Domingo, 01 de novembro 1981
Narcissa havia acabado de se despedir de Sírus quando adentrou sua mansão. Em passos leves se dirigiu a cozinha para preparar a mamadeira de Draco. Costume que passou a ter desde que se tornou mãe, e decidiu que gostaria de ter esse privilégio. Ela estava pálida sem a maquiagem do velório, seu rosto estava inchado e levemente vermelho.
Naquela manhã assim como outros bruxos e bruxas ela enterrava o marido, sem ao menos saber quem o matou. Mas agora, que Sírus disse tudo que havia acontecido na noite anterior em que Lucius morreu, sentia-se ainda mais raiva de se mesma. Mas um pouco mais aliviada pois sabia exatamente o motivo de Karkaroff ter o traído, pois seu marido teve o destino que plantou.
Quinta, 18 de Janeiro 1980
Narcissa desde seu quarto mês de gestação havia desconfiado dos interesses de Lucius Malfoy na escola Durmstrang, já que não fazia sentido algum o marido querer procurar uma escola tão cedo para o filho deles, que ainda nem havia nascido.
Então um dia pediu para uma de suas empregadas juntamente com os elfos, para deixá-la em paz, nos jardins da mansão por pelo menos duas horas, pois estava cansada da vigilância constante em cima dela. Ordens dadas é claro pelo marido, que claramente dava com o pretexto para que ele pudesse fazer o que quisesse sem que ela desconfiasse de seus sumissos, o que podemos ver não deu certo.
Logo que se livrou dos empregados, seguiu o marido até o ministério e o observou por uns vinte minutos, ela o ouviu dizer há sua secretária que iria até a Durmstrang. Narcissa rapidamente se adiantou e aparatou até o local, viu Lucius cumprimentar um dos professores, e entrar até o castelo.
Passados mais alguns minutos viu Karkaroff se despedir de sua esposa, e de Lucius, logo Igor aparatou para fora da escola, e cinco minutos depois viu seu próprio marido nos jardins frios do instituto se engraçando com a vice diretora e esposa de Karkaroff, Victória.
Narcissa sempre desconfiou das traições do marido, mas nunca havia o seguido. Aquela era a primeira vez, quando o viu de longe, sua reação não foi como esperava, ela chorou silenciosa e se manteve petrificada ali vendo o sorriso amarelo do marido contra a mulher na parede. A bruxa sempre achou que se pegasse Lucius a traindo iria enlouquecer fazer barraco, amaldiçoa-lo. Mas não, simplesmente ela não teve reação, ela não o interrompeu, ela simplesmente secou seu rosto molhado, pois a mão sobre seu frente sentindo seu filho se mexer levemente e desaparatou do lugar.
A bruxa aparatou no mesmo local em que tinha saído da primeira vez, sentou-se na chaise de bambu branca de sua estufa e ainda com a mão sobre sua barriga, entedia o motivo de não estar furiosa e enlouquecida como uma genuína herdeira da família Black, ficaria. Ali imaginando o rostinho de seu lindo filho via que ele sim era o motivo para ficar furiosa e/ou enlouquecida. Caso alguém o fizesse algum mal, faria qualquer coisa para protegê-lo.
(...)
Domingo, 01 de novembro 1981
A bruxa estava concentrada nas bolhas em que se formava na água que já estava fervendo há minutos diante de seus olhos. Lembrando-se de todos os anos em que esteve ao lado seu falecido marido. E com o despertar de seus devaneios ela desligou o bule e mergulhou a mamadeira de Draco, segurou alguns minutos em banho-maria, e despejou um pouco no colo de sua mão para medir a temperatura, provou e julgou ainda morna mergulhou mais algumas vezes e subiu para o quarto do pequeno, que começou a chorar quando ela adentrou o quarto, e cada passo que Narcissa dava Draco chorava cada vez mais alto.
...Como um despertador programado...
- Pronto! Pronto! Eu estou aqui meu filho! -
...Eu sempre estarei aqui...
Toda aquela aceitação diante do fato que seu marido morreu, nada mais era do que o primeiro estágio do luto: a negação. Assim que Sírus havia lhe contado sobre o ocorrido, o mesmo compartilhara da mesma emoção, bem eles e uma boa parte da bruxandade.
Sua negação não durou mais do que dois longos dias, logo já se encontrava na segunda fase: raiva. Digamos que boa parte da prataria da família Malfoy não sobreviveram ao luto, assim como a mão de Narcissa a qual levará uma pequena cicatriz. Já a fase da barganha veio como um mosquitinho zumbindo em seu ouvido pela madrugada, às duas horas da manhã a bruxa de cabelos bicolores alucinava sobre o fato de que o marido talvez tenha feito algum feitiço para que voltasse no sétimo dia de sua morte ou coisa parecida. Mas logo caiu em si pela manhã.
Até que em um dia no fim da tarde ao amamentar Draco em seu colo com a mamadeira, ela olhou pela janela de seu quarto de longe sua grande árvore perder suas folhas. E estranhou uma certa movimentação no mato como se alguém a estivesse vigiando. Rapidamente se escondeu nas suas grandes cortinas, apreensiva sua respiração se tornou ofegante, afetando seu filho que estava quieto, mas que agora tornou-se a chorar. Narcissa ainda em desespero tentou acalma-lo com a mamadeira, mas ele já não queria mais, e só aumentava o berro estridente "Uá, uáá, uááá Uáááá".
"Aclame-se Narcissa, fiquei calma" ela dizia para se mesma em pensamento andando de um lado e para o outro com Draco no colo, ainda atrás da cortina.
...É só o vento, Narcissa..mas se... Se for Victória ou Karkaroff... Querendo algum tipo de vingança... Alcalme-se! ...Mas eu não tenho nada a ver com isso...
- Dobby! - A bruxa chamou o elfo, que apareceu no ar.
- Sim, Dobby está aqui senhora?!- Disse o elfo.
- Traga meu Uísque de fogo e uma cartela de cigarro -
- Hortelã? Elfo trás o de Hortelã senhora? O cigarro sim? -
- É é ande - Narcissa andava pelos corredores de sua mansão em direção ao quarto de seu filho.
- Não queria voltar com mesmos vícios de antes da gestação, mas acho que vou enlouquecer se eu não me acalmar. - Narcissa dizia para se mesma ao entrar no quarto de Draco.
Narcissa acalmou Draco ninando no vai e vem do balanço de seus braços, e o deixou no berço quando ele caiu no sono. Saiu em passos leves e voltou para sua sacada.
Puff! O elfo surgiu no ar uma bandeja com os pedidos da bruxa.
Narcissa estava sentada em uma de suas cadeiras acolchoadas na sacada virada para um ponto fixo em que vira o tal "espião" de acordo com ela.
Ao ver que Dobby havia deixado a bandeja na sua mesinha de lado, já com seu copo cheio. E reparou que o mesmo a encarava com os grandes olhos como uma criança pedindo doce, mas no caso Dobby queria era receber mais ordens, já que seu objetivo de vida era esse, servir.
Então disse a ele para a deixar sozinha e a acendeu seu primeiro cigarro depois de quase três anos.
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Minha Eterna Lembrança
FanfictionNa noite em que Thiago Potter e Lilian Potter morreram, deixaram para trás seu único filho agora órfão Harry Potter. O bem mais precisioso de Lílian agora será criado e amado por seu fiel amigo Severus Snape. Mas será que ele está sozinho? ...