Sem envolvimento

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      Sexta, 04 de Dezembro 1981

Severus Snape não sabia ao certo o que estava acontecendo com ele, mas sabia que Narcissa havia o mandado embora por um motivo, talvez o mesmo que queria no exato momento em que a viu. Ou mesmo que o fez querer ficar. Ir embora era tudo o que ele também queria, pelo menos até ela entrar no banheiro e cuidar de seu corte. Agora não entendia, porque diabos tudo aquilo estava acontecendo.

Olhou para a placa do Cabeça de Javali e adentrou, recebendo tudo o que esperava. Nenhum bruxo lhe encarando e um lugar praticamente vazio, mesmo para uma sexta-feira a tarde. Sentou-se na mesa mais próxima da escuridão, concluindo que naquele momento a única coisa que poderia fazer era beber. 

Mesmo que aquele lugar lhe trouxesse as piores lembranças, era o único em que pudesse ficar sozinho o suficiente, para nenhum bruxo lhe importunar.

O bar era um lugar muito escuro e muito sujo, de janelas curvas tão incrustadas de fuligem que mal se via a neve lá fora. Tinha muitas  mesas rústicas de madeira que sob as quais ficavam tocos de velas. O chão de pedra era tão sujo que parecia ser de terra batida. 

Diferente, do Caldeirão Furado, o lugar não era nenhum pouco receptivo, logo assim que acenou para o dono bar o mesmo, o mesmo esperou no balcão com às três garrafas, uma de hidromel que era consideravelmente mais forte, que às duas de cerveja amanteigada que havia pedido.  

Severus então se levantou para buscar as garrafas ignorando o copo imundo, posto sobre o balcão. Deixou sobre a mesa um sicle e oitenta nuques.  Pegou as garrafas mal-humorado, e sentou-se novamente limpando com a varinha as bocas das duas garrafas que abriu, após uma golada considerável de hidromel ele ficou observando a fina cicatriz na palma de sua mão, que provavelmente sumiria no dia seguinte.

Como a Malfoy, ele também sentiu como se uma linha fina de fogo-vivo envolvesse suas mãos como um arame em brasa, se entrelaçando entre a mão dele e a de Narcissa. Aquilo que sentiu com ela era surreal, como se já tivesse sentindo antes. O assustou tanto quanto ela, Snape acreditava que muito provavelmente este fora o motivo para ela ter desmaiado.



Uma garrafa inteira de cerveja amanteigada, e meia de hidromel depois, ele tirou de seu bolso o que diário havia sido diminuído, uma pequena pena e o tinteiro.

    Adivinha, aqueles olhos realmente não eram seus, e hoje eu descobri de quem eram. Agora não me pergunte porque diabos ela estava fazendo em meu sonho, porque eu não sei. Agora o mais bizarro disso tudo foi a aproximação dela comigo...

 ...Ela me ajudou com meu corte na mão ok?! Tude bem vai?...

 ...Mas quando ela quase caiu e eu a segurei, eu não tenho a mínima ideia do que era aquilo, mas foi estranho, o suficiente. Mas não tenho cabeça para isso agora, Harry já me dá trabalho demais.

   Ele deu mais uma golada na cerveja...

  Enfim é isso o levo e busco. E está resolvido!!!!

     Sem envolvimento...

Snape diminuiu o diário e os outros objetivos novamente, e os guardou no bolso. Decidiu por fim, ignorar seus pensamentos sobre tudo e buscar Harry como se nada tivesse acontecido.

Para o bem do garoto decidiu não beber mais, sentia-se um pouco menos tenso agora. Aliviado, como gostaria de estar desde que decidiu entrar no bar. 

Saiu do Cabeça de Javali indo em direção a livraria Lello, onde já pretendia ir após deixar Harry com a Malfoy, ficou lá por uma meia hora cobiçando os novos lançamentos dos posionistas que respeitava, mas a cada cinco segundos lembrava-se do que havia acontecido na casa de Narcissa, se odiava por isso. 

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