Ohm Pawat se torna o maior empresário do mundo da noite para o dia. Preso em uma vida luxuosa e indesejada, ele se vê sem saída quando se dá conta de que o amor de sua vida é seu maior inimigo.
Nessa história, ser vulnerável é o maior pecado que al...
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O tempo passou rápido. Book precisava descansar para o dia seguinte, afinal era "o mais importante de sua vida" como gostava de chamar. Ainda eram nove da noite quando entraram no carro do mais velho em direção à casa de Korapat. Book admirava o movimento e as luzes da cidade e tudo parecia certo por um momento. Nanon tinha os deixado a pouco menos de meia hora com a desculpa de que queria se deitar quando, na verdade, queria lhes dar privacidade. Antes que qualquer coisa fosse dita, Force chamou a atenção do homem com uma fala.
ㅡ Vou assistir a cobertura ao vivo amanhã.
Book franziu as sobrancelhas num misto de surpresa, confusão e tristeza, tirando sua atenção da estrada para levá-la ao homem.
ㅡ Você não vai poder ir?
Force respirou fundo enquanto se forçava a ignorar aquele olhar. Se o retribuísse, deixaria nítido o que sentia.
ㅡ Não quero atrapalhar, ele estará lá. Mas eu vou te assistir de longe.
ㅡ Não, Force... nós falávamos sobre isso todos os dias! Você era quem mais me apoiava, e graças a Deus nos encontramos de novo a tempo... e agora você não vai me ver?
Era nítida a decepção em sua voz e em seus olhos. Force não era forte o suficiente para olhar neles e vê-los marejar, então negou com a cabeça.
ㅡ Você sabe que eu sonho com isso também. Esse tempo todo, estive acompanhando as notícias só para ter certeza que ninguém tomaria seu cargo ou que você mudaria de ideia.
ㅡ Então por que você mudou de ideia?
ㅡ Você tem alguém novo, Book. Eu não quero ser responsável por estragar isso.
O menino se calou por um momento. Force teve medo da resposta e pareceu pressentir que Book chorava. Quando finalmente observou seu rosto, quis segurá-lo com todo o carinho do mundo, mas não podia. Se segurou mais uma vez, voltando os olhos à rua.
ㅡ Eu escrevi um convite a mão para você. Muito depois de conhecer o Khaotung e muito antes de te encontrar naquela festa, Force. Você sonhou esse sonho comigo, você me apoiou todos os dias e eu nunca me esqueci disso. Eu nunca deixei de te querer por perto apesar de tudo... porque eu sabia que amanhã seria vazio sem você. Não faria sentido. Por favor? Nem que seja só por dez minutos? Não pode?
Enquanto o mais novo falava entre o choro, Force sentia a garganta arder enquanto um nó se formava nela. Seu peito doía e os olhos se enchiam de água, era quase um hábito quando estava na presença do mais novo. Não podia vê-lo chorar, não suportava. Parou o carro, se virou em sua direção e enxugou as bochechas vermelhas com cuidado enquanto sorria fechado.
ㅡ Não chora. Eu vou. Se eu assistisse pela TV, eu acho que nunca me perdoaria... esperei para te ver fazendo isso desde que te conheci, não foi?
Com um biquinho nos lábios que se esforçava para não deixar mais nenhuma lágrima cair e olhos brilhantes que exalavam gratidão, o mais novo envolveu o corpo alheio em um abraço longo e caloroso, sem prévia de fim. E foi ali que começou a chorar sem que nem percebesse, e era contagioso. Force acariciava seu tronco com todo o carinho que podia, todo o carinho que guardou para si durante tanto tempo. Com os braços ao redor do pescoço alheio, Book acariciava os fios na nuca do homem lentamente enquanto buscava as palavras certas entre os soluços.
