Capítulo 24 - Essa é a minha garota

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"Eu soube desde o primeiro momento que eu ficaria por um longo tempo, porque eu gosto mais de mim quando estou com você".

Pov Maraisa

O som de "OMG" passou a soar alto no meu celular, indicando uma chamada. Tirei-o da bolsa e vi o nome de Simone piscando na tela sem parar. Atendi rapidamente.

- Oi Simone, como você está?

O sorriso dela podia ser ouvido em sua resposta.

- Eu quem devia perguntar isso.

- Eu estou bem.

- Isso é bom. Então, hum, desculpa Maraisa. Eu sei que esconder aquilo de você foi errado e prometo que não vai voltar a acontecer.

Suspirei.

- Tudo bem, mas só irei falar com Rosi quando estiver pronta, tá?

- Está bem.

Pressionei os lábios e respirei fundo, tentando afastar a tristeza que me dominava cada vez que deixava de atender as ligações de Rosi ou de minha mãe.

- Então, você recebeu o e-mail de Mendonça? - perguntei, mudando logo de assunto - Os detalhes foram suficientes?

Ela riu.

- Ah, sim. Foi por isso que liguei. Está tudo pronto para a reunião com Luisa amanhã. O que Mendonça mandou foi fantástico. Agradeça a ela. Como é que ela conseguiu aquilo?

- Não faço ideia. Não ousei perguntar.

- Bom, rendeu uma leitura bem interessante. Parece que nossa Luisa tem brincado com quem não devia. E, se os acionistas ficarem a saber, que têm uma ex-presidiária na diretoria da empresa, será o menor dos problemas dela.
Eu não tinha dúvidas. Desde que pedi a Simone para ajudar Marília com a reivindicação de sua empresa, ela tinha trabalhado como um cavalo, cobrando favores e fuçando qualquer tipo de sujeira que pudesse encontrar. E não levou muito tempo para achar. Mesmo que Luisa fosse prima de Rosi, sabia que Simone faria qualquer coisa para me ajudar.

- Vocês vão se encontrar amanhã? - perguntei, entrando em meu carro no estacionamento de Arthur Kill.

- Sim - ela riu - Luisa deve estar curiosa para ter marcado uma reunião em um sábado.

- Você tem mantém informada?

- É claro.

- Ótimo - repousei a cabeça no banco do carro - Obrigada, Simone. De verdade. Você não tem ideia do que isso significa para mim.

- Claro que tenho, Maraisa. Por que você acha que concordei em fazer isso? Ainda mais com a prima da minha noiva.

Sorri.

- Você é minha heroína.

- Eu sei. Só se lembre disso quando sua namorada milionária quiser emprestar um dos seus carrões.

- Ela não tem nenhum carrão, Simone - respondi, rindo.

- Então ela é uma boba. Cuide-se, tá?

- Está bem.

Deixei Arthur Kill com uma bagagem no porta-malas e um alvoroço no coração. Depois de encerrar a ligação, desliguei o celular, ignorando as duas mensagens de voz de minha mãe. Não nos falávamos havia mais de uma semana e, apesar de sentir sua falta, o alívio de não ter que ouvir seu discurso diário incansável era maior que tudo. A culpa tinha ameaçado aparecer, mas a empurrava para o fundo do abismo que continuava aumentando entre nós duas. Este fim de semana seria só meu e de Marília. Todo o resto era irrelevante.
A excitação floresceu dentro de mim. Ela tinha sido incrivelmente misteriosa com relação ao que havia planejado e sobre o lugar onde iríamos ficar, dando-me indicações breves e dicas enigmáticas que passei toda a semana tentando desvendar. Por sorte, o trajeto foi bastante fácil. Não era muito boa com direções, mas sabia que estava seguindo rumo à costa, especificamente aos Hamptons, o que me confundia bastante, para dizer o mínimo. West Hampton Dunes era uma região extremamente próspera, repleta de pessoas que faziam mais o estilo labrador, cachimbo e chinelo do que metais, tatuagens e couro. Tinha certeza de que Marília não condizia com nada por ali.

Desejo Proibido - Malila Onde histórias criam vida. Descubra agora