Não vou a lugar algum - Parte 1

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"Contanto que você me ame. Poderíamos estar passando fome. Poderíamos estar sem casa. Poderíamos estar sem dinheiro".

Pov Maraisa

Com os olhos passeando pelo rosto apavorado mas cheio de expectativa de Marília, me vi sem palavras. Caramba, o que sentia por ela em meu coração, em minha mente e em minha alma estava além das palavras. Abri a boca repetidas vezes para dizer algo memorável ou significativo, mas percebi que a confissão dela tinha me deixado estupefada.

Ela me ama.

- Mendonça - ofeguei, fechando os olhos - Eu também amo você.

A sua mão tocou meu pescoço, acariciando delicadamente minha pele com as pontas dos dedos, contornando o ponto da minha pulsação que batia a mil por hora. O seu olhar permaneceu fixo no meu.

- Minha Pêssegos - ela deu um beijo suave e molhado no meu pescoço - Você é minha - sussurrou, com os lábios em meu maxilar.

Concordei com a cabeça rapidamente, roçando o rosto no dela. A sensação da sua pele na minha fez partes do meu corpo se contraírem e se retorcerem, subjugados.

- Inteirinha - sussurrei de maneira apaixonada.

- Deus - murmurou, junto da minha orelha - É tão... Eu nem tenho palavras.

Sabia o que Marília estava querendo dizer. O nosso amor estava além das palavras, além da razão, além até mesmo de nós duas. Era indescritível, inexplicável, mas inquebrável e inabalável. Nossa conexão, o laço que compartilhávamos, tinha levado dezesseis anos para ser construído. Mesmo que não tivéssemos nos reencontrado, se houvéssemos seguido a vida, um dia monótono após o outro, ainda assim teríamos sido parte uma da outra, uma parte silenciosa e integral que sempre existiria, enquanto ambas vivêssemos. Nenhuma de nós duas tinha o poder de parar ou negar aquilo.

(...)

Uma onda de força incrível tomou conta do meu corpo, bombardeando adrenalina por minhas veias já aquecidas pela declaração de Marília. Era uma sensação inspiradora, que não vivenciava havia muito tempo. Por um momento, com Mendonça em meus braços e a determinação preenchendo-me da cabeça aos pés, senti que nada poderia me deter.

Chutei a manta para cima dos meus pés. Estava um tanto sufocada, e, por mais gostoso que fosse ter o corpo de Marília pressionado contra o meu, precisava me refrescar. Dando uma olhada no relógio, saí da cama, onde eu e Marília estávamos dormindo havia cinco horas. Tirei a camiseta e abaixei a temperatura do termostato de "sauna quente pra caramba" para apenas quente o suficiente. Corri para o banheiro, onde joguei um pouco de água fria no rosto e tirei a calça de moletom, trocando-a por um short de dormir. A minha pele começou a resfriar de imediato.

Com um copo de água na mão, cambaleei de volta para o quarto e encontrei Marília, ainda deitada de barriga para cima, usando apenas cueca boxer e sutiã. Sorri ao ver que ela também tinha chutado a manta para longe. Sua barriga definida subia e descia, me hipnotizando, à medida que ela respirava. Mendonça logo abriu um olho e esfregou a palma da mão na barriga, enquanto eu voltava a deitar-me ao seu lado.

Deslizei carinhosamente as pontas dos dedos sobre seu abdômen.

- Oi.

Marília virou o rosto abobalhado, e amassado por causa do travesseiro, na minha direção, sorrindo de maneira preguiçosa.

- Oi - sua voz rouca causou um reboliço em meu estômago.

- Como está o seu coração?

Ela pegou minha mão e a colocou do lado esquerdo do seu peito.

Desejo Proibido - Malila Onde histórias criam vida. Descubra agora