Capítulo 15 - Ela jamais me machucaria

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"A pior dor do mundo é obrigar a cabeça a esquecer aquilo que o coração lembra a todo instante".

Pov Marília

Meu apartamento inteiro tremeu quando bati a porta após entrar. Arremessei as chaves e a jaqueta na parede, joguei o capacete no sofá e desmoronei sobre o balcão da cozinha. Sentia dificuldade para respirar desde que Pêssegos tinha ido embora.

Maraisa tinha ido embora. Deus, aquilo doía.

Quando coloquei a boca na de Pêssegos, perdi a cabeça. Era tão bom ter maraisa pressionada contra mim e, mesmo assim, eu a tocava como se ela fosse se desmanchar sob as pontas dos meus dedos. Nunca tinha beijado uma mulher daquele jeito antes. Me surpreendi com a própria ternura. O desejo, que habitava fundo dentro do meu corpo, me fazia querer invadi-la de forma selvagem, mas, no momento em que nós nos tocamos, sabia que não poderia fazer isso com ela de jeito nenhum. Suprimi o desejo e a abracei com todo o cuidado que consegui. Meus lábios tinham se movido lentamente e provocativamente mas eu queria mais. Queria que ela me tocasse.

Tinha fodido com tudo. Não devia tê-la beijado. Pêssegos chegou a pedir que não o fizesse. Mas não quis ouvir. Simplesmente não tinha mais autocontrole. Sabia agora que tinha experimentado a sensação dela em meus lábios que tinha de provar aquilo novamente. E estava consciente de que isso era impossível, como ela já tinha dito. Mesmo assim, não podia deixar de pensar que toda aquela determinação que ela mostrava era apenas uma fachada cauletosamente construída para esconder seu desejo por mim. Maraisa tinha me beijado também, droga. Ela queria. Não queria?

Esfreguei a mão na testa ao perceber que a situação não estava a nosso favor. Não era idiota. Sabia que Maraisa tinha mais a perder do que eu. Se alguém descobrisse sobre o beijo, seria um problemão. Mas não queria pensar nisso.

Relembrei o que tinha dito a ela. "Que seja, então! Como se eu desse a mínima para se iria ou não acontecer de novo". Eu era a porcaria de uma mentirosa. O fato era que as palavras dela haviam me machucado. Tinha sido magoada antes, por muitas pessoas na vida, mas Pêssegos parecia saber como atingir-me. Não era tão babaca a ponto de não conseguir admitir isso. Ela me magoou e eu estava puta.
Olhei para o relógio, uma baita dor de cabeça se instalando em minhas têmporas. Faltava pouco para as cinco e necessitava de algo que me ajudasse a relaxar. Precisava parar de pensar na Srta. Maraisa, com seus lábios macios e sua língua sabor de pêssego. Peguei o celular e abri a lista de contatos.

- E aí, Mendonça? Como foi seu encontro, quer dizer, sua aula?

- Vai a merda, lauana! - rosnei, indo em direção ao banheiro.

- Ui, quanta hostilidade! Não foi muito bem, suponho?

Tirei a camiseta e me joguei no canto da cama.

- Não, não foi - resmunguei - Escute, você tem algo planejado para hoje à noite?

- Nada concreto. Por quê? Está pensando em alguma coisa?

Passei a mão pelo rosto.

- Preciso encher a cara, e rápido. Aonde podemos ir? - lauana riu.

- Conheço um lugar perfeito, irmã. Venha para cá em uma hora.

- Não, chego aí em meia hora e por favor, nada de mulheres. Quero apenas conversar e beber.

- Você quem manda.

(....)

Pov Maraisa

- Continue andando! - disse a estranha sob o capuz - Precisamos nos afastar deles. Eles vão matar você! Ande!

Desejo Proibido - Malila Onde histórias criam vida. Descubra agora