THE LAW

21 - The Reality

No instante em que a mulher deixou o quarto, Nanon o adentrou outra vez, sendo recebido com um sorriso largo pelo homem que agora estava sentado sobre o colchão.

ㅡ Tá tudo bem?

Nanon questionou ao se sentar em sua frente. Ohm pareceu ignorar a pergunta ao segurar sua mão e levar seus olhos até ela, passando a acariciá-la.

ㅡ Não tem nada pra me dizer? - perguntou o mais velho.

ㅡ Tenho. Quero te xingar, mas acho que essa não é a hora.

Pawat sorriu fraco por um breve segundo.

ㅡ Eu fiquei apavorado. A primeira coisa na minha cabeça foi que eu morreria sem dizer o que sinto por você.

ㅡ Olhe para você. É isso que importa agora?

O maior assentiu, finalmente levando os olhos de volta à Korapat.

ㅡ É. Eu acredito que seja. Se não fosse, não teria sido meu primeiro pensamento, não é?

Nanon não respondeu. Não sabia o que dizer. A situação era tão dolorida para si quanto era para Pawat, mas ele simplesmente parecia não entender o peso daquilo.

ㅡ Você consegue guardar um segredo?

ㅡ Depende.

Respondeu friamente, na esperança que mudassem de assunto.

ㅡ Quando abri os olhos eu soube que não morreria pelo acidente. Sabia que não havia nem quebrado um dedo. Eu tive medo de que eles voltassem só para me matar, mas aí eu percebi: "Ah, foi só um aviso." Então eu fiquei aliviado. E com medo.

ㅡ Aviso? Como assim? Quem te mandaria um aviso?

ㅡ Eles estão atrás de você.

ㅡ E por quê ameaçariam você?

ㅡ Porque querem que eu te mate.

Nanon deixou uma risada escapar pelo absurdo dito. Apoiou ambas as mãos na cama, inclinando o corpo sobre o de Pawat e encarou seus olhos na tentativa de descobrir se aquela conversa não passava de um delírio causado pelos analgésicos.

ㅡ Do que diabos você está falando? A pessoa que fez isso com você, fez de propósito?

ㅡ Me avisaram que isso aconteceria no momento que eu recusasse qualquer ordem. Eu duvidei. Pensei que tivesse mais tempo.

ㅡ Me fala quem fez isso.

Ordenou, não poupando soberba em seu tom de voz.

ㅡ A mesma pessoa que vai te matar se você não desistir da Presidência.

Sua expressão confusa se acentuou.

ㅡ Como você sabe disso? Eu só contei a uma pessoa-

ㅡ Ele sabe de coisas que não contamos para ninguém, Non. Ele tem fotos de todas as vezes que nos encontramos, dentro e fora das empresas, sem exceções.

Seu coração errou uma batida. Seu estômago revirou e um filme se passou em sua cabeça de todas as possibilidades que aquela história poderia tomar a partir daquele pequeno fato. Engoliu seco e apertou o lençol abaixo de si com ambas as mãos.

ㅡ Pela última vez... quem é "ele", Pawat?

Questionou impaciente, impaciência criada pelo medo. Não entendia de onde vinham aquelas informações e por quê Pawat as escondia de si, e isso o assustava. Estava apaixonado pela pessoa encarregada de assassiná-lo?

ㅡ O filho da puta que matou meu pai. - seus olhos marejaram. Nanon franziu as sobrancelhas ao negar com a cabeça.

ㅡ Você está delirando. Seu pai teve um infarto, Ohm.