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Sodo on.

Aproveitei a saída com a banda para tirar o estresse que tinha acumulado em todo o meu corpo. Depois que Rain saiu, ficamos até o final da apresentação dos meninos, e depois fomos para outro lugar, para jogar sinuca. Apostamos rodadas de chopp e eu só sei que cheguei em casa perto do amanhecer. Antes de ir para a cama, verifiquei que em meu celular tinham ligações perdidas do Rain, de horas atrás.

E aí eu fiquei na dúvida: retornava, ou não?

Eu estava acostumado a ser o contato de emergência dele nos momentos em que ele fazia besteira, tendo como exemplo a última noite de show.

Por outro lado, e se tivesse acontecido alguma coisa?

O relógio marcava 04:45. A última ligação era de 02:14 e uma mensagem às 03:00.

Porra, Rain!

Andei de um lado para outro até decidir ligar de volta.

Ele atendeu falando tão enrolado, que eu mal entendi que a palavra que ele disse era "alô".

Respirei fundo buscando o mínimo de paciência que existia em meu interior.

-Onde você está?

-Eunum zei!

-O que você usou?

-Nada.

-Não mente para mim...

-Vem me salvaaaar.

-Eu até iria, se pelo menos você soubesse onde está...

...

-Rain?

Silêncio.

-Rain... –falei cansado- você ainda está aí?

-H-hotel...

Fiquei atento.

-Qual hotel?

-Village –ele falava muito mole, era bem difícil entender.

-Qual quarto?

-35.

-Ok, eu chego aí em uns 15 minutos.

Desliguei o celular, e peguei um táxi até lá, quando cheguei tive que alugar um quarto, pois eles não deixariam eu entrar simplesmente falando que tinha que resgatar um amigo.

Depois que entrei, procurei pelo quarto onde ele estava, e bati na porta.

-Rain?

-S-sodo...

Abri a porta e entrei, ele estava sentado no chão, todo torto, apenas de boxer, encostado na cama. Seus cabelos estavam bagunçados, seu corpo estava repleto de marcas roxas.

Ele mal conseguia sustentar a cabeça, eu realmente não sei como conseguiu me ligar.

Me ajoelhei ao lado dele e peguei sua mão.

-Rain –falei baixo- o que você fez??

Ele estava frio, suas mãos estavam geladas, seu rosto estava frio, seus braços...

Estava todo molinho, mas o ajudei a deitar na cama, em seguida o cobri. Deixei os travesseiros apoiando sua cabeça levemente inclinada, e sentei ao lado dele.

-Onde está o Kyle?

Ele não conseguia fixar o olhar em mim, não conseguia os manter totalmente abertos, e gemia bastante como consequência do porre que estava passando.

-E-eu não sei...

Obviamente o cara usou ele, e foi embora, o largando sozinho ali! Eu sabia que esse serzinho não era boa coisa.

il gioco - Dewdrop & RainOnde histórias criam vida. Descubra agora