Capítulo 27 - Você é meu tudo

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"Eu prometo te dizer eu te amo todas as noites e te provar isso todos os dias".

Pov Marília

Enquanto íamos parando gradualmente ainda enroladas uma na outra, nossas respirações pesadas e ofegantes preenchiam a sala, iluminada apenas pela lareira que ainda flamejava. Os meus olhos foram se abrindo, à medida que as palavras de Maraisa pairavam sobre nós. Como uma estátua, ela permaneceu no meu colo. Seus braços continuaram envolvendo meu pescoço e nossos rostos se mantiveram colados. Minha cabeça se movia a mil por hora, e podia sentir seu coração batendo no mesmo ritmo que o meu.

Movi o polegar com delicadeza, tocando as covinhas deliciosas na sua lombar, e respirei fundo.

- Pêsse...

- Shhh - interrompeu, em um tom baixo e ansioso - Só isso. Shhh. Não diga nada - fiz menção de mover a cabeça e olhar em sua direção, mas Maraisa me segurou firme - Não se mexa. Por favor.

Confusa, continuei abraçando-a na mesma posição, aconchegada no seu calor. Expirei um tanto trêmula, preocupada, ao ver que ela permaneceu em silêncio. Por que Pêssegos estava tão quieta, droga? Será que tinha se arrependido de dizer aquelas palavras? Talvez tivesse sido um mero impulso inspirado pelo sexo incrível que tínhamos acabado de fazer. Talvez ela não estivesse falando sério. Surpreendentemente, o meu coração parou com aquele pensamento em particular.

- Maraisa - suspirei - Por favor.

- Desculpe - sua voz era trêmula.

Engoli em seco. Ouvi Pêssegos fungar alto e tentei olhar seu rosto novamente, mas ela era forte demais.

- Maraisa - supliquei - Olhe para mim.

- Não consigo.

- Por que não?
- Porque eu... não consigo. Eu não devia...

Ao ouvir aquelas palavras, segurei em seus pulsos e os afastei. Enquanto segurava seu rosto carinhosamente, deixei que meu olhar passasse questionador pela sua face. Imediatamente uma sensação enorme de desconforto se alojou dentro de mim, quando percebi que Maraisa estava chorando e sua expressão era de dor.

Mordendo o lábio inferior, afastei os cabelos úmidos do seu lindo rosto.

- O que você não devia ter feito?

Se tinha sido apenas um tropeço, então queria ouvi-la dizer. Por mais masoquista que isso parecesse, se Maraisa falou aquelas palavras sem ter a intenção, precisava saber. Queria acreditar nela, de verdade, mas havia muitas coisas em minha cabeça que me faziam duvidar. Odiava ter qualquer dúvida, mas não conseguia evitar. Havia sido programada daquele jeito: para ser desconfiada e descrente.

Fechei os olhos por um momento, tentando ao máximo me livrar da incerteza que se espalhava por todo o meu corpo. Quando voltei a abri-los, Pêssegos olhava para baixo, para nossos corpos ainda conectados um no outro.

- Eu não devia ter dito aquilo.

Desabei, observando-a enxugar as lágrimas. Deixei que minhas mãos caíssem, derrotadas. A sensação quente de pós-coito dentro de mim ficou instantaneamente fria.

- Está tudo bem - falei, sem tentar demonstrar a dor que estava sentindo - Acontece.

- O que acontece? - perguntou, deslizando a mão entre meus seios e contornando minha pele com as pontas dos dedos.

- Tenho certeza de que as pessoas dizem coisas assim o tempo todo. Você sabe, quando se deixam levar pelo momento - respondi, mantendo os olhos nas chamas que tremulavam na lareira.

Houve um segundo de silêncio total em que Pêssegos ficou tensa em meus braços. Raios iluminavam a sala. Os meus olhos se fecharam automaticamente, quando sua mão tocou meu queixo, aproximando nossos rostos de maneira lenta e dolorosa.
- Você acha que me deixei levar pelo momento? - dei de ombros. Ela balançou a cabeça de um lado para o outro e limpou a garganta. - Não me deixei levar, Marília.

Desejo Proibido - Malila Onde histórias criam vida. Descubra agora