O7 - The Meeting

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O reencontro havia sido planejado em mínimos detalhes por Nanon. Da roupa que vestia ao perfume que usava, cada um fora escolhido com um único objetivo: levar Ohm de volta ao passado.

Com seu terno cor de vinho e cabelo penteado para frente, foi instantaneamente aclamado por todos os presentes no instante em que colocou os pés para fora do Porsche preto. Nanon tinha uma imagem angelical que a mídia idolatrava: sua timidez, junto a um sorriso contagiante, conquistou corações rapidamente. Ao protagonizar capas de revista ao redor de todo o mundo, sua história sempre era foco de entrevistas e conversas entre seus semelhantes, que ainda se surpreendiam com a capacidade e rapidez que Nanon havia chegado ao topo. No entanto, nenhum deles nunca saberiam o único segredo que escondia. O que causaria tanto discernimento e disciplina em alguém, isso ele jamais contaria. Inventaria mentirinhas pequenas para incentivar aqueles que acreditavam ser possível chegar em seu patamar, mas poucos sabiam da verdade. Ao dizer "poucos", se referia a First Kanaphan.

A festa era grande, com pessoas de bolso grande, num salão exageradamente grande e uma noite longa que prometia ser um marco em sua vida. De todos os lados, investidores loucos por convencê-lo a tomar um pedaço do que era seu. Se pudesse descrever aquele lugar em uma palavra, seria ganância. Mas não podia dizer isso, afinal, era justamente esse o motivo de ter chegado até lá.

Era mais de meia noite quando finalmente avistou Pawat, sem sequer o procurar. Foi durante uma conversa que olhou para o lado e avistou a figura familiar como se olhasse para um espelho. Ohm ficou imóvel ao reconhecer a familiaridade naqueles traços. A menos de dois metros de distância, Korapat o assistia com seus olhos, os mesmos de sempre, e sua aura ingênua, um sorriso que aos poucos se desfazia. Como se o mundo tivesse passado a girar em câmera lenta e preto e branco, só Nanon estava em cores vívidas naquele momento. Se afastou do grupo de engravatados sem sequer se despedir, seguindo seus rastros como se estivesse hipnotizado. Nanon já não olhava em sua direção, mas podia sentir os olhos fixos sobre si vindo de uma distância que diminuía com rapidez. Quando sentiu o toque em seu braço junto à voz dócil e receosa, cheque mate.

ㅡ Nanon?!

O dono do nome se virou como se não soubesse quem o chamava.

ㅡ Olá.

Falava como se fosse um estranho enquanto Pawat sorria desacreditado. Em seu rosto e gestos, era nítida a mistura entre ânimo e hesitação, intercalados entre surpresa e medo.

ㅡ Eu... não esperava te ver aqui, como você está?! Eu tenho te visto na TV, te procurei em todo lugar-

ㅡ Talvez não deveria ter me perdido de vista.

As palavras ditas sem empolgação o atingiram em cheio, fazendo a expressão em seu rosto rapidamente esvaecer. Percebia naquele instante o erro que havia cometido ao se aproximar acreditando que suas ações haviam sido esquecidas com o tempo.

ㅡ Eu sei... me desculpa. Eu-

ㅡ Não há motivos.

Nanon desviou o olhar como quem esperava que o diálogo terminasse ali.

ㅡ Não podemos conversar?

Seus olhos percorriam o corpo alheio lentamente, como se quisesse se relembrar de cada detalhe.

ㅡ Não precisamos.

Pawat respirou fundo, reunindo coragem.

ㅡ Não faz assim, Nanon... eu me arrependo do que eu fiz... você não sabe como foi viver quando percebi que você tinha me tirado da sua vida-

ㅡ Eu? Eu não te tirei. Você saiu. Esqueceu?

Korapat falava com os olhos fixos em outro lugar.

ㅡ Você sabe os motivos mais do que ninguém...

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