THE LAW

42 - The Return

Era quase impossível caminhar até o carro devido a aglomeração dos jornalistas e suas câmeras, mas seus seguranças, apesar de igualmente atordoados, faziam um bom trabalho. Antes de entrar no carro, Pawat lhes deu a ordem de que voltassem para escoltar Nanon e saiu dali em alta velocidade, sendo perseguido por uma parte dos presentes enquanto a outra permaneceu para tirar de Nanon alguma informação, mas foi em vão. O homem obedeceu o pedido de silêncio e dirigiu de volta ao hotel onde o irmão o aguardava, sabendo que sua casa logo seria alvo dos parasitas, como gostava de chamar.

A expressão que carregava no rosto ao adentrar o apartamento não deixava dúvidas para Kasidet. Seu sorriso denunciava que havia vencido. O mais novo não pôde deixar de retribuí-lo, embora ainda brevemente hesitante em relação a Pawat e suas ações.

ㅡ O que houve?

ㅡ Eles foram presos. - Nanon falava enquanto negava a cabeça, claramente ainda desacreditado enquanto o sorriso em seus lábios se transformava em uma risada contagiante. Book se levantou do sofá em um pulo, correndo até os braços do irmão para o abraçar com força.

ㅡ Todos eles?! Como?!

Questionou eufórico ao se afastar do corpo, segurando os ombros do mais velho.

ㅡ O Ohm... simplesmente... contou para todo mundo. No altar. Ele só... falou tudo.

Enquanto os lábios do mais novo expressavam toda sua surpresa em um formato oval, Nanon sentia os olhos marejarem enquanto ria sozinho.

ㅡ Eu ainda não acredito. Parece que estou sonhando.

Kasidet não tinha palavras para expressar o alívio e a felicidade que sentia, então apenas tomou o homem em seus braços outra vez, suspirando de olhos fechados ao acariciar suas costas.

ㅡ Agora vai ficar tudo bem?

ㅡ Eu acho que sim, Book... acho que finalmente acabou.

Enquanto a celebração seguida de uma breve despedida acontecia, Pawat atravessava o térreo do prédio em reconstrução para chegar até o auditório onde cinco anos atrás faria sua primeira coletiva de emprensa. Essa seria, no entanto, a mais importante de todas elas. Não conseguia medir a quantidade de pessoas e câmeras atrás de si naquele momento. Se fizesse uma estimativa, diria no mínimo duzentas, representando inúmeros países e emissoras. Subiu as breves escadas até o palco e aguardou que todos encontrassem seus assentos, embora notícias daquele nível não permitisse com que relaxassem. Com seguranças armados rodeando o palco de todos os lados, deu início a seu discurso observando a sala lotada com seus olhos firmes e destemidos.

ㅡ Pelos últimos dez anos, a minha família tem sido alvo de ameaças e provocações tão extremas que causaram a morte do meu próprio pai. Do homem que criou esse lugar. Vocês frequentemente ouvem as pessoas se referindo a nós como "a maior empresa do mundo", mas isso não significa que somos impunes do trabalho sujo que a elite é capaz. Tudo o que vocês ouvem sobre o nosso poder de controlar as coisas é verdade. Desde investigações policiais à reportagens na mídia, com dinheiro é fácil fazer com que as coisas aconteçam do seu jeito. Acontece que fazer parte disso não te torna intocável e eu descobri isso da pior maneira possível. Quando provocaram meu acidente de carro como um aviso de que eu estava saindo da linha, eu descobri a verdade sobre a morte do meu pai. Foi somente cinco anos depois que chegou ao meu conhecimento que Arnold Pawat foi assassinado por um de seus melhores amigos, Holt Davana. Depois de anos o atormentando, extorquindo e ameaçando, aquele homem tirou a vida do meu pai e passou a controlar a minha sem que eu soubesse. Ele proibiu a minha mãe, Lawan Chittsawangdee, de assumir o cargo do meu pai e conduzir a empresa porquê sabia que não seria fácil manipular uma mulher ciente das coisas que ele fazia. Não tanto quanto seria fácil manipular um adolescente devastado pela morte do próprio pai, então ele me colocou aqui, mesmo sem ter controle nenhum sobre essa empresa, porque é assim que eles trabalham: de forma cruel e sorrateira. Não demorou para que eu me tornasse o alvo das ameaças e eu precisava de uma saída porque eu me recusava a fazer o que ele pedia: ele queria que, caso ele perdesse as eleições, eu iniciasse uma guerra civil com os meus robôs porque ele descobriu que eles eram capazes de matar. Mas eu não podia fazer isso. Então eu encontrei alguém que podia me ajudar e achei que estava fazendo a coisa certa porquê eu sempre achei que ele fosse muito mais forte do que eu. Nós nos conhecemos a dez anos e ele sempre foi mais inteligente, mais racional, mais forte, melhor em tudo. Eu levei um tempo, mas consegui convencer Nanon Korapat a se juntar a mim. Hoje eu me arrependo amargamente por ter visto o que eu provoquei na vida daquele homem. Quando ele soube a verdade, assim como eu, ele ficou enfurecido e foi até o presidente. Acontece que Holt já o esperava porque havia previsto isso da mesma forma que previa todas as outras coisas que aconteciam. Naquele mesmo dia, Holt e outros dez homens apontaram suas armas na minha direção e ele me garantiu que se eu não concorresse à presidência e continuasse o legado dele, eu, minha mãe e Nanon seríamos assassinados. Quando Nanon chegou lá para confrontá-lo, ele já havia colocado em ação uma ideia ainda pior: incriminar Nanon pela sua morte. Naquele dia, ele se matou minutos antes da chegada de Korapat, mas graças ao Deus que hoje não posso negar que existe, a polícia conseguiu provar que Korapat era inocente. Sinceramente, quando Holt morreu, eu pensei que fosse o fim. Todos nós pensamos que teríamos paz de novo mas eu fui surpreendido de novo e de novo. Seu grande amigo Arnold Kanyarat prometeu que se eu não o obedecesse, a pessoa que eu amava seria morta. Ele queria que eu abandonasse o relacionamento no qual eu estava vivendo a vida que sempre sonhei para assumir um filho que não era meu e me casar com sua filha, que coincidentemente relatava a Davana tudo o que acontecia nessa empresa enquanto jurava devoção à LAW. Eu podia aceitar isso e destruir meu relacionamento ou continuar nele até que Nanon fosse assassinado e eu perderia a única família que tenho. Então eu aceitei corromper toda a minha vida e a minha reputação porquê... porquê eu o amava demais.