A visita de Sírus Black

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Sexta-feira, 20 de Novembro 1981

Ali estava Narcissa mais uma vez de frente para a porta com a varinha firme nas mãos, e ao olhar pelo buraco da porta suspirou aliviada ao ver Sírus.

Black a olhou com um sorriso largo e ergueu o cesto com o pequeno Harry sonolento.
    Ela o olhou primeiro surpresa e depois triste. E respondeu desconfiada.
- Entre -
Ele entrou sério e seguiu Narcissa até a sala de estar. A bruxa andava rapidamente, e seus saltos ecoavam na enorme mansão.
Ela estava levemente arrumada como quem acabou de chegar de um dia fora.
- Pelo jeito ainda acha que está sendo vigiada?! -
- Se você fosse mãe iria entender - Narcissa o olhou rapidamente revirando os olhos.
Sírus a olhou como se entendesse. E respondeu:
- Como te disse da última vez que estive aqui...

      Sábado, 31 de outubro 1981

No mesmo dia em que Lílian e Thiago morreram, Sírus vivenciou a morte de Lucius Malfoy em batalha, obviamente que ele estava do lado oposto com a ordem. Mas Lucius que logo viu que iria perder, puxou Sírus pela perna em meio a batalha e caindo no chão ele disse: "Cuide dela..." ele havia sido enfeitiçado por Karkaroff com a Avada Kedavra, ali caído ao seus pés o marido de sua prima faleceu. Sírus não entendeu o motivo da traição de Igor, mas viu que ele conseguiu se safar, e muito provavelmente havia alguma intriga entre os dois, e Karkaroff viu o momento certo para resolver.

E bem ele se sentiu na obrigação no dia seguinte, de deixar de lado as diferenças entre a guerra em que Voldemort traçou, afinal foram muitas perdas para ambos os lados, mesmo  que não se importasse com a perda do lado rival, logo decidiu ver como a prima estava após o velório. E quando chegou à mansão ela estranhou a presença dele, mas ele explicou tudo e disse que iria aparecer mais vezes, pois assim como ela também perdeu pessoas queridas.

...eu serei mais presente. Afinal somos os últimos Black dessa cidade.

Ela o olhou.

- Bem os que eu considero?! - Se corrigiu olhando para as costas de Narcissa ainda a seguindo.

Ela se virou e o olhou de rabo de olho para a cesta com o bebê e disse - Só se esqueceu de me dizer que traria visita -

- Bem, é sobre isso que eu gostaria de lhe falar -

E finalmente chegaram na enorme sala de estar, era mais uma biblioteca com poltronas e uma mesinha de centro, mais ao canto havia um piano de calda de frente para uma enorme janela de vitral com o desenho do brasão de Malfoy. Ambos se sentaram.

- Esse não é o, o...- Disse Narcissa ao reparar com mais atenção a cicatriz na testa do bebê.

- Sim, é o meu sobrinho Harry...e -

- O filho de Lílian e Thiago? O que ma matou o...-

Sírius concordou com a cabeça.

- Mas, o que ele faz com você? Ouvi dizer que ele iria ficar com o...-

- É mais as coisas não foram como o planejado...

Narcissa o olhou intrigada.

...bem e não se esqueça eu sou o padrinho dele -

Nascissa riu debochada e disse: - Pois não devia, olha onde você o trouxe.

- Antes de vir eu rondei sua casa a semana toda.

- Você O QUE? -

Narcissa o olhou assustada, e colocou a mão sobre o peito e continuou: -Eu sabia que não estava louca eu tinha certeza que tinha alguém me observando e...

  Narcissa sentou-se novamente e pegou a garrafa de Uísque de fogo e colocou um pouco no copo que  estava posto na mesinha de centro, e deu uma gola de uma vez só.

Sírus deu uma leve risada do nervosismo da prima e continuou: - ...Fareijei todos os cantos e não senti nenhum rastro ou cheiro de lobisomens, vampiros ou imundos comensais da morte. -

   - Nenhum momento pensou em pedir permissão a dona da casa! - Ela dizia com raiva colocando o copo na mesa.

- Bem no fundo achava que você sabia que era eu, sei lá tipo um instinto Black...-

  Ele dizia com um leve deboche.

- ...afinal você quase me descobriu umas duas vezes.-

- Bem agora que tenho certeza de que aqui é seguro para o Harry, vim pedir um favor.-  Disse Sírus colocando a mão sobre o cesto em que Potter estava.

  - Você vigia a minha casa e ainda tem a cara de pal de me pedir alguma coisa. Pois bem o que você quer?

- Olha, você sabe muito bem como é a casa da minha mãe e ainda tem o monstro e...

- Prossiga Sírus. -

- Eu quero pedir para me encontrar com Minerva e Harry aqui na sua casa, pois não acho que aquele ambiente seria bom para o ele. Seria questão de horas não iríamos pedir mais do seu tempo.-

Sírus fez cara de súplica para Narcissa. Chegou a cogitar se transformar em cachorro para tentar convence-la, mas achou que aquilo iria irrita-la ao invés de convencer.

Narcissa pensou na proposta e achou muito atrevimento de Sírus, depois de tanto tempo sem se falarem ele ainda cogitar tal intimidade. E pensou se não haveria um outro lugar para o encontro, como a casa de Lupin por exemplo, mas logo lembrou do pequeno detalhe de que ele era um lobisomem. Mesmo que o próprio ache que ninguém saiba disso. Mas aí se lembrou de Hogwarts.

Ela ficou ali o observando e o questionou: - Se seu encontro é com Minerva porque não a encontra em Hogwarts?

Sírus levantou-se olhando para ela e depois para casa e andando de um lado pro outro continuou:

  - Narcissa, convenhamos! Não quero que ele ache que só existe Hogwarts no mundo. E outra é só por ora, eu irei me encontrar com Lupin para ver a casa que ele me indicou. E eu já disse quando vim aqui da última vez eu quero ser mais próximo de você.  Olha essa casa em momento algum na nossa conversa eu ouvir um barulho sequer, você vivi aqui o dia inteiro sozinha com Draco nessa casa enorme. Acho que uma visita uma vez por semana não a faria mal não é? -

   Narcissa olhou para sua própria casa e depois para Sírus, desviou o olhar em seguida para suas mãos, e ficou observando sua aliança em seu dedo.

  - É talvez não seja tão ruim ter um pouco mais de barulho na casa, mas você ainda fica me devendo uma por vigiar a minha casa sem minha autorização. - Disse ela se levantando de braços cruzados ficando na altura de Sírus. (Graças ao salto alto é claro).

Ele sem pensar duas vezes a abraçou como um cão feliz quando vê seu dono. E sem querer ele se transformou em um grande cachorro preto e peludo e deu a volta em Narcissa, ela que até o momento se encontrava brava e ríspida não se conteve, com a surpreendente euforia do primo e finalmente sorriu para o cão o fazendo carinho na bochecha e assim ele se tornou Sírus novamente.

Durante toda a tarde eles conversaram, um pouco sobre a vida e o luto um do outro e sobre suas infâncias e o futuro das suas respectivas crianças. Até a chegada de Minerva.

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