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Rain on.

Tomar café com o Sodo no aeroporto me trouxe a sensação de estar em turnê, e, honestamente? Eu estava com saudades das viagens dos shows.

Eu ainda não estava conseguindo processar as coisas que recém aconteceram. Ele veio me impedir de ir embora e acho que nunca me senti tão especial em toda a minha vida.

A cada gole que eu dava em meu cappuccino, meu estômago embrulhava, nada parecia real e tudo passava em câmera lenta.

-Dew...?

-Rain?

-Podemos ir para casa assim que terminarmos aqui?

-Claro que sim! Você está bem?

-Na verdade não.

-Então vamos agora!

-Eu só quero terminar de tomar.

-Tem certeza?

-Isso me faz lembrar das nossas viagens... Estou com saudade...

-Nós também sentimos a sua falta, baby.

-É mesmo? E o seu amigo Jake?

Falei enquanto tomava mais um gole.

-O que tem o Jake?

-Ele parece gostar bastante de você...

-É só porque estamos tocando juntos, ele gosta de todos igualmente.

-Uhum... Sei!

Ele riu.

-Não precisa ter ciúmes, mocinho.

-Não estou com ciúmes. Eu não sinto ciúmes.

-Nem de mim???

Neguei.

-Não e não!

-Você como mentiroso é um ótimo baixista.

-Ai como eu te odeio.

-Eu sei! Odeia tanto que ao invés de estar em um voo para outro país, está aqui comigo agora tomando um cafezinho.

Fiquei sem saber o que responder, porque ele estava certo. Eu estava sentindo ciúmes sim, e isso era péssimo.

Ao terminarmos, fomos para a minha casa. A sensação que eu estava sentindo era de alívio por não ter ido embora. Apesar de tudo, bem lá no fundo, eu não queria ir, eu não queria deixar a banda, nem minha casa e nem o Sodo.

-Heeey! -Sodo falou me olhando, e levou uma mão até minha perna.

O olhei e sorri de canto.

-O que se passa nessa cabecinha?

-Só estou pensando que eu sou a pessoa mais feliz por estar aqui agora. Acho que se eu fosse embora, morreria de tristeza.

-Certamente não seria só você... mas agora, nós temos que comemorar que você está aqui.

-Sim, nós temos! E nós vamos.

Ao chegarmos na minha casa, senti um aconchego tão grande, e um calorzinho em minha alma. Joguei minha mochila em cima do sofá e me virei para o Sodo, com certeza com o maior sorriso do mundo.

Ele abriu os braços e eu corri para seu abraço. Era um abraço cheio de afeto.

-Sabe Sodo... De todos os meus vícios, você é minha droga favorita.

-Eu sou uma droga?

-Completamente viciante.

-Que jeito estranho de se declarar.

il gioco - Dewdrop & RainOnde histórias criam vida. Descubra agora