40 - The Proof

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Foi ali que eu percebi que tinha tudo o que precisava saber nas minhas mãos. Mesmo no escuro, agora não poderia ter ficado mais óbvio quem estava atirando contra mim. Tentei esconder o sorriso ao ver aquela mensagem, mas não acho que tenha conseguido. Para a minha sorte, aquela mulher era uma das pessoas mais manipuláveis que eu já conheci, então bastava fingir não me importar com o fato de que ela havia me dado exatamente a última pergunta sem resposta. Dirigi de volta para casa, e por mais que guardar aquele segredo de minha mãe fosse difícil, eu sabia que precisaria desapontá-la por mais algum tempo. Na manhã seguinte, coloquei uma máscara vitimista e ingênua mais uma vez.

ㅡ Soube que foi você quem levou a Ploy até a Law.

Foi a primeira frase que disse ao ver Khaotung se aproximar de mim na sala da audiência.

ㅡ Sim, senhor. Eu sinto muito pelo que aconteceu... nenhum de nós imaginava que aquela tragédia aconteceria-

ㅡ Não havia como prever, mas você a deixou a sozinha. Quanta coisa poderia ter sido evitada se estivesse junto dela?

Com os braços cruzados observava a expressão envergonhada tomar conta de seu rosto. Ele suspirou, se curvando diante de mim como um pedido de desculpas ao qual ambos sabíamos que não existia arrependimento.

ㅡ Eu sinto muito.

ㅡ Eu sei que sente. - parecia um jogo para decidir quem mentia mais. ㅡ Mas sinceramente, não consigo evitar me sentir decepcionado. Eu estava me acostumando a ideia. Não, eu adorava a ideia até o Arnold se envolver. Fiquei tão feliz quanto ela e prometi que assumiria a criança... - fiz uma pausa, olhei para o lado, suspirei. ㅡ Eu só quero que o Korapat pague por cada coisa que ele tirou de mim. E eu sei que gosta do Book, mas por favor... fique fora do caminho. Você pode o consolar quando isso tiver acabado.

Sem esperar por uma resposta, me afastei, indo diretamente para a cadeira ao lado do advogado, no lado de dentro do tribunal. Bastou que me sentasse para ver a figura abatida e encolhida de Korapat adentrar o local, tomando a cadeira a minha frente sem sequer levantar a cabeça. Parecia envergonhado, com medo, mas principalmente arrasado. Com sobrancelhas franzidas, tentei não manter os olhos sobre ele por muito tempo, mas também não prestava atenção em muito do que acontecia até ouvir a voz de Bright.

ㅡ Vossa excelência, antes de qualquer coisa, gostaria de declarar que o meu cliente é uma vítima. Por falta de provas contra o senhor Korapat, gostaria que os demais removessem o termo "réu" ao se referir a ele.

ㅡ Objeção. - o homem ao meu lado se levanta, e abaixo a cabeça.

ㅡ Sentados. Senhor Vachirawit, prossiga. - o juiz prontifica, e o homem do outro lado do salão obedece.

ㅡ Senhor Korapat foi encontrado na cena com um golpe na cabeça, meritíssimo. Gostaria de perguntar aos senhores quem foi que destilou esse golpe, se a única pessoa presente no prédio além de Nanon era Piploy Kanyarat, mas ela foi encontrada no térreo e o meu cliente estava no ducentésimo andar.

ㅡ Objeção. Nanon Korapat estava acompanhado de First Kanaphan no ducentésimo andar. Gostaria de pedir que explicassem o motivo.

ㅡ O oponente se desviou da pergunta feita, excelentíssimo, gostaria de pedir para que ele a respondesse primeiro. - Bright respondeu de imediato.

ㅡ Pedido negado. Palavra para Bright. - o juiz determinou.

ㅡ O senhor Korapat só se deu conta da presença de First Kanaphan no prédio quando o incêndio já havia começado. Os dois não haviam combinado de se encontrar lá, muito pelo contrário. Korapat não tinha contato com Kanaphan a muitos dias, o que me leva a questionar vocês mais uma vez. Onde estava o senhor Kanaphan durante todo esse tempo? A última vez que ele foi visto foi na casa do guarda-costas do senhor Ohm Pawat. Por pura coincidência, sua noiva, Piploy Kanyarat, também estava lá, acompanhada pelo pai e dono do banco central, Arnold Kanyarat. O senhor Kanaphan NÃO foi visto deixando o lugar porque as câmeras da região foram simultaneamente e mais uma vez, coincidentemente desligadas, assim como as do prédio da Law no dia do incêndio. Cinco dias depois, ele é visto caminhando desnorteado, com o rosto e partes do corpo machucadas, indo em direção ao prédio onde o incêndio acontecia, o que nos leva a uma afirmação muito simples e irrefutável, senhores. First Kanaphan foi mantido em cárcere privado sob o conhecimento de Piploy e Khaotung e agora eu gostaria de saber, honestamente, se o senhor Pawat tinha consciência disso.

THE LAWOnde histórias criam vida. Descubra agora