THE LAW

25 - The Allibi

Grilos, cigarras e o som da água do chuveiro caindo era tudo que Pawat ouvia naquela noite. Tudo era tão calmo, que durante aqueles minutos em que passou sozinho, acreditou que, talvez, sua vida fosse passar a ser também. Agora, que estava livre de seu maior empecilho e não precisava mais se preocupar com quem queria puxar o tapete pelo qual caminhava, viver parecia mais simples. Não tinha mais medo de fazer o que queria, não tinha mais inimigos. Ao menos, não relevantes. O último deles caminhava em sua direção com um sorriso fraco nos lábios, os fios molhados e um cheiro doce que ficaria em sua mente pelo resto da noite no instante em que o abraçou.

ㅡ Hmmm... - murmurou ao esconder o rosto no tecido de algodão do moletom azul marinho. ㅡ Que cheiro bom.

Korapat sorriu, enterrando o próprio rosto nos fios do homem que abraçava sua cintura.

ㅡ Adivinhe a marca.

ㅡ Eu saberia se fosse da Law.

Ambos riram baixinho antes que seus lábios se tocassem num breve e significativo carinho.

ㅡ Posso secar seu cabelo? Vai acabar pegando um resfriado desse jeito.

ㅡ Você vai continuar tentando fazer com que eu me apaixone por você até quando?

ㅡ Nunca. Preciso de garantia.

Brincou, sendo levado pelo homem de volta até o banheiro esfumaçado. Cobriu seus fios com a toalha de rosto ao lado da pia e os enxugou com carinho e leveza, suficientes para que Nanon fechasse os olhos e relaxasse durante o processo. Ele, que nunca abaixava sua guarda, poderia dormir em pé enquanto fosse Pawat a pessoa que cuidava dele. Enquanto realizava o trabalho ao qual se tinha proposto, Pawat observava seus corpos pelo reflexo do espelho embaçado e sorria sem nem se dar conta. Se sentia de novo no ensino médio, aprendendo sobre o amor e o que ele fazia consigo. Pensava sozinho sobre como era capaz de cometer loucuras por aquele homem e agora, sabia que não era o único capaz daquilo. Pawat não sentia medo de sua capacidade, como qualquer outra pessoa em sã consciência teria. Se sentia amado. A que ponto alguém precisa chegar para se tornar capaz de realizar um ato tão cruel, mas com um propósito tão bonito? Quantas pessoas matariam por amor? Para proteger alguém? Se sentia orgulhoso por ter sido o escolhido, e sabia que, se precisasse, moveria um exército para proteger e satisfazer as vontades daquele homem. Queria que Nanon soubesse o quanto o amava sem que precisasse de palavras. Quando desligou o secador, o colocou sobre a pia e suas mãos foram direta e exclusivamente para a cintura de Korapat, que para sua surpresa, não se surpreendeu com o toque. Os lábios carnudos de Pawat tocaram sua pele fina e sensível, fazendo o mais novo sorrir inconscientemente e se encolher naqueles braços grandes como um ser inofensivo. Finalmente abriu seus olhos e os levou até o mais velho, que não abriu brechas para desculpas. Segurou o homem em seu colo e o colocou sentado sobre a pia de mármore, onde encurralou seu corpo ao apoiar suas mãos em suas pernas, uma em cada lado. Inclinado sobre o mais novo, que ainda não sabia quais eram as intenções de Pawat com aquilo, trocavam olhares curiosos.

ㅡ Tem muitas coisas que eu não sei além da marca do seu sabonete.

Korapat sorriu.

ㅡ É War. O que mais você quer saber?

ㅡ Vai responder tudo?

ㅡ O que eu quiser.

ㅡ Quem é aquele cara?

ㅡ Um amigo! Ele vai te contar todos os detalhes. É quase um fã meu.

ㅡ Como eu? E o resto do mundo?

ㅡ Não... você é diferente.

ㅡ Contou isso para ele?

ㅡ Um milhão de vezes...