Sexta-feira, 20 de Novembro 1981
No caminho para a sala do diretor, Severo em meio a tantos pensamentos sobre a carta de Lílian, e no que nela dizia. Veio subitamente em sua mente ao subir as escadas de Hogwarts, o dia do velório. Pensou em tocar no assunto, mas suas palavras ainda não ousaram sair de sua boca, e assim se manteve calado. Severus acabará de se sentar quando Dumblodore começará a lhe falar que senti muito sobre tudo. Ele de imediato cortou-lhe dizendo: - O senhor não tem culpa de nada do que aconteceu, o maior culpado sou eu -. Albus parou sua caminhada ao redor da mesa surpreso de ouvir a voz de Snape, aquele som que não ouviu desde sua chegada a Hogwarts naquela manhã, desde que chegou do hospital - Em partes tenho sim...- Mas agora refletindo um pouco mais o diretor continuou - ...Mas pelo que vejo já falamos muito sobre esse assunto -.
E mudando o rumo da conversa Albus continuou a caminhada em silêncio e sentou de frente para Severo - Queria lhe fazer uma proposta, quero que se mude da rua da Fiação para Hogwarts, já providencie tudo será na cabana próximo ao salgueiro lutador, desenvolvi inclusive um feitiço para lançar no salgueiro sempre que se aproximar da casa, só basta você dizer sim, e eu dou andamento às mudanças.
Severo o olhou surpreso, mas ainda mantendo a expressão de indiferença, por dentro se sentia um pouco melhor, já que não iria ter de lidar com aquilo tudo em sua antiga casa, se é que se podia chamar aquilo de "casa". A vida toda Severo quis sair de lá, mas todas as circunstâncias em que sua vida tomou ao longo dos anos, não lhe propôs esta oportunidade.-E como faz um tempo que a senhorita Prince não mora mais com você, então acredito que não será um problema certo? -
- Mas como o senhor sa..., bem não será um problema. -
- Ótimo, sinto lhe dizer que tenho uma pilha de papéis para que você assine antes de...bem você sabe. - Dumblodore disse ao tirar uma pilha de papéis da gaveta de sua mesa.
- Leve o tempo que precisar - E ergueu o cachimbo dando uma leve sorriso da cara de Snape que agora encarava a pilha de papéis.
E assim sem perceber após longas horas sem se expressar desde que acordará, Snape deu seu primeiro sorrisinho debochado para Dumblodore.
O diretor sabia exatamente que aquela pequena implicância, lhe causaria uma certa leveza. Ainda que pequena já lhe trouxe um certo alívio.
E ambos passaram o resto da tarde resolvendo todos os assuntos da documentação além de conversarem sobre o futuro do pequeno Harry e da mudança definitiva de Snape.
Agora um pouco menos atolados de papéis, tomavam chá na sala do próprio diretor quando Flalkes piou alto anunciando a chegada de um correio-coruja na janela. Então ambos olharam para as aves. Snape reconheceu a coruja, no entanto não se lembrava de onde havia visto.
Dumblodore levantou-se novamente pegou a carta da boca da coruja a agradecendo e disse: - Bem, Minerva mandou uma carta sucinta dizendo que está voltando - Pegou o relógio do bolso e continuou - A essa altura ja deve estar no Expresso de volta -.
Snape o olhou apreensivo, pois sabe que não tinha como fugir da escolha de Lílian.
Dumblodore que o fitava brandamente com os olhos disse - Eu estarei contigo, apesar de você não parecer segurar um bebê. - Ria para o professor - Sinto que será um maravilhoso pai -
Severo o olhou sem saber o que dizer. Aquela palavra lhe pesou mais que pudesse imaginar "Pai", não lhe cabia, se sentia esquisito ao ouvir aquela palavra. Talvez fosse sua relação com seu próprio pai, que nunca foi de fato como "pai e filho", por anos nunca lhe passou pela cabeça ser pai, ter filhos. Não se imaginava naquele cenário. Acreditava que como nunca teve um bom exemplo, não seria bom pai para uma criança. E sua cabeça sempre esteve focada nos propósitos de Voldemort.
Ainda reflexivo colocou sua xícara de lado olhou para pilha de papéis e continuou assinar, que para seu azar ou sorte só restavam três. Arrumou a papelada na mesa do diretor e se retirou dizendo: - Bem, estarei na sala comunal da Sonserina, caso a Minerva chegue.-
(...)
Eram seis da tarde quando a professora chegou a Hogwarts, o céu ja havia escurecido e agora ja se encontrava completamente estrelado. Minerva entrou em uma das carruagens levadas por testrálios de Hogwarts.
E ao chegar da longa viagem de trem Minerva refletia no banco da carruagem, sobre não ver a hora, do tão esperado encontro entre Severo e Harry, óbvio que eles já haviam se visto antes mas agora McGonagall tinha certeza que Snape não o olharia com o mesmo olhar. Aquele do tipo "Então esse é o filho de Thiago Potter", mas sim o "Este é o filho de Lily, a minha Lily o bebê quem eu deva amar como se fosse meu" assim imaginava a professora.
Minerva estava empolgada, mas não só por isso, também pelo fato de que estava exausta. Está a duas semanas sendo "mãe" junto de Mademe Polfrey, uma revesando com a outra. Subindo e descendo as escadas de Hogwarts com Harry de lá para cá, o bebê era um "anjo" dormindo é claro. E ainda tinha de lidar com Hagrid que vira e mexa se esquecia de que Harry era apenas um bebê, e o rodopiava no ar.
O trabalho era dobrado, quando Minerva estava com Harry acordado no colo e via Hagrid de longe, ela se escondia rapidamente. Dumblodore ria horrores sempre que a observava fazer isso, ela não o via é claro ele estava sempre com a capa da invisibilidade.
E então finalmente chegou a escadaria de entrada desceu da carruagem para o castelo e logo foi recebida por Filch. E segundos depois ali estava, Severus Snape.
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Minha Eterna Lembrança
FanfictionNa noite em que Thiago Potter e Lilian Potter morreram, deixaram para trás seu único filho agora órfão Harry Potter. O bem mais precisioso de Lílian agora será criado e amado por seu fiel amigo Severus Snape. Mas será que ele está sozinho? ...