Lados Da Sua Alma

Quarenta E Nove 🧁

"Eu não sou minhas fases ruins. 

Eu não sou o que me aconteceu. 

-Lembrete" 

Rupi Kaur

֍

Yumi 

Recebi uma mensagem do Yoon antes de vir pra casa com o Tae dizendo que ele ia se atrasar. Estudamos física no escritório porque é a matéria que o Tae tem mais dificuldade, mas ele está achando difícil de se concentrar. 

Na verdade, é uma desculpa. Ele procrastina quando é algo que não se interessa. 

É assim que pessoas felizes vivem? 

Evitam atividades que não gostam e focam nas que gostam? 

Me dedico mais quando tenho dificuldade ou quando não gosto de algo.

Estou me dedicando muito em artes ultimamente, não porque eu amo a matéria, mas porque eu sou ruim e quero melhorar. 

Já ele evita, então fizemos poucos exercícios e ele ficou jogando charme pra encerramos. 

Ele sorri de forma encantadora, beija a minha bochecha e me dar cheirinhos pra me distrair. 

É foda, perco a postura com ele, mas depois do tempo em que nos afastamos eu não quero me privar dele.

Nós estamos no sofá da sala, ele pediu pra assistirmos a série da Wandinha juntos então é o que faremos. 

Talvez tenha sido a saudade, mas nesse momento não sei distinguir se estou amando o Tae ou se estou obcecada por ele. 

Pra mim ele perfeito. Não do tipo ser humano sem defeito, mas parece que é irrelevante as imperfeições. 

Estou olhando pra ele e pensando no que o Gomez diz quando ver a Mortícia dormindo “eu morreria por ela, eu mataria por ela e seria um prazer”. 

Acho que estou sentindo essa mesma devoção. 

Talvez eu não saiba amar. 

Não estou sabendo qual a medida certa e nem quanto devo beber do amor sem que isso me mate. 

— No que está pensando? — Tae perguntou pra mim sorrindo. 

— Como assim? 

— Está me olhando como se estivesse mergulhada em alguma coisa muito interessante. 

Eu estava mergulhada nele. 

— “Não importa qual seja a medida, vou ultrapassar. A diferença de veneno e remédio é a dose, mas pra mim tanto faz. Vou tomar quantas doses eu quiser mesmo que isso me mate”. É nisso que to’ pensando.

Ele desfez o sorriso e a expressão ficou confusa — Veneno?

Sorri olhando nos olhos dele. Claro que ele prestaria mais atenção na parte do veneno e da morte.

Afaguei o rosto dele com meus dois polegares e vi a expressão confusa em seu rosto saindo e dando lugar a um sorriso doce então eu aproximei meu rosto devagar para beijá-lo, mas não fechei os olhos enquanto minha boca não encostou na dele, só pra ver o sorriso doce mudar para um sorriso cínico. 

Eu beijei de vagar e com carinho, mas o Tae não sabe se comportar. Ele abriu a boca e me beijou mais intensamente colocando a língua e buscando a minha. 

Ele parou de me beijar e me olhou com a boca quase encostando na minha. 

— A que horas o hyung chega?