Capítulo 26 - Goze comigo

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"Amor é uma palavra que significa muito, mas nem metade do que eu sinto por você".

Pov Marília

As nuvens se aproximavam escuras e estrondosas quando chegamos a casa. Ambas corríamos e gritávamos, rindo em meio a palavrões quando os céus se abriram sobre nós. O brilho de um raio fez Maraisa berrar assim que finalmente entramos, fazendo-me rir da sua reação. Pêssegos mostrou o dedo do meio em minha direção e começou a tirar as roupas encharcadas enquanto o cabelo escorria em seu rosto. Ela subiu para se trocar e após ter acendido a lareira na sala de estar, a segui com a preocupação marcando cada passo que dava. Maraisa não parecia a mesma desde que havíamos saído da convenção.

Apesar de ser mulher, não era a pessoa que mais entendia os comportamentos femininos, mas sabia que algo estava errado. Fiquei tentando me lembrar em que momento Pêssegos havia ficado tão quieta, tão distante. Será que era por causa do que contei sobre lauana e meu passado? Será que ela estava chateada com aquela coisa de tê-la apresentado como uma "amiga"?

Com os olhos fixos na porta do banheiro onde ela estava se trocando, tirei o jeans e a camiseta e, depois de enxugar os cabelos com uma toalha, coloquei a calça cinza de estimação e um moletom azul-escuro do departamento de polícia de Nova York. Ah, que ironia. Maraisa ressurgiu momentos depois e largou as roupas molhadas em uma sacola.

- Simone mandou mensagem. A reunião correu bem. Segundo ela, aquelas informações que você passou sobre os negócios de Luisa com Cesari foram tiro e queda.

- Claro que foram. Nem mesmo Luisa é imune a um pouquinho de chantagem.

Pêssegos balançou a cabeça e colocou as mãos nos quadris. Seu rosto ficou vermelho de irritação. Ela estava sexy demais.

- Não consigo acreditar que Rosi tentou me juntar com essa mulher. Luisa é muito mais criminosa que você... E ainda tem a audácia de ficar criticando você e...
- Ei, Rosi não tem totalmente culpa. Ela não sabe nem metade das coisas que a prima faz - respondi, mas não queria perder nem mais um minuto pensando em Luisa - Maraisa, já passou, está bem? - esfreguei as mãos nos seus braços.

- Eu fico tão brava...

- Eu sei. Também fico. Mas Luisa não vale a pena - ela bufou, mas concordou com a cabeça - Então ouça - continuei - Acendi a lareira na sala e tenho uma coleção imensa de DVDs. Que tal a gente ver TV, se esquentar, e esquecer aquela imbecil, hein?

O sorriso dela era fraco.

- Me parece ótimo.

Franzindo a testa, envolvi a sua cintura com o braço.

- Tem mais alguma coisa incomodando você?

Pêssegos enterrou o nariz no meu pescoço, escondendo seu rosto.

- Não.

Não estava convencida. Mesmo assim, contive o desejo de forçar a barra. Não estava gostando daquilo, mas que escolha tinha? Confiava nela o suficiente para me abrir, e precisava ser paciente para que ela fizesse o mesmo. De volta ao andar de baixo, servi um pouco de vinho tinto enquanto Maraisa permaneceu perto da porta de vidro, observando aquelas nuvens maravilhosas passearem por cima do mar. O céu estava completamente preto.

- Adoro ouvir a chuva quando estou confortável e quentinha do lado de dentro - disse em voz baixa quando um trovão ribombou acima de nós.

Entreguei uma taça a ela.

- Eu também - confessei, tomando um gole de vinho - Vovó e eu costumávamos fazer muito isso aqui.

- Ah é? Eu e meu pai também.

Desejo Proibido - Malila Onde histórias criam vida. Descubra agora