23- Dezessete

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Wangji abriu os olhos no dia seguinte e diante dele, deitado em sua cama, estava Wei Wuxian. Ele ficou quieto observando o ômega. Os olhos fechados com cílios longos, a boca carnuda, a delicadeza do nariz, a trança pendurada no ombro dele e uma das mãos sob o rosto... Por Xie Lian, ele era a criatura mais linda que existia, principalmente quando dormia tranquilo daquela forma.

O alfa sorriu, imaginando como seria acordar todos os dias com ele ao seu lado, poder abraça-lo e poder também emaranhar os dedos nos cabelos dele lhe fazendo cafuné para o fazer adormecer toda noite. Imaginou uma vida ao lado de Wei Ying naqueles poucos minutos. E abriu mais ainda o sorriso quando viu um par de olhos azuis o olhar.

_Bom dia.

_Bom dia. Acordou há muito tempo?

_Um tempinho. Estava olhando um anjo dormir.

O rosto de Wei Wuxian ruboresceu na hora.

_Eu quero te pedir uma coisa.

_Diga... Qualquer coisa. Você me salvou mais uma vez.

Ele segurou a mão de Wei e a beijou, depois acariciou o rosto dele.

_Você quer casar comigo? Quer ser meu esposo Wei Ying?

_Você quer que eu seja seu esposo? Tem certeza?

_Tenho certeza! Eu prometo te respeitar em todos os momentos, cuidar de você, amar você, sempre e sempre.

_Eu aceito. – Wei Wuxian viu o brilho que encheu os olhos do alfa diante de si – Mas vai ter que pedir pra A-Niang.

_Pra ele e pra Huan.

_E se eles não deixarem?

_A gente foge e casa escondido.

_A mãe vai atrás da gente com aquela barriga e da uma surra em nós dois com Zidian. Precisava vê-lo ontem, com o chicote e a espada. Metade dos soldados de Qishan tremeram de medo dele.

_Nossa! Eu queria muito ter visto essa cena.

Os dois ouviram batidas suaves na porta do quarto e com o pedido de Lan Zhan para que entrasse, Jiang Cheng entrou. Ele estava usando um hanfu lilás, com uma pequenina saltitante lhe segurando a mão. A menininha estava linda usando um hanfu verde claro e usando um par de tranças nos cabelos. A criança tinha várias presilhas na trança e aparentemente estava com metade das jóias de Jiang Cheng em si, já que usava anéis dele e colares. Havia pego emprestado enquanto o ômega se arrumava, sempre perguntando o que podia usar e sempre recebendo a mesma resposta do Jiang: "O que você quiser meu anjinho fofo!"

_Bom dia geges! Estou aprendendo como ser igual a A-Niang.

Os dois não evitaram rir.

_Olha de aparência está ok, mas pra parecer mesmo com a mãe vai ter que aprender a descer a porrada em alfas. – falou Lan Zhan.

Lan Qing olhou para Jiang Cheng.

_O que é descer a porrada?

_Não use esse palavreado meu anjo. Nem você perto dela Wangji... – repreendeu ele. – E só para explicar, descer a porrada é bater em pessoas más.

_Com a espada e soco igual ao pai?

_Isso.

_Eu quero! - disse ela animada.

_Quando tiver mais idade, eu ensino querida. - Cheng olhou para os lados - Meu outro filhotinho ainda está dormindo?

_Com certeza.

A-Qing começou a se livrar dos colares que lhe pesavam no pescoço e tirou os anéis, os colocando sobre uma mesa e correu para a janela do quarto, para olhar o jardim enorme, ainda pintado de branco da neve que em breve começaria a derreter.

_É lindo.

_É sim. – concordou Wei Wuxian – Você quer vir comigo acordar o nosso irmãozinho?

_O pequenininho fofinho?

_Ele mesmo.

Eles saíram pela porta lateral do quarto e Jiang Cheng se sentou na cama.

_Ai minhas costas. Eu estou ficando imenso.

_Xian me disse que você desceu a porrada em geral ontem mesmo barrigudinho. – Lan Zhan se aproximou da barriga do outro e falou baixinho: - Oi JingYi.

