Capítulo 29 - Lugar certo

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GENTE SE VOCÊS VEREM ALGUM ERRO, ME PERDOEM...FAZ TEMPO QUE EU NÃO ATUALIZO ESSA FIC.

"Se você pudesse sentir minha pulsação agora, ela estaria batendo como uma marreta".

Pov Marília

Os dias se passaram, se transformando em semanas, e eu e Maraisa íamos se apegando mais e mais. Com cautela e cuidado, continuamos a nos encontrar na biblioteca três vezes por semana, fazendo o que devíamos fazer, enquanto à noite idolatramos o corpo uma da outra em uma tentativa de manter longe as coisas que ameaçavam nos destruir. Durante aquelas horas deliciosas e abençoadas em que nossos membros se emaranhavam e nossos nomes tornavam-se fogos frenéticos de prazer, tudo se distanciava, deixando-nos imaginar como seria estar juntas sem preocupações nem recriminações.

Observei minha Pêssegos atentamente, ciente de que a tensão da situação tinha começado a macular a resolução dela. Por fora, Maraisa parecia a mesma, linda e controlada. Mas percebi que, quando estávamos juntas, ela me abraçava com um pouco mais de força, tocava-me com mais frequência, com mais fervor, como se estivesse morrendo de medo de que o que havíamos construído fosse desmoronar à sua volta a qualquer segundo.
estava planejando uma retaliação que
seria certeira e rápida.
Lauana ainda estava se rendendo à cocaína sem se importar com
aqueles que se preocupava com ela, e
Almira telefonava incessantemente, apesar de Pêssegos insistir em não querer falar com ela.
Toda essa merda em torno da nossa
bolha não era nada boa.
Sabia que tinha que ser forte por nós duas.
E faria qualquer coisa
que ajudasse a ver aquele sorriso que tanto adorava no rosto de Maraisa.
Esse foi o motivo de insistir para que ela desse uma olhada nas pastas de ofertas de emprego, frutos das boas intenções de Rosi, quando, duas semanas depois, elas ainda permaneciam intocadas na mesa
de centro do apartamento.
Foi também o motivo pelo qual havia concordando em acompanhá-la quando ela foi devolver o carro da avó em Chicago, a tempo das
comemorações do Dia de Ação de Graça.
Ter concordado com aquilo e fazer aqueles programas familiares horrorosos indicavam o quanto estava maluca. Mas, na verdade,
pensar em Pêssegos longe de mim por
qualquer período de tempo era torturante.
que sacudia para cima e para baixo. Sem poder pular do Jaguar de Maria e correr de volta para meu apartamento, me contentei
em aniquilar a unha do polegar, que roía deselegante e enlouquecidamente.

- Querida, relaxe - Pêssegos olhou para mim e, depois, tornou a olhar para a estrada
- Vai ficar tudo bem.
Bufei. Bem? Bem? Ela estava louca? A
confiança que ela depositava tanto em mim quanto na situação era motivadora, mas o meu cérebro estava em ritmo acelerado
desde que tínhamos deixado o apartamento.
Meu Deus, apenas o pensamento de
conhecer o membro da familia preferido de Maraisa era suficiente para revirar meu estômago.
Meus nervos estavam prestes a
explodir...

- Eu amo você - os meus olhos se fecharam por um breve momento antes de se virarem para a criatura de tirar o fôlego ao meu lado.
Minha mão caiu cuidosamente sobre o colo

-E minha avó também vai amar - ela sorriu, os olhos brilhando

- Eu sei.

Como é que ela fazia aquilo? Sabia exatamente o que dizer para acalmar-me e, apesar da necessidade de saltar do carro ainda pesar em meu estômago, suas palavras tornavam tudo mais tolerável.

Dei um beijo carinhoso em sua testa.

- Obrigada.

Apesar do meu agradecimento parecer um tanto grosseiro e inadequado perante a maneira como ela me fazia sentir, era tudo o que tinha a oferecer. Recostei-me no banco, segurando a sua mão com firmeza em minha coxa, os dedos entrelaçados, protegendo-me nela. Respirando fundo, fiquei olhando pela janela do carro, observando o mundo passar. Nós tínhamos um longo trajeto pela frente: nove horas, uma parada para passar a noite em um hotel e mais seis horas até Chicago.

Desejo Proibido - Malila Onde histórias criam vida. Descubra agora