CAPÍTULO 33

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Confições

  Ömer e Narin ficaram se olhando, então ela sorri e vai em direção a ele. Os dois ainda estão tentando acreditar que está perto um do outro, é uma realidade.
- Não te esperava aqui. - Narin comenta franzindo o nariz, sem conseguir conter o riso.
- Já ficamos muito tempo longe um do outro, você não acha? - Ömer pergunta abrindo os braços para ela.
- Você está certo, mas o que vamos fazer agora? - Narin pergunta se aconchegando nos braços de Ömer.
- Precisamos conversar, resolver nossa situação. - Ömer responde cheirando os cabelos de Narin.
- Quer ir a minha casa? - Narin pergunta de olhos fechados embriagada com o perfume de Ömer.
- De jeito nenhum. - Ömer responde se afastando dela.
- Por que? - Narin pergunta chateada com a rejeição de Ömer.
- Narin, eu estou muito louco de saudades de você. Lembra que eu te disse uma vez? - Ömer continua e a puxa para si de novo. - Com você tudo é diferente, eu só vou te tocar depois do casamento, ficarmos a sós será muito perigoso. - Ömer se justifica passando a mão nos cabelos dela.
- Está bem, e o que vamos fazer? - Narin pergunta fazendo biquinho.
- Vamos a um lugar público, onde eu possa me controlar. - Ömer responde apertando Narin em seus braços.
- Tem um restaurante aqui próximo. - Narin informa indicando o caminho com a mão.
  Eles seguem para o restaurante de mãos dadas, escolhem uma mesa reservada para ter mais privacidade. Então, Ömer se desculpou por não ter contado a verdade a ela depois da morte de Ipek. O segredo acabou tirando mais de seis anos da vida deles. Ömer conta para Narin como a vida dele foi quase insuportável nos Estados Unidos. Ele se entregou ao trabalho por mais de quinze horas por dia. Frequentou academia para ocupar o tempo. Muitas noites dormia embriagado para suportar a saudade dela. Em muitos momentos de sua vida desejava morrer, pois queria voltar à Turquia e era impedido.
- Muitas vezes eu lembrava de Ipek, vivendo esta grande dor longe de você. Foi aí que entendi a atitude dela. Ipek tirou a vida para se livrar da dor e da tristeza que sentia. É algo que mesmo que as pessoas queiram te ajudar, mas elas não conseguem. Ipek falava de uma dor e tristeza que sentia, muitas vezes eu sentia muita pena dela. Eu e Ferit éramos impotentes diante da dor e sofrimento dela. - Ömer relata com tristeza no olhar.
- Eu sinto muito pela sua perda, hoje eu entendo que apesar de tudo, vocês eram muito amigos. - Narin tenta consolar Ömer.
- Quando eu me dei conta que estava apaixonado por você. Me afastei dela, meu medo era você entender errado minha amizade com Ipek. - Ömer se justifica acariciando os cabelos de Narin.
  Narin contou que quando descobriu sobre o acidente. Naquele mesmo dia, quando chegou a Istambul, ficou uma semana na casa da Zeynep e depois se mudou para lá. Não teve mais nenhum contato com a família dele. Depois do divórcio não quis usar o dinheiro dos 5% da empresa que tinha direito. Passou a trabalhar em uma lanchonete à tarde para ajudar financeiramente na casa da Zeynep e à noite estudava até tarde. Quando deitava já estava com muito sono e não pensava nele. Muitas noites sonhava com ele e acordava com o corpo em chamas, foram tempos insuportáveis de viver. Porque sua mente brigava com seu coração vinte quatro horas, a mente dizia que o odiava e o coração dizia que o amava, era uma guerra que a deixava esgotada.
- Eu fiquei tão cega de raiva que não te dei chance de se explicar. A minha raiva me fez pensar que você fingia me amar para não ir para a cadeia, esse pensamento me consumiu por todos esses anos. - Narin desabafa sentindo raiva de si mesma.
