Capítulo Vinte e Seis

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[...]

Tinham invadido sua casa e sequestrado sua noiva.

Tinham invadido sua casa e sequestrado sua noiva.

Tinham invadido sua casa e sequestrado sua noiva.

Não conseguia digerir as palavras, não conseguia assentar a ideia em sua cabeça. Sua mente dava voltas e voltas, mas simplesmente não conseguia entender.

Num instante, Aidan tinha tudo. No outro, tinha perdido absolutamente tudo, restando apenas o vazio para preencher sua vida e sua alma.

Não conseguia assimilar.

– Eles com certeza vão entrar em contato e tentar algum tipo de negociação – ouviu Henri dizer, mas não retirou seus olhos de onde estavam.

A taça de vinho, que ele mesmo havia servido poucos segundos antes de tudo acontecer, havia virado, derramando o líquido vermelho sobre o tapete branco.

Aidan odiava como aquilo parecia uma mancha de sangue.

– Já fazem quase quatro horas – observou Marco, a voz nervosa – Não sei porque estão esperando tanto.

– Estão nos testando, é óbvio – respondeu Denki, a voz sempre profunda parecendo ainda mais rouca

– Invadiram a mansão sede da família e sequestraram a futura esposa do nosso Don bem debaixo no nosso nariz – rosnou Henri – Isso já não é provocação o suficiente?!

– Isso só reforça nossa teoria de que o chefe da Maiali realmente tem algo pessoal contra o Don – observou Vittorio, a face séria e a voz baixa.

O celular de Clarice estava caído no chão, a tela rachada e escura, mas Aidan sabia que poucas horas atrás o aparelho exibia uma foto de seu afilhado, que sua noiva queria mostrá-lo com tanta alegria.

Mordeu sobre os dentes e fechou os olhos quando a cólera lhe subiu.

Não suportaria isso, não suportaria. Clarice não estava segura, não estava consigo, e isso era algo que Aidan não conseguiria lidar.

– Fechem a cidade – ele pronunciou, a voz rouca atraindo a atenção de seus companheiros.

– O quê? – perguntou Denki, surpreso.

– Fechem. A. Porra. Da. Cidade – Aidan voltou a dizer, dessa vez pausadamente.

Henri, Marco e Denki se entreolharam.

A ordem de fechar a cidade era algo raro. Envolvia convocar absolutamente todos os membros da família para que saíssem de seus postos e atividades comuns e se concentrassem apenas nas ordens que viriam diretamente do Don. Comércios, restaurantes, bares, teatros e museus... Tudo seria fechado, as estradas bloqueadas, apenas os hospitais e serviços essenciais funcionando, a cidade inteira à mercê das ordens do Don.

Ninguém entrava e ninguém saía, na verdade, ninguém sequer respirava sem que o Don tomasse conhecimento de seus movimentos. Uma boa estratégia para pressionar o líder da Maiali, envolvê-lo, deixá-lo sem saída ao ponto de obrigá-lo a se revelar, obrigá-lo a sair do beco escuro onde se escondia.

Uma ação que com certeza atrairia a atenção de muitas pessoas: inimigos, aliados e da polícia.

Aparentemente, o sequestro de Clarice era motivo suficiente para que Aidan desse uma ordem como essa.

(...)

Clarice acordou em meio a um galpão escuro e vazio.

Por conta da adrenalina, seus olhos se acostumaram à pouca luz quase que instantaneamente. Agitada, com a respiração acelerada, a morena mexia sua cabeça para um lado e outro, tentando entender onde estava.

Dangerous LoveOnde histórias criam vida. Descubra agora