Capítulo 31 - Não vou a lugar algum - Parte 2

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Se tiver algum erro me desculpem, gente.

Pov Rosi

Luisa andava de um lado para o outro em seu escritório, como um leão enjaulado, apertando os dentes com tanta força que estava convencida de que eles iriam quebrar. Bem, ia combinar com o vaso de quatro mil dólares que jazia em um milhão de pedaços aos seus pés. Depois da visita de minha mulher a Luisa, havia prometido nunca mais ver minha prima e era isso que faria, mas antes precisava ter uma conversa com ela. Mostrar para ela que Maraisa estava feliz com Marília e que Mendonça merecia o que era seu por direito.

No entanto, Luisa tinha recebido um fax que gerou muita ansiedade da diretoria da WCS. A mensagem era clara: Luisa pegue suas trouxas. Sua presença na WCS. não é mais necessária. Por um lado, não estava surpresa, em muitos sentidos, aquilo tinha sido um enorme alívio. Havia seguido os passos daquela mulher por tempo de mais.

Apesar de ser a semana de Ação de Graças, Luisa intimidou todos os advogados e pessoas que lhe deviam favores a ficarem à sua disposição assim que o fax desligou pelo aparelho. Ela queria encontrar uma brecha, uma ponta solta, uma cláusula. Ela precisava encontrar. Sabia que Luisa preferia morrer a deixar que Marília tomasse conta da WCS, mas era exatamente isso que estava acontecendo. Não havia como contornar, e um dos comparsas de Luisa viera lhe dar essa notícia. O vaso tinha sido a primeira baixa.

- Você está me dizendo - rosnou minha prima - Que não há jeito de parar isso?

O seu indicador bateu com tudo na mesa, pressionando o fax com força. Rick, seu consultor, mexeu-se sem sair do lugar e limpou a garganta.

- Sim, senhora.

Os olhos de Luisa ficaram ainda mais arregalados. Nunca tinha visto ela tão desgrenhada. Seu cabelo estava bagunçado e uma camada fina de suor cobria suas bochechas e sua testa.

- Não acredito nessa porra! - berrou - Como é possível?

- Bom, senhora...

- Não me responda quando faço perguntas retóricas, Rick! - gritou com raiva. - Eu sei ler, cacete! - Luisa expirou pesadamente e esfregou a mão na boca. - Pensei que tivéssemos feito tudo o que podíamos para acobertar isto - ela apontou para as fotos em preto e branco tinha deixado ali - Me disseram que as coisas estavam nos conformes para manter minha empresa em segurança.

A raiva dela veio à tona. E não pela primeira vez. Ela sempre tinha considerado a WCS sua. Durante todo o tempo em que esteve no comando, ela jamais tinha reconhecido a minha ajuda ou o trabalho que eu fazia. É claro que havia os aumentos de salário obrigatórios e alguns uísques singles malt que apareciam em minha mesa de vez em quando, mas nada disso compensava as milhares de vezes que a ajudei.

Já tinha até a prevenido de que Casari era má companhia, avisei que o cara estava sendo observado pela polícia federal, mas Luisa não me deu ouvidos. Toda aquela disputa era ridícula. Não conseguia entender por que Luisa não deixava Mendonça ter sua fatia do bolo. Aquilo simplificaria as coisas, mantendo marilia na dela. Mas Luisa tinha sempre outras ideias.

As fotos com Casari, a sua discussão com minha mulher, sua nova obsessão por Maraisa e a consequente disputa com Mendonça, me fizeram chegar ao meu limite. Porra, todo mundo comete erros, pelo amor de Deus e não era justo fazer Marília reviver os dela indefinidamente.

- Luísa...

- Cala a boca Rosi - latiu - Precisamos dar um jeito nisso, decidir nosso próximo passo.

Pisquei, confusa, e percebi o olhar também perplexo de Rick.

Suspirando, caminhei, cautelosa, na sua direção.

Desejo Proibido - Malila Onde histórias criam vida. Descubra agora