O Acordo

CAPÍTULO 05

ESPOSA

  Ömer fica olhando para Narin e não tem coragem de contar a verdade.
- Eu sinto muito Narin, mas este é um assunto entre meu pai e seu tio. - Ömer se limita na explicação.
- Então, eu descubro que sou sua esposa e não posso saber o motivo pelo qual eu estou casada com você!? - Narin pergunta revoltada.
- Foi um acordo feito entre meu pai e seu tio, eu também não queria, mas eles decidiram que tinha que ser assim, por favor, precisamos voltar para casa. - As palavras de Ömer saem como um apelo.
  Narin não diz nada, só acompanha Ömer  até em casa, quando chega ela vai direto para seu quarto. O tio de Narin é um policial que ficaria com a guarda dela depois da morte dos pais de Narin, mas ele fez um acordo com a família de Ömer, então deu Narin em casamento para garantir o futuro dela.
- Como ela reagiu Ömer? - Sra Gonul pergunta preocupada.
- Ela quer saber o verdadeiro motivo desse casamento. - Ömer responde freneticamente.
- Ela não pode saber de forma alguma, se ela souber será o nosso fim. - Sra Gonul fala colocando a mão na cabeça, muito preocupada.
  No dia seguinte, Ömer vai levar Narin à faculdade, devido Narin está muito chateada com a situação. Eles vão o caminho todo em silêncio, quando chegam, Narin sai do carro em direção ao campus, encontra Zeynep.
- O que houve, amiga, que cara é essa? - Zeynep pergunta examinando a fisionomia da amiga.
- Minha vida é uma farsa Zeynep. - Narin desabafa com uma voz de choro.
- Do que você está falando? - Zeynep pergunta tentando entender a amiga.
- Eu não sou filha adotiva deles Zeynep, ontem eu descobri que eu sou casada com Ömer. - Narin despeja cheia de ódio.
- Menina, que história é essa? - Zeynep pergunta incrédula.
- Naquele dia no cartório não foi a minha adoção que eles estavam fazendo, mas sim meu casamento com Ömer. Eu não percebi nada, eu ainda estava tão triste com a morte de meu pai, minha mãe estava tão debilitada que não percebi nada. Eu lembro vagamente de Ömer lá, ele entrou, assinou um documento e saiu, mas eu estava tão triste que nem dei importância a presença dele nem o que estava assinando. - Narin conta lembrando do fatídico dia.
- Isso é loucura Narin, mas por que eles casaram vocês? - Zeynep pergunta sem conseguir acreditar.
- Meu tio disse que era para minha  segurança e meu futuro. Então por que não uma adoção, mas sim um casamento?  Não entendo, há algo que eles não querem me contar. - Narin diz forçando sua mente para entender tudo aquilo.
  Os dias passam, Narin decide não ficar pensando na situação em que se encontra. Então, ela mergulha nos livros. Em um dia, Narin está estudando em seu quarto, Sra Gonul entra para tentar conversar com ela, visto que Narin evita falar com todos na casa.
- Filha, será que podemos conversar? - Sra Gonul pergunta tentando se aproximar de Narin.
- Não me chame assim, eu não sou sua filha, já esqueceu, que eu sou sua nora? - Narin questiona revoltada.
- Eu sei que você está chateada com todos nós, mas tudo foi feito para o seu bem. - Sra Gonul tenta se explicar.
- Bem, que bem? Ninguém me perguntou se eu queria me casar com alguém que não me ama e que eu não amo e muito menos na minha idade aos 17 anos, isso é justo!? - Narin desabafa sentindo um peso no coração.
- Olha eu lhe entendo, mas quando você tiver maior idade e já estiver formada. Vocês podem se divorciar e você poderá viver sua vida como quiser. - As palavras da Sra Gonul soaram como uma ofensa para Narin.
- Isso é brincadeira, então durante todos esses anos eu não vou poder ter um namorado por que eu sou casada!? - As palavras de Narin choca Sra Gonul.
- Filha... - Sra Gonul não tem chance de terminar a frase.
- Já disse para não me chamar assim, e por favor saia do meu quarto eu preciso estudar. - Narin coloca Sra Gonul para fora com indignação.
