Capítulo Vinte e Quatro

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[...]

Quatro meses se passaram. Para Clarice, provavelmente os dias mais atarefados de sua vida.

Desde que ela e Aidan haviam se acertado, os preparativos para o casamento haviam começado e junto com eles sua completa perda de paz. Eram tantos detalhes para planejar que ela jurava que os seis meses que havia estipulado de prazo não seriam suficientes para arranjar tudo.

Felizmente, ela tinha ajuda. Na falta de Olivia, que permanecia em repouso total por conta de sua gravidez, Vittorio estava sendo seu verdadeiro anjo de casamento. Ele havia se tornado uma espécie de consultor, ajudando-a a optar apenas por coisas possíveis e organizando a segurança do casamento conforme os preparativos da noiva. Em resumo, Clarice planejava e Vittorio dizia se era ou não possível e, se sim, adequava aos parâmetros de segurança da família.

Tudo para que tanto a cerimônia quanto a festa ocorressem sem nenhum tipo de surpresa desagradável.

Já Aidan, por outro lado, a cada dia ficava mais e mais impaciente. A Maiali não se movimentava desde o acidente de Olivia e o moreno insistia em dizer que isso não era bom sinal. Para o Don, a organização criminosa estava silenciosa pois estava em planejamento, orquestrando seu próximo ataque. Isso o deixava com os nervos à flor da pele, gritando com tudo e todos, redobrando a segurança sobre Clarice e, claro, colocando o terror em todos os membros do núcleo. Constantemente eles enviavam uma mensagem de texto à Clarice com um simples "socorro" escrito em letras garrafais. A partir disso, ela já sabia o que tinha que fazer: resgatar os marmanjos de um chefe à beira de um colapso.

Porém, apesar de todos os contratempos, as coisas estavam indo bem. Aidan era um noivo muito mais compreensivo e participativo do que Clarice jamais poderia imaginar. Ele era bom para ela o tempo todo, ou ao menos se esforçava para ser. Era carinhoso e estava tentando com afinco domar sua personalidade explosiva, pelo menos com ela. Quando se sentia nervoso, pedia para que Clarice se afastasse por um momento. Nessas ocasiões, a morena entendia a situação e deixava que ele lidasse com o próprio temperamento, se afastando até que ele voltasse a procurá-la, já mais calmo e pronto para conversar.

Em resumo, Aidan e Clarice estavam se adequando um ao outro. Tinham suas muitas diferenças, mas estavam aprendendo dia a dia sobre cada uma delas e como contorná-las.

Jamais seriam um casal completamente normal, mas isso não era necessariamente uma coisa ruim.

Já Leonel estava surtando. Não havia lidado muito bem com a notícia de que sua filha recém descoberta iria se casar. Quando Aidan foi até ele pedir a mão de Clarice, o Salvatore tinha esbravejado com o moreno por pelo menos uma hora inteira, berrando a ele condições e ameaças que deixaram os pelos da nuca de Clarice em pé.

Entretanto, ele sabia que não tinha jeito. Clarice já tinha decido se casar, já tinha escolhido Aidan para ser seu companheiro e não adiantaria de nada ser contra a união, já que isso só afastaria sua filha de si. O jeito era se conformar, aceitar o casamento e ficar de olhos muito bem abertos: ao mínimo passo em falso de Aidan, Leonel o esganaria lentamente. Simples e fácil.

O Don não sobreviveria se magoasse sua filha ou a colocasse em risco. Ele não sobreviveria nem se fizesse algo que ela não gostasse, e isso Leonel Salvatore poderia garantir com o maior prazer.

Outra que estava tão próxima de um colapso quanto Aidan e Leonel era Olivia. Beirando os oito meses de gestação, a ruiva não se conformava com o fato de ter que ficar presa em casa, sem poder meter o bedelho nos preparativos do casamento de Clarice. Reclamava com a amiga durante suas visitas constantes, mas não se sentia tão de fora já que Clarice a atualizava de tudo aos mínimos detalhes.

Dangerous LoveOnde histórias criam vida. Descubra agora