3- Mãos gentis

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O príncipe entrou na carruagem e percebeu que Wei Wuxian estava simplesmente em pânico e tentava se segurar para não chorar diante dele. O ômega diante de si tremia e estava pálido.

Ele levantou o banco onde estava sentado e tirou o seu hanfu verde água de lá de dentro, com bordados de nuvens e luas e tirou a capa de Wen Ning de cima do ômega que fechou os olhos apertados e se encolheu de medo naquele simples gesto.

Wei Wuxian esperava ser beijado, apalpado, xingado ou violado naquele instante, mas sentiu mãos gentis que deslizaram uma manga de tecido suave por um de seus braços e em seguida pelo outro e quando ele abriu os olhos, viu que o alfa que o havia comprado com tanta arrogância na casa Yang, amarrava a faixa do hanfu em sua cintura, lhe cobrindo cada centímetro de sua pele clara. Ele tocou os pés do ômega e ao perceber que estavam gelados, tirou suas próprias botas, eram maiores que os pés dele, mas colocou assim mesmo e Wei Wuxian sentiu os pés serem aquecidos pelo calor do outro.

Wangji sentou de volta no banco a frente e disse baixinho:

_Está tudo bem. Eu não vou fazer nada com você.

_Agora... – falou ele e as lágrimas saíram e quando as primeiras vieram, uma torrente veio logo atrás.

_Eu não vou fazer nada com você nunca.

_Você gastou um montão de dinheiro comigo... Senão me comprou pra você, me comprou pra outra pessoa...

O ômega não conseguia parar de chorar e sentiu as pontinhas de seus dedos serem seguradas de forma delicada.

_Olhe para mim. – Wei obedeceu – Eu o comprei para o proteger. Para o tirar daquele antro, pois não dava tempo de pedir que meu irmão tirasse os ômegas que são explorados de lá e queimar aquela merda antes que você fosse vendido. Pois é isso que vai acontecer assim que eu chegar com você em casa e falar como foi que eu te conheci... A-Cheng vai ficar uma fera... - disse ele pra si.

_Não vai mesmo me machucar?

_Jamais. Você tem a minha palavra.

Wangji tirou o anel de sua mão direita, o emblema real de sua família e colocou no dedo indicador do ômega, era o único dedo em que ele cabia.

_Na minha família, quando fazemos alguma promessa, damos algo valioso à pessoa, para que ela saiba que pode confiar em nossa palavra. A única coisa que tenho agora é isso. – o príncipe riu.

Wei Wuxian olhou o anel e se encantou em como ele parecia um céu noturno com uma lua brilhante e nuvens espiralando.

O ômega esboçou um sorriso e olhou para o príncipe.

_Promete mesmo?

Wangji lhe segurou as duas mãos e disse:

_Sim.

De repente ele apertou de leve as mãos de Wei Wuxian e seus olhos se encheram de lágrimas, já que uma dor lhe espetou a cabeça e sua garganta parecia que tinha sido queimada com sopa quente ao mesmo tempo que sempre que respirava, sua caixa torácica doía e ele voltou a si, encarando Wei Wuxian pálido.

_Tudo bem?

_Com licença.

Wangji foi para o lado de Wei e mal tocou nos cabelos dele e o sentiu se encolher de dor, o que o fez enfiar os dedos nos fio dele, o fazendo gemer de dor pelos ferimentos em meio aos cabelos. Ele sentiu a dor amenizar e passar e depois foi tocado de forma quase imperceptível no pescoço e a dor na garganta e mandíbula também passaram. Faltavam as costelas. Lan Zhan pairou com as mãos nas laterais do corpo do ômega e pediu:

_Eu senti que está com com as costelas machucadas também – Wei Wuxian arregalou os olhos – Eu posso fazer a dor passar, mas vou precisar tocar, se você quiser deixar é claro.

Amor que Cura (Concluída)Onde histórias criam vida. Descubra agora