  Narin se esforça para continuar com sua vida, em um dia no pátio da faculdade Narin está pensativa e muito triste. Então Boran chega perto dela e percebe o quanto ela está triste.
- Narin o que tem acontecido com você, ultimamente está tão distante e tão triste!? - Boran pergunta preocupado.
  Narin olha para Boran, mas não pode contar a ele o que está acontecendo. Então ela começa a chorar e Boran a abraça. Neste momento, Ömer vem chegando para buscar Narin.
- Por que esse idiota está abraçando Narin. - Resmunga Ömer indo em direção a eles.
  Ömer agarra Boran pela camisa e sai arrastando ele, dá um soco no rosto.
- Ömer pare com isso por favor, pare com isso agora!! - Narin grita desesperada.
  Eles ficam se socando e os alunos do campus se juntam para observar a briga. Os seguranças da faculdade são chamados e separa os dois. Ömer empurra o segurança, pega Narin pelo braço e sai arrastando até o carro. Quando eles entram no carro Narin fica olhando para Ömer com muita raiva.
- O que você pensa que está fazendo, por que você bateu no Boran? - Narin questiona com raiva de Ömer.
- Eu disse para você ficar longe desse cara. - As palavras de Ömer saem em tom de ameaça.
- Ele é meu amigo! - Narin exclama com uma expressão desafiadora.
- Você me disse uma vez que gostava dele, e eu já a proibi de ficar perto dele. - Ömer impõem sua vontade com arrogância.
- Você não é meu dono e não pode me proibir de fazer nada. - Narin desafia Ömer.
- Mas sou seu marido, você esqueceu!? - A pergunta de Ömer sai em tom de deboche.
- Nós não temos um casamento de verdade, então você não pode me tratar desse jeito. - Narin joga no rosto de Ömer a verdade.
- Então a questão é essa, o casamento não é verdadeiro, tudo bem, podemos torná-lo verdadeiro e você nunca mais chegará perto desse cara. - Ömer diz revoltado com o comportamento de Narin.
- Não seja louco, de forma alguma, eu não quero ser sua esposa de verdade, nem pensar nisso. - Narin diz enojada só de pensar na possibilidade.
- Então veremos. - Ömer fala ligando o carro e sai cantando pneus.
Eles chegam em casa Narin entra correndo para o seu quarto e se tranca, Ömer também segue para seu quarto e quando entra fica andando de um lado para outro com muita raiva de Boran. Ömer sente como se seu sangue estivesse fervendo em suas veias, ele não consegue ficar em casa e sai novamente, segue para a casa de seu amigo Ferit. Ele chega na casa de Ferit, bate na porta, quando Ferit abre, ele entra sem dizer nada e fica andando de um lado para o outro visivelmente nervoso.
- O que houve com você Ömer? - Ferit pergunta sem entender o comportamento do amigo.
- Narin, ela está namorando um cara na faculdade, eu já proibi de chegar perto desse cara, ela está tentando me deixar louco. - Ömer fala sem conseguir controlar a raiva que está sentindo.
- kkkkk É sério, você está com ciúme dela? - Ferit pergunta dando uma gargalhada.
- Deixe de ser bobo eu não tenho ciúmes dela. - Ömer se defende.
- Se não é ciúme, então me explica essa sua reação de touro raivoso!? - Ferit pergunta em tom de deboche.
- Ora Ferit, por favor, você sabe da verdade, então não fale bobagem. - Ömer lembra a Ferit o motivo da sua reação.
- Tá bom então não é ciúme, por que você não deixa a garota gostar de alguém, quem sabe assim você se livra dela. - Ferit desafia Ömer com ar de riso.
- Eu não posso, ainda assim ela é minha esposa. - Ömer dá uma desculpa que não convense Ferit.
- É amigo, você está em uma situação bem complicada. - As palavras de Ferit mostram descaso pelo amigo.
  Ömer volta para casa e fica pensando no que Ferit falou, ele fica se perguntando se está sentindo alguma atração por Narin, ele não aceita a possibilidade de gostar de Narin e resolve ignorar.

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