Capítulo 28 - Prometo

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"Nós somos um segredo, não podemos ser expostas. É como isso é, é como isso será, longe dos outros, perto uma da outra".

Pov Maraisa

Ir embora da casa de praia foi difícil para mim. Tantas coisas tinham acontecido naqueles dois dias que eu e Mendonça passamos lá. Agarrei fortemente Marília ao lado do meu carro, sem querer nunca mais ficar longe dela, mas sabendo que a vida real esperava por nós duas. A volta para a cidade foi longa e sem muitos acontecimentos, com exceção da hora em que Marília passou com Kala por meu carro, voando como um morcego fugindo do inferno, costurando por entre o tráfego como uma lunática. Não sabia ao certo se Mendonça tinha reparado, mas ela ficava sexy pilotando aquela coisa...

Depois de mandar uma mensagem para ela avisando que tinha chegado bem, preparei-me para uma noite entediante desfazendo a mala. Marília havia prometido dar um pulo no meu apartamento mais tarde, o que, depois de um fim de semana inteiro juntas, ainda provocava um delicioso frio na minha barriga.

Tom sorriu quando me aproximei do balcão do hall de entrada, minha mala fazendo ruídos ao ser arrastada pelo piso de mármore.

- Boa noite, Srta. Maraisa - cantarolou ele

- Boa noite tom

- Minha amiga, a Srta. Mendonça, virá aqui mais tarde. Pode deixá-la subir direto, ok?

Tom pegou uma caneta e fez uma anotação.

- É aquela mulher alta com as... tatuagens?

Abri um sorriso torto.

- Sim, a própria, mas ela realmente não é tão assustadora quanto parece.
Tom ergueu as sobrancelhas.

- Vou confiar em você.

Gargalhei alto.

- Boa noite, Tom.

- Boa noite, Maraisa - respondeu ele, tocando no boné.

Segui na direção dos elevadores. Enquanto apertava o botão para chamar o elevador, uma silhueta se moveu atrás de mim, chamando minha atenção. Quando percebi de quem se tratava, fiquei imediatamente cheia de raiva.

- O que está fazendo aqui? - repreendi.

O rosto de Rosi não demonstrou nenhum sinal de surpresa pela minha reação.

- Vim conversar com você.

Soltei uma risada sarcástica.

- Não temos nada para conversar.

Virei meu corpo na direção do elevador e apertei o botão que já estava aceso, torcendo para que ele se apressasse.

- Você parece bem - murmurou - Parece muito bem.

- Por que você se importa? - questionei sem mudar o tom de voz. Cruzei os braços defensivamente - Olha, é melhor ir embora logo.

- Por favor Maraisa - respondeu, a ansiedade visível em seus olhos - Lamento muito. De verdade.

Permaneci indiferente.

- E... - perguntei, erguendo os ombros com desinteresse.

- E eu queria que você soubesse disso.

- Ok - disse, apertando o botão do elevador mais uma vez - Já pediu desculpas. Agora sua consciência está limpa e você pode ir embora.
Geralmente, a minha atitude brusca me faria sentir mal, mas um pedido rápido de desculpas não apagaria os segredos que pairavam no ar entre nós duas como um gás tóxico.

- Você está apaixonada por ela, não está? - fiquei imóvel, sem piscar, torcendo para que minha cara de paisagem fosse suficiente - Sei que está - falou baixinho - Posso ver - ela se aproximou - Ela é boa para você? Ela a trata bem?

Desejo Proibido - Malila Onde histórias criam vida. Descubra agora