15 - The Sinner

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Existe alguém que nunca se arrependeu no mundo?

Então não me culpe se seu corpo por si só era um pecado. Não era como se Pawat pudesse ser negado ou ignorado... Não por muito tempo.

Não parecia errado. Na verdade, era o que mais parecia certo. Se quer honestidade, foi mais do que perfeito quando suas mãos fizeram minhas roupas caírem sobre o porcelanato gélido do quarto e seus braços me levaram até seu colo. Daquele momento em diante, me senti o dono do mundo. Era cômico na verdade, como o verdadeiro dono que dava ordens durante todo o dia, quando a noite chegou implorou por mim. E eu não neguei.

Dei a ele tudo o que tinha.

Ohm me beijava com uma vontade que não me lembrava de já ter visto. Sua língua quente tocava todo meu corpo em trilhas longas e repetitivas, e não era preciso usar palavras para demonstrar o quanto me agradava. Ele sabia, sempre soube do que eu gostava. Suas mãos que sempre foram grandes e pesadas não saíam de mim em momento algum, assim como seus olhos, e era uma das visões mais lindas do mundo. Seu rosto entre minhas pernas, suas costas nuas arqueadas, o cabelo negro bagunçado e os olhos convictos se certificando e se aproveitando de minhas expressões como se fossem seu incentivo para continuar, tudo era lindo.

Pawat me chupava com majestade, e eu nunca fui bom em esconder o quão bom ele era pra mim. Meus dedos agarravam seus fios e não o permiti sair dali. Nem sabia se estávamos sozinhos na casa, mas honestamente não me interessava. Eu gemia alto, e porra, não sabia qual tinha sido a última vez que fiz isso. Ele me tocava com os dedos na entrada enquanto sua língua permanecia em meu membro não parecendo se cansar nunca, e eu poderia passar a noite inteira ali, mas quando se tratava dele, eu sempre precisava de mais. Segurei seu braço e o trouxe até mim, sendo surpreendido por sua fala antes de proferir a minha.

ㅡ Você fica tão lindo assim, Non... tão lindo...

Ele me olhava como se eu fosse uma espécie de obra de arte. Era bonito, e ao mesmo tempo, me assustava porque era exatamente como a cinco anos atrás, e se a cinco anos atrás ele não estava mentindo, também não estava agora. Deixei esse pensamento de lado pra admirar a pele morena de seu tronco, onde suor escorria. O olhei com olhos que ele conhecia bem. Olhos que eu só tinha pra ele, porque nunca me permiti ser submisso com mais ninguém. Olhos falsamente inocentes, carregando as maiores atrocidades do mundo. Levei minhas mãos, pequenas em comparação aquele corpo, até seu rosto.

ㅡ Eu quero você...

Sussurrei, deslizando a ponta dos dedos por seus lábios antes de usar minha boca para fazer isso. Entrelacei meus dedos em seus fios com a destra, enquanto a mão esquerda, discretamente deslizei por seus braços. Eles realmente me fascinavam. Não eram assim quando éramos crianças, era algo novo para mim, e eu queria aquilo... queria tudo. Queria tocar e descobrir tudo que não conhecia ainda, queria saber de novo como era fazer amor com Ohm Pawat. O sorriso que ele tinha nos lábios me matava por dentro e era como uma recompensa, saber que o satisfazia a tal ponto. Saber que me ter em sua cama, por si só, era suficiente para fazê-lo feliz.

ㅡ Eu sou seu, amor...

Ele interrompe meus pensamentos carnais com quatro letras que fazem meu coração doer de tanto bater. Senti, depois de achar que não era mais possível, as borboletas em meu estômago ressucitarem, e sinceramente? Gostei daquilo. Voltei aos bons momentos, aos primeiros meses. Quando era comum ouvir aquela palavra todos os dias, e ela me provocava sensações que eu nunca antes havia sentido. Quando sentir o toque de alguém era algo novo pra um menino tímido e inocente, Pawat foi o homem que me guiou, mesmo sem saber o caminho, descobrindo comigo todas as sensações de prazer e paixão que um ser humano podia sentir. Me lembrei, no mesmo instante, de quando éramos inseparáveis e suas falas mais constantes durante aquelas longas noites eram "Você é o amor da minha vida." Eu acreditava, genuinamente. Que eu me casaria com ele e viveríamos juntos, felizes para sempre. Que eu o ajudaria na empresa do pai quando ele se tornasse vice, que seríamos bem vindos como um casal. Passava parte das minhas noites imaginando isso, e é cômico olhar para trás agora. Primeiro, porque eu jurei para mim mesmo que Pawat nunca mais seria capaz de amar alguém depois de se apaixonar mais uma vez por mim: eu o faria ter medo disso. Segundo, porque eu estava exatamente no lugar onde prometi nunca mais estar. Na mesma cama, na mesma casa, com o mesmo homem, com os mesmos hábitos, o mesmo beijo, e o mesmo desejo.

THE LAWOnde histórias criam vida. Descubra agora