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SODO ON.

Eu já falei que eu não resisto ao Rain? Pois é! Percebi que estava perigosamente envolvido quando era madrugada e ele repousava em meu peito, após ter fugido de um hospital e ficado entregue a mim. Seus braços estavam marcados pelas perfurações, e enquanto eu o analisava, percebi marcas arroxeadas de dedos e isso me trouxe uma dorzinha. O que ele disse era verdade e desde aquele momento eu prometi mentalmente que quando encontrasse o Kyle novamente faria ele engolir todos os dentes. O ódio que surgiu em mim naquele momento era simplesmente indescritível.

Falei baixinho, mais para mim mesmo:

"Nunca mais vou te abandonar, meu amorzinho! Vou cuidar de você até o fim."

Ele então se mexeu, e se aninhou melhor em meu peito. Falei baixinho:

-Rain!? Vamos tomar um banho?

Ele murmurou negando.

-Vamos sim, você precisa voltar!

Ele escondeu seu rosto em meu pescoço.

-Deixa eu ficar aqui só mais um pouquinho?

Beijei o topo de sua cabeça.

-Por mim você ficaria aqui para sempre... mas por enquanto você não pode!

Ele suspirou e concordou. Levantou junto comigo, todo sonolento.

Dei um banho em nós dois, e voltamos para o hospital. No caminho, um silêncio pairou, pois o Rain foi o caminho todo dormindo, o que era um pouco estranho, pois ele era uma matraca ambulante.

Quando estacionei, ele encarou aquele prédio e falou triste:

-Bem—vindo de volta ao lar, Rain!

-É por pouco tempo, Rainny! E eu não vou mais te deixar sozinho aqui.

Ele me olhou esperançoso.

-Promete?

-Prometo! -falei sorrindo, acariciando seu rosto.

Ele me abraçou apertado.

Ele olhou mais uma vez para o hospital, como se estivesse criando coragem para ir até lá, respirou fundo, e desceu do carro. Fui com ele até a recepção e o ajudei a criar um desculpa. No fim, colou ao falar que ele estava desesperado para provar que sofreu uma tentativa de homicídio e ficou com medo de confiar novamente na segurança do hospital.

Isso era um ponto, eu comecei a ficar com um certo receio dos períodos em que ele passaria sozinho ali. Teríamos que tomar alguma atitude em relação a isso.

Ele foi encaminhado novamente ao seu quarto, trocou de roupa, foi medicado e eu fiquei ao seu lado, tomando um café. Eu já não tinha mais sono, mas certamente ele dormiria logo.

-Como se sente? –perguntei sentando o mais confortável naquela poltrona.

-Sonolento... parece que bebi –ele riu.

-Imaginei! Pode dormir tranquilo, eu estarei aqui cuidando para nenhum Kyle se meter a besta.

Ele riu baixinho.

-Meu guardião!

-É tipo isso! Agora descansa porque foi um dia e tanto para você!

-Me dá um beijo antes?

Fiquei o encarando.

-E por que não?

Levantei e o dei um selinho.

-Que cheirinho de café –ele sorriu.

-Quando você acordar de manhã eu arrumo um café bem quentinho para você.

il gioco - Dewdrop & RainOnde histórias criam vida. Descubra agora