Epílogo

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"Amor pode nos tocar uma vez, e durar por toda a vida e nunca ir embora até nós partirmos".

Pov maraisa

Um ano depois

Tremendo de frio, fechei a porta da casa de praia com o bumbum e andei até à cozinha, onde larguei duas enormes sacolas de compras no balcão. Tirei o gorro e as luvas, abri o zíper da jaqueta e segui até à sala de estar, onde Marília estava encolhida no sofá, vendo TV e mascando, com gosto, um palito de dente. Sorri, observando-a. Ela tinha parado de fumar em seu aniversário, em junho, e até agora, seis meses depois, ainda não havia sucumbido. Eu estava tão orgulhosa dela.

Ao perceber que eu estava ali, quando os comerciais começaram, ela ergueu os olhos e sorriu.

- Oi, linda. Como foi seu dia?

- Longo, mas ótimo - respondi - Os meninos são muito especiais. Estão começando a me ouvir. Olhe - ergui um pequeno chaveiro prateado com o formato de um gato - Eles me deram isto de Natal - não consegui conter a emoção quando minha turma de doze alunos do Instituto de Jovens Infratores do Brooklyn entregaram-me o presente lindamente embrulhado - Vou sentir falta deles esta semana.

Marília apoiou o queixo no encosto do sofá, ficando insanamente adorável.

Aproximei-me e a beijei.

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- Simone ligou - sussurrou contra os meus lábios - Ela queria saber se ainda vamos ao evento beneficente no ano novo. Eu disse que sim. Tudo bem?

- Claro. Como foi o seu dia? Lauana ligou?

O seu rosto ficou triste.

- Sim, ligou - suspirou - Porra, pensar que ela tem que passar o Natal naquele lugar acaba comigo, mas sei que é o melhor para ela.

Menos de doze meses depois da confissão de partir o coração que lauana fez a Marília, ela foi internada em uma clínica de reabilitação, concordando, enfim, que precisava de ajuda profissional. Sua batalha individual contra o vício em cocaína tinha sido valente, mas curta. Ele ficou limpo por 73 dias antes de sucumbir ao ver, em uma rua movimentada do Brooklyn, uma mulher que pensou ser Naiara. Marília e os meninos da oficina haviam feito de tudo para colocar Prado no caminho certo, mantendo-o ocupado, mas suas cicatrizes emocionais eram profundas demais. Minha namorada pagou um tratamento na clínica de reabilitação, quitando também as dúvidas da oficina geradas em decorrência do vício de Lauana.

Segurei o rosto de Marília enquanto a beijava.

- Seja forte. Ela precisa de você.

Ela expirou.

- Eu sei.

- Ei, adivinhe só! - sorri - Parei no mercado no caminho para cá.

Os olhos dela brilharam.

- Comprou algo gostoso para mim?

Sorri.

- Oreo, leite e doze latas de Coca.

Ela largou a cabeça no sofá e suspirou.

- Céus, eu amo você.

Ri e voltei para a cozinha a fim de guardar as compras. A deliciosa sensação de vida doméstica que envolveu-me era tanto familiar quanto bem-vinda. Morar com Marilia tinha sido complicado no começo, mas quase um ano depois tínhamos enfim alcançado um patamar de conforto que eu adorava. É claro que a limpeza obsessiva e o TOC dela ainda deixavam-me louca, mas com certeza tudo valia a pena.

Dividíamos o tempo entre a casa da praia e o apartamento em TriBeCa, que usávamos basicamente durante a semana e sempre que minha namorada era requisitada na WCS. A casa da praia, no entanto, sempre seria especial para nós: um refúgio que ambas considerávelmente precioso.

Desejo Proibido - Malila Onde histórias criam vida. Descubra agora