Capítulo 25 - Sou toda sua

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Me mostre o que tem dentro de você. Eu não quero saber de nenhum boato, porque eu quero te amar de dentro pra fora".

Pov Marília

O vento estava fresco e o céu azul na tarde seguinte, enquanto eu e Maraisa pilotavamos Kala por Westhampton. Mais uma vez, tinha mantido segredo quanto ao lugar aonde a levaria, adorando a maneira como ela reclamava por não saber de todos os detalhes. Carla Maraisa parecia não gostar de surpresas. Ela havia trocado de roupa três vezes só para frisar isso, enlouquecendo-me aos pouquinhos. Ainda bem que Pêssegos era bonita pra caramba, ou teria lhe dado uns bons tapas para que deixasse de ser atrevida.

Tinha dito isso a ela, o que a fez rir lindamente, beijando-me com tanta intensidade que calei a boca. Nos andamos por quase uma hora até começarmos a ver outras motos à nossa frente, seguindo na mesma direção. Reduzindo a velocidade para poder entrar em uma rua larga de pedras, sorri quando o cheiro denso de diesel atingiu minhas narinas e o som pesado do rock ecoou à nossa volta. Em meio à grandes barracas e pequenas tendas havia uma fila de carros possantes que se estendiam até perder de vista e, ao lado deles, estavam as Harleys, as Triumphs, as Yamahas, as Ducatis e todos os outros tipos de motocicletas.

Estacionei ao lado de um glorioso Corvette amarelo 1969 e desliguei o motor. Cuidadosamente, desapertei o capacete e retirei, sentindo Maraisa mexer-se atrás de mim. Virei-me em sua direção, mordendo o lábio inferior com a figura adorável de Pêssegos com as bochechas rosadas e os olhos sonolentos. Sem me conter, acariciei a maçã do seu rosto com o polegar.

- Você dormiu em mim de novo?

Ela resmungou e tirou o capacete.

- É tão relaxante ficar abraçada em você enquanto andamos de moto. É ótimo - as palavras dela derreteram em partes secretas e caladas dentro do meu corpo - Que lugar é esse? - perguntou, dando uma olhada em volta.
- Este é o paraíso.

Ofereci-me para ajudá-la a sair da moto e coloquei os dois capacetes em um baú removível no banco de trás de Kala.

- Aqueles carros são lindos - murmurou, olhando para a fila de Mustangs e GTs.

Enfiei as mãos nos bolsos e mexi meu corpo sem sair do lugar.

- Lauana e eu costumávamos vir aqui com o pai dele quando éramos crianças. Eu queria mostrar a você onde meu amor por isso tudo floresceu.

Maraisa deu um pequeno passo em minha direção.

- Então me mostre.

Caminhamos lado a lado, enquanto analisávamos os carros e as pessoas malucas em torno deles. Mostrei minhas motos e meus carros preferidos, explicando modelos, torques e potências como uma criança numa loja de doces, babando em uma Vincent Black Night rara.

- Para que são as barracas e as tendas? - perguntou enquanto passávamos por um belo Ford Torino.

- As maiores pertencem a negociadores de carros e especialistas: GT, Harley e GMC. Eles vendem peças a preços mais baixos que os das lojas. Eles as usam para fazer promoções e para contratar mecânicos, coisas assim - dei uma olhada complacente para ela - Gustavo costumava ter sua própria tenda aqui, sabia?

- Sério?

Respondi apertando a mão dela.

- Ele é meio maluco, mas é um empresário perspicaz. E nunca se gabava disso. Conseguiu alguns belos acordos em peças para mim e me ajudou com minhas outras motos e tal.

Puxei-a na direção das outras barracas, sorrindo quando, após andarmos por dez minutos, ela parou na entrada de uma tenda específica que eu conhecia bem. Pêssegos permaneceu em silêncio enquanto observávamos uma jovem loura fazer uma tatuagem do lado direito do quadril. Era o emblema da Big Dog Motorcy e tinha que admitir que era sexy pra caramba.
- Está pensando em fazer uma? - perguntei enquanto a envolvia em meus braços. Maraisa deu uma tossida e balançou a cabeça sob o meu queixo. Gargalhei - Que pena. Acho que você ficaria linda com um pouco de tinta nesse seu corpo maravilhoso.

Desejo Proibido - Malila Onde histórias criam vida. Descubra agora