- Eu deixei as coisas chegar a este ponto, se eu tivesse contado a verdade, não teríamos sofrido tanto. - Ömer assume a culpa colocando uma mecha dos cabelos de Narin atrás da orelha.
- Como vamos viver com estas feridas? - Narin pergunta com tristeza no olhar.
- Narin, eu não quero ficar mais um minuto longe de você, minha mãe quer que você volte para casa. - Ömer informa abraçando Narin.
- Se eu voltar, como vai ser? - Narin pergunta com a voz de dengo.
- Vamos casar de novo Narin, por favor? - Ömer pergunta em um fôlego só.
- Mas.... - Narin não termina a frase, sendo interrompida por Ömer.
- Mas nada, vamos casar e fazer um casamento que não tivemos pela primeira vez. - Ömer fala interrompendo Narin com um sorriso lindo nos lábios.
- Isso é um pedido de casamento? - Narin pergunta com uma expressão de boba no rosto.
- É sim, você é minha, só vamos oficializar, amanhã mesmo vamos ao cartório escolher uma data. - Ömer propõe dando selinhos nos lábios de Narin.
- Está falando sério!? - Narin pergunta se afastando e olhando nos olhos de Narin. - Nem acredito que isso está acontecendo. - Narin fala enlaçando os braços no pescoço de Ömer.
- Minha mãe vai ficar louca de felicidade, vamos dar a notícia a ela? - Ömer pergunta levantando da cadeira e estendendo a mão para Narin.
- Vamos sim. - Narin responde segurando na mão de Ömer indo com ele.
  Ömer e Narin seguem para a mansão Korkmaz, quando chegam Sra Gonul vem receber eles, a felicidade dela estava estampada em seu rosto.
- Meus bebês, que bom ver vocês juntos. - Sra Gonul declara beijando os dois.
- Mamãe Gonul, como a senhora está? - Narin pergunta se aproximando da Sra Gonul.
- Meu amor, agora eu sou a mulher mais feliz do mundo. - Sra Gonul suspira e continua. - Só em ver meus dois bebês felizes, eu já posso morrer em paz. - Sra Gonul confessa com a mão no coração.
- Mamãe Gonul não fale isso nem de brincadeira, quem vai me ajudar no meu casamento!!? - Narin fala apertando as bochechas da sogra.
- Casamento!!!! Vocês vão casar!!? - Sra Gonul pergunta aos gritos abraçando os dois ao mesmo tempo.
- O que há com você Gonul, por que está gritando? - Sr Ekin pergunta descendo as escadas.
- Eles vão casar, eles vão casar!! - Sra Gonul repete a frase dançando.
- Eu te falei, ela está mais feliz do que nós dois juntos. - Ömer lembra e dá uma gargalhada.
- Fico feliz por vocês. - Sr Ekin parabeniza Ömer e Narin.
- E quando você volta para casa querida, se você quiser, podemos buscar suas coisas amanhã? - Sra Gonul pergunta eufórica.
- Amanhã não posso, vou trabalhar, mas no final de semana podemos resolver isso. - Narin responde rindo da euforia da sogra.
- Não acho certo, ela vim morar aqui antes do casamento. - Sr Ekin fala olhando para a esposa com ar de reprovação.
- Eu concordo com o pai, mãe é melhor ficarmos longe um do outro até o casamento. - Ömer concorda com Sr Ekin, olhando para Narin com um sorriso malicioso.
  Então, eles conversam como será o casamento, decidiram fazer tudo que não foi feito da primeira vez que casaram. Sra Gonul muito eufórica se colocou à disposição para ajudar em tudo. Foi ficando tarde e Ömer levou Narin para casa a contragosto, pois no fundo ele queria passar a noite com ela. Quando chegaram em frente ao prédio em que ela mora, os dois tentaram se desgrudar, mas o desejo e a saudade não deixavam. Os dois eram puro desejo, até que Ômer reúne forças para ir embora. Deixando Narin mais uma noite sem conseguir dormir direito, agora não só pela saudade que eles estão loucos para matar, mas também pela ansiedade de casar novamente com Ömer. Este será um casamento convencional, sem segredos, ela teria o direito de usar um vestido de noiva, uma festa e uma lua de mel como todas as noivas costumam ter. 

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