CAPÍTULO 25

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Saudades

Na manhã seguinte, Sr Ekin, Sra Gonul e Narin estão sentados à mesa tomando o café da manhã. Narin quase não come com a ausência de Ömer. Sra Gonul fica preocupada com ela.
- Minha lindinha não fica assim, ele volta daqui a quatro dias. - Sra Gonul suspira e continua. - Eu sei que você está com saudades, eu também estou, coma e vá a faculdade. - Sra Gonul consola Narin com muita dó dela.
- Não consigo comer. - Narin se lamenta e não consegue conter o choro.
- Meu amorzinho. - Sra Gonul se comove sentando ao lado dela e a abraçando.
- Eu estou com muitas saudades dele. - Narin suspira se sentindo muito triste. - Mãe dói muito aqui no meu peito. - Narin se lamenta com a mão no peito.
- Como vou deixar você ir à faculdade neste estado? - Sra Gonul sente seu coração bater mais rápido ao ouvir a palavra mãe sair da boca de Narin. - Mas um momento... Você me chamou de mãe!!? - Sra Gonul pergunta muito feliz.
Sra Gonul fica muito feliz por ser chamada de mãe de forma tão espontânea por Narin. Sr Ekin fica observando as duas abraçadas chorando, uma com saudades do marido e a outra encantada por ser chamada de mãe.
- Eu estou indo. - Sr Ekin levanta avisa e sai.
Ele não espera a esposa levá-lo até a porta como de costume, porque tem certeza que não terá a atenção dela naquele momento. Sra Gonul consola Narin e a leva para o quarto, decide não mandá-la para faculdade no estado em que ela está. Sra Gonul dá um calmante para Narin que acaba adormecendo. Depois de um tempo Sra Gonul percebe que Narin já tem muitas horas dormindo e resolve ir vê ela. Quando chega perto de Narin a sente muito quente.
- Narin, filha, você está ardendo em febre. - Sra Gonul tenta despertar Narin desesperada medindo com a mão a temperatura dela.
Sra Gonul chama Asli a empregada para ajudá-la levar Narin ao Hospital. Antes ela liga para o marido e conta o que aconteceu. Ele envia Sr Ozge o motorista para fazer companhia a elas. Chegando no Hospital Narin é examinada, faz exames laboratoriais e é administrado nela uma medicação diluída no soro. Sra Gonul não avisa a Ömer para não deixá-lo preocupado. O médico chega na sala de observação em que Narin está para passar o boletim médico.
- A senhora é mãe da paciente? - O médico pergunta observando o cuidado que ela tem com Narin.
- Ela é minha nora, mas é como uma filha para mim. - Sra Gonul responde acariciando os cabelos de Narin.
- Bem senhora, os exames físicos e sanguíneos estão normais. Na minha opinião, como profissional a febre é emocional. - O médico informa olhando para Narin e depois volta sua atenção para Sra Gonul. - Ela sofreu algum trauma? - O médico pergunta fazendo anotações no prontuário de Narin.
- Há dois anos ela perdeu os pais, mas eu acho que é por outro motivo. Meu filho viajou para aos Estados Unidos e ela está muito triste, não come e ontem eu dei calmante para ela dormir. - Sra Gonul explica a situação para o médico.
- Mas houve algum problema entre eles? - O médico reformulou suas palavras para não ser mal compreendido por Sra Gonul. - Não que seja da minha conta, mas tenho que entender o quadro clínico dela para ter um diagnóstico preciso. - O médico se explicar melhor.
- Não, ele foi trabalhar, a questão é que eles casaram a pouco tempo e nunca se separaram, acho que isso abalou ela. - A explicação da Sra Gonul faz o médico rir.
- Então isso é saudades, se quiser pode conversar com um psicólogo, para ajudá-la lidar com a ausência do marido. - O médico faz mais anotações no prontuário de Narin e continua. - Vou prescrever um calmante com uma dosagem baixa. Ela deve usar à noite, vou assinar a alta dela. - O médico informa e sai da ala de observação.
- Obrigada doutor. - Sra Gonul agradece ao médico e se aproxima de Narin. - E aí minha menina com você está se sentindo? - Sra Gonul pergunta segurando a mão de Narin.
- Estou melhor, podemos voltar para casa? - Narin pergunta levantando da cama.
- Podemos sim, Ekin enviou o motorista para nos levar para casa. - Sra Gonul informa ajudando Narin se arrumar para voltar para casa.
Elas chegaram em casa e Sra Gonul espera Narin sair do banho e a ajuda a se acomodar na cama.
- Eu já estou bem, não preciso mais ficar na cama. - Narin não convence Sra Gonul.
- Não, você irá descansar. Eu já pedi a Zeynep para conseguir as atividades que você perdeu hoje na faculdade. Não se preocupe e também mandei o Sr Ozge levar seu atestado para faculdade. Está tudo resolvido, você não precisa se preocupar com nada. - Sra Gonul garante e beija a testa de Narin.
- A senhora não deixa eu sentir saudades de minha mãe, pela forma que me trata, muito obrigada por seu amor. - Narin diz comovido com o carinha que a sogra demonstra com ela.
- Hoo, minha lindinha não agradeça, é um prazer te amar, sabe qual é a diferença de mim para sua mãe? - A pergunta da Sra Gonul faz Narin franzir as sobrancelhas.
- Não, o que é? - Narin pergunta curiosa.
- A Özlem te gerou no ventre dela e eu te gerei no meu coração. Mas te amamos com a mesma intensidade, não duvide disso. - Sra Gonul garante abraçando Narin.
- Nunca imaginei que alguém que mesmo não sendo minha mãe biológica me amaria desta forma. - Narin confessa com os olhos cheios de lágrimas.
Elas ficaram ali conversando sobre tudo como mãe e filha, que não sentiram o tempo passar. Já era noite até que o celular de Narin tocou em uma chamada de vídeo de Ömer.
- É o Ömer. - Narin avisa toda animada sentando na cama e arrumando os cabelos.
- Vou deixar vocês a sós, diga a ele que mandei um beijo. - Sra Gonul pede saindo do quarto.
- Oi, minha pequena, como você está? - Ömer pergunta com o olhar cheio de saudades.
- Com muita saudades. - Narin responde com lágrimas nos olhos.
- O que aconteceu, você está chorando, está com os olhos vermelhos e inchados? - Ömer pergunta preocupado.
- Eu cheguei do Hospital não tem muito tempo. - Narin responde secando os olhos com as mãos.
- O que houve, você está doente? - A resposta de Narin deixa Ömer aflito.
- Tive uma febre alta e a mamãe me levou ao Hospital, mas já estou bem. - Narin responde sem se dar conta que se referiu a Sra Gonul como mãe.
- Então, é só eu não estar em casa para você adoecer, mas o que causou esta febre? - Ömer pergunta tentando alegrar Narin.
- O médico disse que foi emocional, saudades de você. - Narin responde com um sorriso envergonhado.
Ömer e Narin ficaram conversando por horas. Ömer falou o quanto sentia falta dela, do cheiro e dos lábios rosados e tentadores. Narin falou do quanto ela está triste com a ausência dele, também que espontaneamente chamou a Sra Gonul de mãe e ela ficou muito feliz. Depois de horas conversando, Narin adormeceu com o celular na mão. Ömer percebeu que ela já havia adormecido e ficou ouvindo a respiração dela por um tempo, depois desligou o celular.

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