática.

– Olivia me falou muito de você. Na verdade, ela só fala de você desde que chegou aqui.

A morena soltou uma risada constrangida.

– Fomos a única família uma da outra por muito tempo, então...

– Sim, ela me contou sobre isso também. Você é uma amiga leal, Clarice.

Clarice pigarreou, constrangida, sentindo que suas bochechas já queimavam.

Nunca sabia como agir quando lhe elogiavam.

– Você trabalha com o Aidan e o Luca?

– Pode-se dizer que sim, mas é meu marido que tem mais contato com eles.

Bom, nem adiantava perguntar, já tinha decidido desistir de tentar entender como funcionava a empresa de Aidan.

– Seu sotaque... Você não é italiana, é? – a morena resolveu promover uma mudança sutil de assunto.

Ivana negou com a cabeça.

– Sou da Rússia. Como Olivia, me apaixonei e vim parar... Bem, aqui.

Clarice riu junto com Ivana.

– Esses homens italianos devem ter mesmo alguma coisa que enfeitiça as mulheres. Quer dizer, eu nunca imaginaria Olivia se mudando para outro país para se casar e olhando para você... Posso presumir que também não estava nos seus planos morar na capital mundial da moda.

Ivana deu de ombros, mas discretamente sorria apaixonada.

– O que posso dizer? Sou tão culpada quanto ela. Quando resolvi me casar, já sabia que teria que vir para cá. Me envolvi com ele sabendo disso.