Amor que Cura (Concluída)

5- São meus filhotes!

Wei Wuxian acordou de madrugada e ao perceber que estava deitado no peito de alguém e sendo abraçado, começou a entrar em pânico, até sentir o cheiro que era parecido com de sua mãe, cheiro de flores de lótus e ele se lembrou de onde estava, que um ômega que era zangado demais e falava palavrões como quem cantava frases inteiras de ópera, mas era também muito protetor, o acolheu e o fizera dormir e tinha permanecido com ele ali.

_Tudo bem Wei Ying? – ele ouviu a voz do Jiang no escuro. – Você está tremendo. Teve pesadelos?

_Eu esqueci onde estava...

_Palácio da Lua Crescente, montanha Recanto de Nuvens, GusuLan. Pode chamar de casa se quiser. É aqui que está.

_Obrigado.

_Pelo quê? – Jiang Cheng se assustou com o peso da gratidão expressada numa palavra.

_Por me lembrar como é ter uma mãe me protegendo e você também tem o cheiro da mamãe.

O Jiang o puxou para si, liberando mais o cheiro dele para acalmar Wei Wuxian.

_Me fale dela, sim?

_Ela era linda. Pele bronzeada, cabelos pretos iguais aos meus... Eu tenho os olhos azuis cinzentos iguais aos dela também.

_Ela era aqui de Gusu?

_Da província de Yunmeng.

_Agora sei porquê acha meu cheiro parecido com o dela. Eu também sou de Yunmeng. A maioria de nós cheiramos a Flor de Lótus, acho que é algo que entranhou durante gerações trabalhando nos lagos.

_Lagos?

_Lá tem lagos maravilhosos, muito maiores dos que tem no interior daqui e muito mais bonitos também.

_Eu nunca vi os lagos daqui... Eu não saía da casa Yang. Só quando o dono me acorrentada e me puxava pela rua como uma carne que queria vender. Eu vivia trancado... Às vezes em quartos escuros. Passei um ano de inferno.

_Wangji me disse que hoje era seu aniversário de dezesseis anos...

_Não gosto muito de aniversários. Cada ano que eu fazia, mais a mamãe entrava em pânico, pois podiam ver minha beleza e... Quando fiz quinze perdi a mamãe e hoje o senhor Yang me vendeu.

_Pense assim, você ganhou outra mãe sim? Se quiser claro. E ganhou sua liberdade de presente. Pode ser o que quiser.

_Verdade?

_Verdade!

_Hum... Você tem outros filhos além de Wangji?

_Você e teria um omegazinho fofo chamado Mo XuanYu, mas ele quis permanecer conosco como empregado e ameaçou ir embora se eu o adotasse... Mas ainda não desisti.

_De sua barriga?

O Jiang suspirou.

_Vamos dormir pequeno. Você teve um dia exaustivo.

_Me perdoe por perguntar o que não devia.

_Você não fez por maldade. É apenas curioso...

Wei Wuxian deitou a cabeça dele novamente no peito de Jiang Cheng e fechou os olhos e não os abriu quando ouviu baixinho:

_Minha mãe me machucou por dentro com energia espiritual quando eu tinha treze anos... Ela não queria que eu tivesse filhos, pois queria me vender pra a casa de prostituição onde nasci pra comprar a liberdade dela. Eu nunca fui alguém fácil de lidar, bati nela e fugi. Huan era um príncipe na época, tinha quinze anos e me achou. Molhado de chuva, doente e morrendo de dor. Me trouxe pra cá. Os pais dele me acolheram, cuidaram de mim, me ensinaram a ler e a lutar... Isso faz quinze anos, mas me lembro como se fosse ontem.