_Aqueles cornos queriam machucar minhas crias. - WanYin começou a acariciar os cabelos do filho - Idiotas. Mas não fui só eu não. Dava gosto de ver XuanYu e principalmente Xian lutando. O talento dele é nato.

_Ele é maravilhoso... Mãe.

_Hum? – disse ele parando a mão que mexia nos cabelos de Wangji, o olhando.

_Me abençoa para eu me casar com Wei Ying?

_Claro querido. Mas vai ter que esperar Xian fazer dezessete anos. Você sabe disso.

_Ainda faltam bem uns seis meses! – resmungou ele e recebeu um olhar de repreensão. – Mas eu espero.

_Bom menino. Meu alfinha.

_Mãaaaaaae... – WanYin ouviu uma voz manhosa atrás de si e se virou na hora que Mo XuanYu subiu na cama de Lan Zhan e se deitou com a cabeça na coxa de A-Cheng. – Mande seus filhotes chatos me deixarem dormir. Eu tô com sono.

_Você precisa tomar café XuanYu.

_Quero dormir. Estou cansado de ontem. Não sabia que matar porcos cansava tanto.

_Ele parece um bebê. – falou A-Qing e deu várias risadinhas.

_Eu não sou bebê!

_Você é sim XuanYu. Meu bebê teimoso e manhoso. Mas se quiser dormir mais um pouco durma, eu fico aqui com você.

_Obrigado. – falou baixinho já voltando ao mundo dos sonhos.

Lan Qing se aproximou e passou a mãozinha no rosto de Mo XuanYu, erguendo a franja dele.

_Ele dormiu mesmo. – disse baixinho.

_Ele costuma dormir bastante. Acho que eu deveria fazer o mesmo.

_Fique a vontade. - disse Lan Zhan se colocando de pé.

_Bom dia. – disse uma das gêmeas colocando a cabeça para dentro do quarto ao ver a porta aberta.

_Bom dia SuJie. Bom dia JieLi. Vocês poderiam ajudar à mim e ao Lan Zhan a se vestir?

_Claro... – disse JieLi e tomada por um impulso, abraçou Wei Wuxian, sendo imitada por sua irmã.

_Você me assustou ontem.

_Me perdoe JieLi. Eu estou bem. – ele olhou a ômega – Achei que as Sombras não choravam.

_Choramos quando sentimos a dor de quase perder um irmão. – disse SuJie que não presenciou a cena, mas sentiu o coração errar um batida conforme sua irmã lhe narrava o que houve.

_Está tudo bem agora.

Lan Zhan sentiu alguém lhe puxando a pontinha do pijama e olhou para baixo.

_Da-ge, você pode me levar pra ver a neve no jardim enquanto a mamãe faz meu outro gege dormir?

_Claro. – falou Lan Zhan.

🌙☁️🌙

Conforme ajudava Lan Zhan e Wei Wuxian a se vestir, SuJie contava sobre ter colocado fogo na casa Yang e que depois ela, a mãe e o tio invadiram outros quatro prostíbulos menores e também acabaram com tudo ali. JieLi se lamentou de perder a diversão, mas precisava escoltar o rei de volta.

Wen Qing e Wen Ning convocaram os guardas que haviam permanecido no exército, e acabaram com o último prostíbulo na fronteira com Laling.

O tempo passou depressa depois disso. E já era dia do aniversário de dezessete anos de Wei Wuxian e o ômega era vestido pelas gêmeas de seda vermelha, em seus cabelos, vários adornos de ouro e pedras vermelhas. Ele estava lindo. Havia escolhido o dia do aniversário para se casar de forma proposital, já que há um ano, Jiang Cheng declarou para ele comemorar em seu aniversário novos começos, comemorar o que era bom em sua vida e a liberdade de poder ser o que quisesse.

Ele havia escolhido a liberdade de amar e ser amado pelo alfa que o salvou mais de uma vez.

Amor que Cura (Concluída)Onde histórias criam vida. Descubra agora