THE LAW

29. The Heat

(+18)

As cinco da tarde, o Sol se preparava para se despedir, mas não significava que era o fim do dia. Os quatro homens andavam pelo lugar em uma linha reta e eram facilmente notados. Enquanto caminhavam, o mais velho gostava de responder as respostas que os outros faziam quase como se fosse um guia. Book era o mais curioso entre os três e falava de boca cheia enquanto degustava uma das inúmeras sobremesas expostas no lobby.

ㅡ Não tem tubarão aqui? E salva-vidas? Eu não sei nadar. Dá para ir naquela ilha?

ㅡ Sim, ela faz parte do resort. Você pode pegar um barco e não tem muitos bichos perigosos nessa parte. Mas eu não arriscaria, vai que eles pensem que você é um peixe pelo tamanho.

O mais novo levou os olhos adoravelmente fuzilantes ao maior, que não segurou a risada até ser repreendido:

ㅡ Você se esqueceu que tenho poder sobre seu relacionamento?

ㅡ Mil desculpas. - fingiu uma reverência, levando um tapa de Korapat, que sorria com a interação.

ㅡ Não ameace ele, eu também tenho poder sobre o seu.

Book escolheu não responder, afinal qualquer resposta deixaria explícito que o irmão se referia a Khaotung e não era isso que queria, mas Kasidet não sabia que o mais velho estava mais ciente do que ele mesmo.

ㅡ Tem uma piscina para crianças, Book.

Khaotung comentou apontando para o local, fazendo os mais velhos sorrirem.

ㅡ ...Eu vou sumir e vocês vão passar o resto dos dias aqui me procurando e aí vão se arrepender. - respondeu com um bico nos lábios e Khaotung teve certeza que era a coisa mais adorável que já tinha visto.

ㅡ Com certeza alguma família vai levar você para casa.

ㅡ Por que vocês sempre me escolhem?! - exclamou batendo os braços contra si mesmo.

ㅡ Porque é fofo.

Khaotung respondeu e o silêncio em seguida foi ensurdecedor. Enquanto Ohm e Nanon tentavam fingir não ter ouvido para evitar o constrangimento do mais novo, Book tentava processar o elogio do homem que tanto admirava.

ㅡ O que foi? Todo mundo acha.

Tung respondeu levando suas mãos ao bolso da calça como quem não se importasse da declaração aberta. Não era nenhum novato no quesito flertes e apesar da presença do irmão mais velho o intimidar, não deixaria que o impedisse de demonstrar seus sentimentos pelo mais novo. Enquanto Kasidet sentia suas bochechas queimarem, os demais sorriam ao som das gaivotas que sobrevoavam o recinto e a cena por si só parecia o final de um filme feliz. Depois de longos minutos conhecendo o lugar, o Sol estava se pondo e não podiam ignorar aquela paisagem. Em tons de roxo e laranja, o dia que parecia ser o marco do início de dias felizes e pacíficos daqueles homens chegava ao fim. Com corações leves e sorrisos estampados em seus rostos, sentados confortavelmente e com os pés na água morna, tudo parecia ir bem. Bem até demais para suas vidas conturbadas. Pela primeira vez em tantos anos, não havia sequer uma preocupação em suas mentes. Pawat quebrou o pacífico silêncio com um pensamento que o ocorreu de repente:

ㅡ Dá para acreditar que daqui a uma semana lançamos um produto juntos? Depois de tudo?

ㅡ Dá. Eu planejo isso tem cinco anos.

O mais velho sorriu, desviando o olhar do Sol para levá-los a Korapat, que brilhava muito mais.

ㅡ E como é a sensação?

ㅡ Não era para eu ter me apaixonado. Você me paga, sabia?

ㅡ Pagarei! Noventa por cento dos lucros só porque eu me apaixonei muito antes de você. Mas se me pedir, eu te dou tudo.