"Estranho seria se eu não me apaixonasse por você".Pov Maraisa
Quem não conhecia almira em pessoa a considerava fria e arrogante. Mas ninguém, nem mesmo aqueles que não gostavam dela, podiam negar sua força. Quando sete delinquentes totalmente chapados assassinaram cruelmente meu pai, o senador Marco Cesar, ela se manteve impassível em público. Ouviu os pêsames de eleitores, de estranhos e de muitos colegas de trabalho dele com uma expressão tranquila e um aceno de agradecimento. Todos ficaram maravilhados com sua compostura. Mas, no fundo, sabia que ela estava morrendo.
Seu coração tinha sido arrancado do corpo, deixando um buraco que não podia ser preenchido com as palavras de empatia ou o toque dos entes queridos. Marco era tudo para ela, e quando soube que ele tinha morrido, tendo sido espancado com tanta violência que acabou sofrendo um derrame cerebral, minha mãe considerou tirar a própria vida para ficar com ele.
Uma saída fácil, egoísta e desesperada. Por semanas após sua morte, Almira se deitava na cama que eles dividiram e chorava. Ela gritava, berrava, jogava coisas, batia até em si mesma, mas a dor permanecia. O buraco era grande e cavernoso e nada podia estancar sua dor a cada vez que abria os olhos e percebia que seu marido ainda estava morto.
Nada, exceto eu.
Eu que tinha testemunhado o assassinato do meu próprio pai, estava calada, pálida e desesperada para que minha mãe me dissesse as palavras que tirariam a dor que me consumia por completo. Almira hoje sabia que tinha sido egoísta em seu próprio luto, ao ponto de não perceber que precisava dela, assim como ela precisava de mim. Mesmo assim, ela não conseguia olhar em minha direção. Aquilo estraçalhou ainda mais meu coração e contribuiu para a crença de que minha mãe me culpava pela morte de Marco Cesar.
Devia ter parado aqueles homens maus, devia ter protestado. E, se aquela desconhecida não estivesse lá, talvez tivesse conseguido. Os angustiados "se" de uma menina de 9 anos cujo o único desejo era ver seu pai entrar pela porta novamente. Durante a terapia, Almira começou a perceber o que estava fazendo comigo. Ficou devastada ao saber que eu acreditava que era a culpada. Minha mãe prometeu que sempre me protegeria, pelo resto da vida. Infelizmente, assim como a aparência do meu pai, tinha herdado sua determinação. Era teimosa ao extremo e, quando decidia alguma coisa, nunca titubeava. Sei que doía em minha mãe ver-me ignorar suas preocupações com tanta facilidade. Ela tentou incansavelmente, embora sem sucesso, me afastar do caminho que escolhera em trabalhar na prisão.
- Mãe, parece que você está sofrendo de gases. O que foi?
O olhar cortante de Almira atravessou toda a sala de meu apartamento no Upper East Side até chegar até mim.
- Não precisa ser grosseira. Eu só estava pensando - ela balançou sua taça de vinho - Como está Rosi?
Dei de ombros.
- Está bem. Ocupada. Ela virá hoje à noite com Simone.
Minha mãe deu um suspiro melancólico enquanto eu acabava de arrumar o cabelo e olhava para meu novo vestido de aniversário.
- É maravilhoso que elas estejam estabelecidas, casadas e tenham empregos respeitáveis.
Respirei fundo, largando os braços ao lado do corpo.
- Sei que você está desesperada para ter netos, mãe, mas podemos adiar isso só mais um pouquinho até eu me estabelecer? - ela pegou sua taça e tomou um gole de vinho - E minha profissão é respeitável. Sou professora.
Ignorando a réplica quanto à minha profissão, ela riu.
- Ah, querida, por mais que eu deseje ter netos, só quero que você seja feliz e fique com alguém que cuide e ame você. Não tem pressa, você é nova - ela fez uma pausa - Mas não existe ninguém em quem você esteja interessada?
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Desejo Proibido - Malila
FanfictionCarla Maraisa nasceu em berço de ouro. Filha e neta de senadores, a bela garota de cabelos negros e curvas perfeitas se formou em Literatura e surpreendeu a todos ao decidir dar aulas em uma penitenciária. Mas quando Marília Mendonça, uma detenta in...