Ainda pulsa

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       Quinta, 24 de Dezembro 1981

Narcissa abriu os olhos devagar sentindo uma mão macia por debaixo de seu rosto frio, seu corpo extremeceu com a temperatura. Ela tentou se mover, mas não conseguiu, se braço esquerdo parecia dormente, tentou ver o que estava acontecendo, mas estava tudo muito escuro. Sentiu um peso sobre si, e respirou aliviada ao ver que era Draco chorando na cápsula trincada presa ao seu corpo, ela levou seu braço livre para acalmar o menino, ele suspirou, mas se acalmou. Assim que retirou a mão viu a marca de seus dedos sujos de sangue manchar a superfície transparente. Seus olhos se arregalaram em espanto, quando tentou novamente se levantar novamente sentiu uma enorme pressão sobre sua cabeça, ela então levou sua mão ao local sentindo o corte ainda molhado.

A bruxa tentou se levantar novamente, quando reparou que todo o corpo estava por cima de seu braço era de Severus, o homem estava com o braço agarrado a cápsula de Harry intacta e envolta por uma bolha transparente além da cápsula, o menino parecia dormir.  Ela tateou o corpo, sua varinha ainda estava na lateral de seu vestido  por debaixo do seio esquerdo. Ela então sacou a varinha com a mão  livre - Lumos! - Lançou o feitiço não verbal, que falhou,  mas engatou na segunda tentativa. Assim que conseguir levou um susto ao ver a fileira de elfos seus olhos brilhavam com a luz em meio a escuridão, eles estavm do outro lado do portão com macas e utensílios para ajudá-la.

Agora Narcissa entendia o motivo de não conseguir se mexer, suas pernas estavam cobertas de neve assim como metade do corpo de Severus, mas não a bolha de Harry a neve parecia desviar.

Ela apontou a varinha para a garganta. - Narcissa Malfoy abrem os portões! - O som foi alto o suficiente para a gárgula ouvir e abrir os portões.

Ela ainda não sabia o que estava acontecendo, quando viu os elfos chorarem indo em direção a ela, Narcissa tentou se levantar um pouco olhando para onde os elfos tentavam não olhar. Ela viu o pequeno corpo quase irreconhecível coberto pela neve, e reconheceu a ponta da orelha, quando se lembrou de Dobby, e tudo que tinha acontecido, sua mente deu um estalo sobre tudo o que havia acontecido.

- Não! - Seu coração acelerou. - Saiam, ajudem-no! Saiam! SAIAM É UMA ORDEM! - Ela gritou desesperada para os elfos que a desenterravam da neve. Eles protestaram, mas quando ela ordenou todos os sete foram ao encontro do pequeno monte de neve, desenterrando com preça o local onde Dobby estava. Eles o colocaram na maca que diminuiu instantaneamente de tamanho. - AQUI! - Eles o levaram até ela,  o elfo parecia respirar fracamente. - Nuni, Bornig , Godin e Ted vão rápido, coloquem na banheira de hóspedes, aumentem a temperatura com muito cuidado, se ele não pode ter um choque térmico. - Mas, senhora! - Todos protestaram.

 - Não me questionem! VÃO! AGORA! - Ela dizia com raiva, ainda dizia deitada sobre o chão. - Long e Klaus me ajudem aqui! - Os dois elfos observaram os correrem enquanto a desenterravam. - Juni, pegue Draco me espere na sala! - Enquanto a elfa desesperada pegava o pequeno herdeiro do corpo de sua senhora, Narcissa a segurou, e cochichou em seu ouvido. - Ele vai ficar bem. - A elfa piscou lentamente exitante e seguiu, com o pequeno na cápsula para a mansão.

Agora com o corpo livre, a bruxa ordenou que os elfos ajudassem a mover o corpo do homem, para que sua senhora retirasse o braço. - Andem, precisamos sair daqui! Tirem ele com cuidado. - Assim que o fizeram ela ordenou que buscassem notícias da situação de Dobby e voltassem para informá-la.

A bruxa não sentia o braço e pelo estado em que estava seu pulso sabia que iria doer, ela então pegou uma das faixas que os elfos trouxeram e enrolou no pescoço e apoiou o braço, com cuidado ela se levantou afundando os saltos na neve reconhecendo agora de perto que Severus havia lançado o feitiço Protego em Harry, ela tentou, retira-la para entrar na mansão, mas não ouve nenhum resultado. 

Narcissa já estava estranhando que o bruxo não se movesse, ela então abaixou próximo ao rosto dele seu corpo agora já não  estava mais coberto pela neve, mas ele ainda se mantinha paralisado. Ajuelhada ela tocou o rosto de Severus e desceu para seu pescoço sentindo a jugular, ela não conseguia se concentrar olhava aflita para rosto calmo, e a boca entreaberta do bruxo, ela então abaixou por completo seu rosto para ouvir os batimentos dele, enquanto buscava pelo pulso do homem...

Ainda pulsa...

Narcissa soltou o ar, mas seu coração parecia ainda estar sendo esmagado como uvas em um lagar. Devagar ela levantou o rosto e o tocou  novamente, ela tentou dar leves tapas em sua face pálida e gelada, sem rosto estava a palmo do dele. Alguns segundos depois finalmente Severus começou a piscar enquanto franzia a testa, buscando  Harry com olhar, viu o menino calmo na cápsula e desviu para a bruxa que estava sobre seu corpo - Raposa... - Ele murmurou e apagou novamente.

Narcissa riu, secando as lágrimas seu rosto que caíram sobre o dele.

Os elfos então voltaram e a informaram  que Dobby ainda não respondia, mas já estava na banheira quente, com a ajuda dos outros. 

- Certo, flutuem Harry até a sala e o deixem com June. Eu vou tentar flutuar a maca com ele, mas não sei se consigo fazer algum feitiço com a mão direita.

Assim que eles saíram novamente Narcissa começou a colocar uma das pernas do bruxo sobre a maca e o puxou mais um pouco, quando ouviu um canto de lamentação em meio muro vivo, ela  então parou o que estava fazendo tentou se concentrar no som, o canto era baixo e cada vez  mais agonizante, ela estranhou, se perguntando qual animal poderia estar fazendo aquilo após uma nevasca daquelas, quando seus olhos se arregalaram ao se lembrar de uma ave chamada, Agoureiro, ela continuou a colocar a outra perna de Snape na maca, ainda pensando sobre o canto, buscou em sua mente às aulas em Hogwarts os livros que lera sabia que era importante, e precisava saber o significado...





 Presságio de morte...




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